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O caso será avaliado pelo Tribunal de Bolonha em maio. A palavra final deve ser dada pelo Ministério da Justiça da Itália. De acordo com a reportagem de Jamil Chade e Andreza Matais, os promotores consideraram que Pizzolato não sofreu processo político, como alega, e que o julgamento foi adequado, mesmo tendo ocorrido em uma única instância, o Supremo Tribunal Federal (STF), por causa da prerrogativa de foro dos parlamentares envolvidos. O governo brasileiro encaminhou o pedido de extradição em março às autoridades italianas.
A posição dos promotores contraria o histórico do país europeu de recusar a extradição de nacionais. Pizzolato também tem cidadania italiana e entrou na Itália com passaporte falso de um irmão falecido em 1978. Ele foi preso em fevereiro na casa de um sobrinho em Maranello, norte do país, e levado para a prisão em Módena.
Prisão brasileira
Ainda segundo o Estadão, o Ministério Público de Bolonha também não considera um problema a situação precária das prisões brasileiras, pois as autoridades brasileiras se comprometem, uma vez concedida a extradição, a garantir as condições mínimas para o preso.
PublicidadeO Supremo Tribunal Federal e o Ministério da Justiça estudam em que estabelecimento Pizzolato poderá cumprir sua pena, conforme pediu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na semana passada, atendendo a uma solicitação da Justiça italiana.
O ex-diretor do Banco do Brasil pede às autoridades da Itália para cumprir a pena e passar o resto da sua vida no país. Ele alega que foi condenado em um processo político por parte do Supremo e que, diferentemente do que prevê o ordenamento brasileiro, foi julgado por apenas uma instância. “Quero ficar na Itália até o fim da minha vida. Não tenho mais para onde ir”, argumenta o brasileiro, de acordo com o Estadão.
Mais problemas
Este não é o único problema enfrentado por Pizzolato na Itália. Ele responde a processo por uso de passaporte e outros documentos falsos. Também é suspeito de lavagem em negócios de ValterLavitola, ex-aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão por ter recebido R$ 336 mil do empresário Marcos Valério e ter autorizado um adiantamento de R$ 73 milhões para uma das agências do mineiro, a DNA Propaganda, contratada pelo BB. Durante o julgamento, sua defesa argumentou que ele não tinha poder para decidir onde e como o dinheiro de publicidade do banco poderia ser gasto.