Quatro militares envolvidos na morte de três jovens do Morro da Providência, no centro do Rio de Janeiro, tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz Edmundo Franca de Oliveira (2ª auditoria da Justiça Militar). Os três jovens – de 17, 19 e 24 anos – foram detidos pelos soldados neste fim-de-semana e, por ordem do capitão Laerte Ferrari, que comandava a polícia judiciária no dia da ocorrência, foram levados como “brinde” a líderes do tráfico no Morro da Mineira.
Depois de torturados, os três foram executados com diversos tiros pelos bandidos da Mineira, conforme constatou perícia da polícia fluminense. Os corpos foram encontrados no último domingo (15), em um lixão da Baixada Fluminense.
Os quatro militares já estão presos no 1º Batalhão da Polícia do Exército (Tijuca, zona norte do Rio). São eles: o tenente Vinicius Ghidetti de Moraes Andrade; o sargento Leandro Maia Bueno; e os soldados José Rodrigues de Araújo e Fabiano Elói dos Santos. A prisão foi decretada a fim de que a Justiça Militar possa analisar por que crimes militares os acusados responderão.
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O capitão Ferrari e tenente Vinicius prestarão depoimento à promotora da Justiça Militar Hevelize Jourdan Covas. Os militares ficarão presos no mesmo local, na Tijuca, onde cumprem determinação da Justiça Comum.
Autor de emenda parlamentar que deu origem ao projeto Cimento Social, que determina a presença do Exército em obras de infra-estrutura em favelas do Rio, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) tem defendido por meio de notas o trabalho realizado pelos militares nos morros.
Segundo reportagem veiculada há pouco pelo Jornal Nacional (Rede Globo), um dos assessores de Crivella – identificado como Gilmar – teria negociado a permanência dos executores do projeto com os traficantes do morro da Providência. Em mais uma nota divulgada hoje, o senador – que também é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus – nega que tenha assessor com tal nome. (Fábio Góis)