O ministro da Previdência, Nelson Machado, afirmou hoje, em entrevista à Rádio Bandeirante que é possível chegar a um equilíbrio quanto ao déficit da Previdência Social. Para ele, a disparidade entre os analistas existe porque muitos confundem a Previdência com o conjunto da Seguridade Social, também composto de assistência e saúde. “Existe muita paixão nestas análises”, disse.
Para ele, se considerarmos apenas o déficit da Previdência, a situação não é tão ruim. “Se tomarmos especificamente a Previdência Urbana com a contribuição patronal, chegaríamos a um déficit, neste ano de 2006, de R$ 13 bilhões, mas se tirarmos a renúncia fiscal do Simples e das entidades filantrópicas, chegaríamos a um déficit de R$ 4 bilhões. Isso é um déficit administrável. Dá para buscar um equilíbrio", afirmou Nelson Machado. ´
Embora o déficit da Previdência Urbana tenha ficado em R$ 13 bilhões, de janeiro a novembro deste ano o déficit total da Previdência ficou em R$ 40,419 bilhões, número que é 23,6% maior que o mesmo período do ano passado.
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O ministro realçou que a recadastramento facilitou muito a velocidade da suspensão normal dos benefícios, aquele que acontece quando o beneficiário falece ou volta ao serviço, no caso das aposentadorias por invalidez. "Isso diminuiu bastante as fraudes".
Nelson Machado ressaltou que só este ano foram realizadas ações em praticamente todos os estados do país, nas quais foram presas mais de 250 pessoas, sendo que 40 eram funcionários da Previdência Social.
Cresce o déficit habitacional brasileiro
O déficit habitacional aumentou este ano. Passou de 7,2 milhões, em 2005, para 7,9 milhões. Os dados fazem parte da recontagem do Ministério das Cidades que usou como base as informações da Fundação João Pinheiro, de Belo Horizonte.
Em 2004, o déficit era de 6,4 milhões de moradias. “O desemprego tem relação direta com o crescimento vegetativo da população e também com a questão social”, disse Daniel Nobasco, diretor de Produção Habitacional da Secreta de Habitação do Ministério das Cidades, em entrevista à Agência Brasil.
"Quando se tem um crescimento da população brasileira, fatalmente você precisa de mais casas”, acrescentou ele.
Para Nobasco, o déficit poderá ser eliminado caso a população brasileira se estabilize em torno dos 200 milhões de pessoas, pois as ações já iniciadas do Ministério das Cidades prevêem a entrega de R$ 1,6 milhão de casas.
De acordo com o último censo demográfico do o Instituto Brasileiro de Geografia e Estataística (IBGE), realizado em 2000, a população brasileira evoluiu 15,7% em relação ao censo anterior de 1991, passando de 146,8 milhões de habitantes para mais de 169 milhões de pessoas. As projeções do Instituto são de que haverá no país, em 2050, cerca de 259 milhões de habitantes.