O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, disse hoje (9), que o aumento da taxa Selic, elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, está ligado às metas de inflação. Segundo Múcio, durante a reunião ministerial na manhã desta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defenderam que o aumento de juros evita a alta da inflação.
“Tanto o ministro Guido, quanto Meirelles, falaram que estamos no caminho correto. Esse último aumento dos juros que tivemos foi exatamente uma ferramenta para que nós mantivéssemos a inflação sobre controle”, defendeu.
A meta de inflação, divulgada pelo Banco Central, é de 4,5%, com variação de dois pontos percentuais. Na reunião, Mantega apresentou números que mostram que o Brasil está cumprindo a meta inflacionária. “Os números mostram que estamos no caminho correto”, defendeu Múcio. Segundo o ministro, Meirelles não sinalizou um novo aumento de juros.
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Produção de alimentos
Múcio falou ainda da posição do ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, sobre o aumento na produção de alimentos. Cassel defendeu que é possível aumentar a produção da agricultura familiar, com maior acesso a créditos rurais e tecnologias. Disse ainda que é necessário diminuir os preços dos fertilizantes, o que garantiria maior produtividade para grandes agricultores.
O preço dos fertilizantes é hoje apontado por ruralistas como o grande vilão da agricultura. Hoje, o Brasil importa cerca de 75% do que é consumido. “A safra desse ano está plantada com fertilizante que a alta de preço que ultrapassa 100% em um país em que a inflação é de em torno de 4%.”, argumentou Múcio.
PublicidadeA solução proposta é aumentar a produção de fertilizante nas jazidas brasileiras. Durante a reunião, o presidente Lula pediu ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e outros ministros da área para que realizem reuniões com a Petrobrás e a Vale do Rio Doce nesse sentido. “A produção de fertilizantes está na mão de quatro grupos, que inclusive têm presença em jazidas brasileiras. Nós temos jazidas que podem mudar esse número e passar a produzir 80% do nosso consumo”, defendeu. (Renata Camargo)