Sempre em qualquer evento, comício, show, assembleia, reunião que fique um microfone aberto, aparecerá alguém para usá-lo, seja criança, o que não é nada grave, ou adulto, que quase sempre fala tolices e imbecilidades.
A internet é semelhante: é um “microfone” aberto no qual sempre há alguém fazendo um “discurso” e/ou arrotando o mau hálito da imbecilidade, idiotice, canalhice, ódio, e, pior, fazem isso sem o menor constrangimento. Quando é um cidadão qualquer que faz isso, não é problema e é relevado, mas quando é um juiz, como é o caso do Dr. (deve ser chamado de doutor?) Afonso Henrique Botelho, a situação é grave.
Sem o menor constrangimento, ele manda dar “uma cusparada no meio da fuça, um chute no abundante traseiro, ou uma bela bolacha na “chocolateira” da senadora Gleisi. Não satisfeito, no mesmo texto manda aplicar uma “cuspida/pontapé nas ancas/tapa nas bochechas…”.
O “microfone” ficou aberto e ele foi lá e mandou discurso. Minutos depois de ter “dito” o que não devia, engoliu, provavelmente com medo e com o rabo entre as pernas, o “microfone”, ou seja, apagou do Facebook o texto. Já era tarde, muitos tomaram conhecimento e conheceram mais um baluarte da ditadura do Judiciário.
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Com o advento da internet, muitos perderam a vergonha de mostrar a própria imbecilidade, ignorância e canalhice. Após o golpe contra Dilma, a situação piorou, pois até algumas autoridades, que deveriam se preservar e preservar a instituição a qual pertencem, se sentiram à vontade para se revelar violentos, fascistas, canalhas, hipócritas e imbecis.
Isso não é de tudo negativo: o golpe nos está dando a oportunidade de conhecer as autoridades que decidem o nosso futuro e o que é justo ou injusto. Estamos tendo a oportunidade de conhecer quem são os pretensos garantidores da Justiça. De antemão, já podemos decidir que determinado tipo de ação nas mãos de determinados juízes e desembargadores é melhor nem impetrar: é passar raiva por se sentir injustiçado, e perder dinheiro.
Não tenho conhecimento se em algum momento da história do Brasil juízes e desembargadores chegaram a um nível tão baixo, tão rasteiro ao ponto de juízes e juízas chegarem a estimular ou a aplaudir a violência e o crime.
A postura contemporânea de alguns juíze(a)s e desembargadore(a)s me traz à memória a frase do Barão de Itararé. Disse o Barão que “de onde menos se espera é que não sai nada mesmo”.
Depois de ler a publicação do Dr. Afonso Henrique Botelho e de ler a respeito dele em outras publicações, parece-me que a frase caiu como luva. Nada, além disso, se podia esperar.
Não só esse, há muitos outros fatos que demonstram comportamento irresponsável de alguns juíza(e)s e desembargador(a)es, como é o caso da desembargadora Marilia Castro Neves (TJ-RJ), que comemorou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
O abuso de autoridade de alguns juízes e juízas e desembargador(e)as chegam a afrontar os direitos fundamentais de qualquer ser humano, como, por exemplo, negar o direito ao atendimento médico. A juíza Carolina Lebbos negou este direito a Lula. A atitude da Drª Lebbos é, além de mesquinha e cruel, um crime contra a humanidade.
A juíza nega o atendimento médico a Lula sob a alegação de que “não há indicação de urgência”. Urgência é a “situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras” (Houaiss).
Drª Lebbos, o atendimento médico solicitado a Lula é para o controle de enfermidades (câncer, pressão alta e diabetes), justamente para evitar a necessidade de um atendimento de urgência. Ao negá-lo, a senhora pode estar contribuindo para o agravamento de uma enfermidade e, consequentemente, pode levar a pessoa que necessita do atendimento a óbito. Com esta postura, a senhora pode estar matando uma pessoa.
Estas posturas citadas acima e posturas semelhantes de outros magistrad(o)as é que levou ao desmerecimento e desrespeito ao poder Judiciário, que chegou ao cúmulo de a prisão de Lula ser festejada com atos violentos de machismo e agressividade dentro de um puteiro, cujas paredes eram enfeitadas com fotos de Sérgio Moro e Cármen Lúcia.
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