Na semana em que termina o prazo do governo para se explicar ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, o ministro Augusto Nardes, relator das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff no órgão, está sofrendo todo tipo de pressão. Alguns ministros do TCU querem que ele endureça as punições contra a presidente; do outro lado, integrantes do governo enviaram emissários ao ministro para evitar um revés no órgão. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o jornal, na última sexta-feira, o ministro-substituto André Luís de Carvalho cobrou do relator informações sobre aspectos específicos do pedido de explicações sobre as contas de Dilma. Entretanto, Nardes não encaminhou a demanda do colega à presidente antes de obter um parecer técnico do próprio tribunal. Carvalho reclama que o gesto do relator inverteu totalmente a lógica interna do TCU.
Outro que criticou a postura do relator das pedaladas fiscais foi o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público junto ao TCU. Na outra ponta, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa fazem uma ofensiva junto aos ministros do TCU para explicar as “pedaladas fiscais”. Além deles, parlamentares aliados já receberam informações sobre defender a legalidade das contas presidenciais.
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As “pedaladas fiscais” são o atraso proposital de repasses para bancos públicos do dinheiro de benefícios sociais e previdenciários, com o objetivo de garantir a execução de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Nardes apontou 13 indícios de irregularidades nas contas presidenciais e deu um prazo de 30 dias para que o governo se explique a respeito das “pedaladas”. O prazo termina na próxima sexta-feira (17).