A Renault-Nissan anunciou neste sábado (1º) que vai abrir mais uma fábrica no Brasil e ampliar a atual. O anúncio foi feito no Palácio do Planalto depois de reunião da presidente Dilma Rousseff, do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, e do presidente mundial da montadora, Carlos Ghosn. A empresa quer vender até 5 milhões de veículos no Brasil daqui a cinco anos, o que a faria dobrar sua participação no mercado nacional.
Para isso, será ampliada a fábrica da Renault, em São José dos Pinhais (PR). E em Resende (RJ), será instalada uma nova unidade da Nissan. No mês passado, o governo Dilma aumentou em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros que não tivessem ao menos 65% de peças produzidas no Brasil.
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Ghosn disse que a medida é correta. E afirmou que o índice é até menos rígido do que os 90% exigidos na China e na Índia. “Portanto, o exigido pelo Brasil é um nível que nós consideramos totalmente razoável para quem quer mesmo contribuir para desenvolvimento do País”, disse o presidente da Renault-Nissan, segundo a Agência Estado.
Com as duas fábricas, o governo brasileiro espera reduzir a necessidade de importação de veículos dessas duas marcas.
Carros elétricos
Mercadante afirmou que Dilma lhe solicitou um estudo sobre a viabilidade dos carros elétricos no Brasil. A Usina de Itaipu já analisa o assunto e desenvolveu um veículo elétrico. Mas nada foi definido ainda.
“Nossa matriz energética é renovável e o etanol. É um êxito como fonte de energia. O carro elétrico ajuda a reduzir emissões nas cidades, mas depende da fonte de energia utilizada. Quem utiliza carvão, acaba emitindo mais carbono”, explicou Mercadante. O ministro disse que o Brasil está aumentando “fortemente” sua matriz de energia dos ventos (eólica).
A Renault-Nissan produz carros elétricos e tratou do tema com a presidente e o ministro. “Explicamos o que estamos fazendo em muitos países em termos de tecnologias novas e sobre nossa liderança no desenvolvimento de carros elétricos”, disse Ghosn, de acordo com a Agência Brasil.
Fábrica suspensa
De outra parte, uma das montadoras prejudicadas com o aumento do IPI resolver suspender os planos de instalar uma fábrica no Brasil. O presidente da montadora chinesa JAC Motors criticou na sexta-feira (30) o aumento de IPI para carros importados. Sérgio Habib, dirigente da empresa no Brasil, reafirmou que a medida beneficia um grupo de indústrias instaladas no país, reduz a concorrência e aumenta os preços dos automóveis para os consumidores.
Ele voltou da China, onde relatou a situação brasileira ao comando mundial da empresa. “Nós queremos investir no Brasil, mas, do jeito que está, por enquanto não dá”, disse Habib à Globonews, reproduzindo o discurso que ouviu da diretoria da JAC na China.