Em comunicado, a procuradoria suíça esclareceu que “Blatter foi interrogado na qualidade de arguido” e que instaurou um processo criminal contra o presidente demissionário da Fifa por suspeita de “abuso de confiança” e de “gestão danosa ou, em alternativa, apropriação indevida de fundos”.
Nesse processo, também está envolvido o ex-jogador Platini, candidato à sucessão de Blatter nas eleições de fevereiro. Platini foi ouvido na condição de testemunha, por, supostamente, ter recebido de Blatter “um pagamento ilegal” de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhão de euros).
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“O gabinete do presidente da Fifa foi alvo de buscas e apreensão de documentos”, adiantou o procurador-geral suíço, indicando que o pagamento ao presidente da Uefa ocorreu em fevereiro de 2011, “em prejuízo da Fifa”, por “trabalho supostamente desempenhado entre janeiro de 1999 e junho de 2002”.
As autoridades suíças informaram ainda que “existe a suspeita de que Joseph Blatter violou seus deveres” com a Fifa relativamente a um contrato com a Confederação da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).
A Fifa foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela Justiça dos Estados Unidos e que resultou na acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes. No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro.
PublicidadeAlém de Platini, são também candidatos à presidência da Fifa o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, o sul-coreano Chung Mong-Joon e o ex-jogador brasileiro Zico.
O advogado de Joseph Blatter, Richard Cullen, disse hoje que as evidências do processo movido pela Justiça suíça contra o presidente da Fifa provarão sua inocência e demonstrarão que não houve qualquer ato de má gestão.
“O senhor Blatter está cooperando e estamos confiantes de que, quando as autoridades suíças tiverem a oportunidade de rever os documentos e as provas, verão que o contrato foi devidamente preparado e negociado pelos funcionários da Fifa”, afirmou Cullen em comunicado.
O ato de má gestão, que o advogado reafirma que não existiu, diz respeito a um acordo entre a Fifa e a Federação de Futebol do Caribe, que, segundo o Ministério Publico da Suíça foi prejudicial para a Fifa.