Mário Coelho
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, defendeu nesta quarta-feira (18) a entrada da Venezuela no bloco comercial do Mercosul. Na visão de Guimarães, que até mês passado era secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores, o país deve ser aceito por conta das relações comerciais com o Brasil e pelo fato de “ser democrático”.
“A Venezuela é muito importante para o Mercosul e para o Brasil”, afirmou Guimarães, após participar de uma runião com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Para o ministro, o país possui “recursois extraordinários”. “Não é somente o petróleo. O país está em desenvolvimento industrial e tem sido muito receptivo às empresas brasileiras. O saldo comercial hoje entre Brasil e Venezuela é de R$ 5 bilhões”, afirmou.
O ministro, ao ser questionado sobre as críticas da oposição à Venezuela, disse que os senadores possuem uma “visão diferente” da do governo. “Isso é do jogo democrático”, comentou. Entretanto, Guimarães afirmou que considera a Venezuela uma democracia por ter eleições, por existir liberdade de imprensa e não haver presos políticos. Mas ele não quis comparar se o regime era similar ao brasileiro.
Sarney disse antes da reunião, quando chegou ao Senado, que o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul entra na pauta do Plenário ainda hoje, havendo acordo de lideranças para a matéria ser votada ainda nesta semana. Em 29 de outubro, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa aprovou, por 12 votos a cinco, a inclusão do país no bloco econômico.
Além dos senadores da oposição, o próprio peemedebista já defendeu que a Venezuela se mantenha fora do Mercosul. Para o presidente do Senado, o atual governo de Hugo Chávez tem levado a um “desmoronamento da democracia”, o que o impede a adesão daquele país ao bloco sulamericano. “Eu acho que a cláusula democrática que nós temos no Mercosul é definitiva e que o Brasil tem compromisso com ela”, declarou Sarney.
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