Uma agenda apreendida pela polícia revela que mais de R$ 80 mil teriam sido gastos pelo Movimento pela Libertação dos Sem-Terras (MLST) para organizar as ações de vandalismo contra a Câmara. Segundo a polícia, os números foram anotados pelo chefe do MLST, Bruno Maranhão.
Os manifestantes presos durante os ataques ao Congresso já estão na casa de custódia do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Depois de uma intervenção do Ministério Publico Federal, a investigação sobre os ataques ao Congresso foi transferida para a Polícia Federal.
Segundo procuradores que acompanham o caso, a segurança da Câmara não teria competência jurídica para determinar a prisão dos manifestantes. Para o delegado da Polícia Civil que auxiliou nos interrogatórios o impasse não pode provocar a libertação dos presos. “Isso é uma desmoralização para o poder público”, disse Antonio Coelho, titular da 2ª Delegacia de Polícia do DF.
A Polícia Federal já começou a receber os documentos apreendidos com os invasores do Congresso. Entre eles, a agenda do chefe do Movimento pela Libertação do Sem Terra, Bruno Maranhão que traz os contatos e detalha os gastos do MLST com a manifestação em Brasília.
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Segundo anotações que seriam de Bruno Maranhão, a invasão custaria quase R$ 83 mil, dinheiro para transporte, hospedagem, alimentação, água e até aluguel de um carro. Em outra página uma anotação feita pelo chefe do MSLT pede que uma mulher identificada apenas como Raquel cobre do partido dos trabalhadores “os números do PT e o orçamento de passagens”. Em telefonema nesta sexta-feira para o MLST uma funcionária informou que Raquel é secretária de Bruno Maranhão.
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o partido não faz doações para movimentos sociais e que o MLST não pediu dinheiro ao diretório nacional do partido para a manifestação em Brasília.
A Polícia Federal vai pedir ao juiz responsável pelo caso a libertação da maioria dos manifestantes detidos. De uma triagem feita inicialmente, a polícia concluiu que apenas 42 pessoas devem permanecer presas porque tiveram participação mais direta nos ataques.