O Ministério Público Federal cobra R$ 98,5 milhões do casal Eduardo Cunha e Cláudia Cruz em ação de improbidade administrativa ajuizada nessa segunda-feira (13). O valor, segundo os procuradores, corresponde ao acréscimo patrimonial ilícito do deputado afastado e de sua esposa e ao ressarcimento ao erário pela compra de um campo de petróleo em Benin, na África, em 2010. De acordo com a denúncia, o negócio rendeu US$ 10 milhões em propina a Cunha.
Na ação, a Procuradoria da República pede a indisponibilidade dos bens do casal, a suspensão dos direitos políticos do peemedebista por dez anos e o pagamento de R$ 80,67 milhões. Outros R$ 17,8 milhões são cobrados da jornalista Cláudia Cruz. Os dois também foram multados pelo Banco Central em mais de R$ 1 milhão por não terem declarado que mantinham recursos no exterior.
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Em nota publicada em seu Twitter, Cunha criticou o pedido do Ministério Público. “Na ânsia de gerar fatos, sempre às vésperas do Conselho de Ética, agora propõem ação civil pública por ato de impropriedade administrativa. A absurda ação não poderia jamais ser proposta contra quem não praticava atos na Petrobras”, rebateu. “Além de não ter nada a ver com os fatos, eu não era dirigente da Petrobras e recorrerei disso, bem como da distribuição, em Curitiba, que detém somente foro criminal, não cível”, completa.
Réus
Também são citados na ação o empresário português Idalécio de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada. Os quatro se tornaram réus semana passada com a decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar a denúncia do Ministério Público Federal de que eles atuaram no pagamento de propina, remessa de recursos ao exterior e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras e um contrato no Benin.
De acordo com a acusação, o dinheiro ilícito saiu dos cofres da Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH), de Idalécio, como propina na venda fraudulenta do campo de Benin na Petrobras. O recurso passou pela offshore Acona, de João Augusto Henriques, e foi remetido em parte para o trust Orion, de Eduardo Cunha, antes de cair na conta secreta Kopek, de Cláudia Cruz. O Ministério Público cobra mais de US$ 10 milhões dos quatro réus.
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