A primeira pesquisa realizada após a condenação do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) mostra que ele ainda lidera todas as simulações na disputa presidencial. Segundo o Datafolha, o petista aparece na primeira colocação, com percentual que varia de 34% a 37%. Quando Lula, que está ameaçado pela Lei da Ficha Limpa, é excluído do levantamento, quem lidera é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com 18% das intenções de voto.
Atrás de Bolsonaro vêm Marina Silva (Rede), com 13%, Ciro Gomes (PDT), com 10%, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido), ambos com 8%. A pesquisa indica que Bolsonaro parou de crescer e oscilou negativamente em todos os cenários apresentados em comparação com a pesquisa anterior, feita em novembro.
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Em um eventual segundo turno, Lula venceria todos os adversários. Contra Alckmin, por 49% a 30%; contra Bolsonaro, por 49% a 32%, e contra Marina, por 47% a 32%. Bolsonaro perderia para Marina (42% a 32%).O governador de São Paulo patina na pesquisa. Ele tem de 6% a 11% das intenções de voto. Também aparece atrás, mas empatado tecnicamente, em um eventual segundo turno com Ciro Gomes (PDT) – 34% a 32%. Possível alternativa a Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Doria, figura com, no máximo, 5% das intenções de voto.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC), têm apenas um 1% cada.
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Marina e Ciro
Segundo o Datafolha, a saída de Lula da disputa favorece principalmente Marina e Ciro Gomes. Na comparação de cenários com e sem a participação do ex-presidente, a ex-senadora passa de 8% para 13%, enquanto o ex-governador do Ceará cresce de 6% para 10%. Alckmin e Huck oscilam de 6% para 8%.
Cotado como principal alternativa do PT caso Lula fique fora da disputa, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner pontua com apenas 2% das intenções de voto. Nos cenários em que Lula não é candidato, o percentual dos que dizem não saber em quem votar ou que votariam em branco ou nulo sobe de 16% para 28%.
Tentativa de censura
Jair Bolsonaro tentou impedir a divulgação da pesquisa Datafolha. O deputado recorreu ao TSE com a intenção de barrar a publicação do resultado. Bolsonaro queixa-se sobretudo de uma questão a respeito de seu patrimônio.
“Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado Jair Bolsonaro desde o início da sua carreira política?”, perguntou o Datafolha.
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A defesa de Bolsonaro alega que a questão atribuiu a ele “a pecha de denunciado por enriquecimento ilícito, de forma manifestamente difamatória”. O texto afirma que ele nunca foi denunciado por acréscimo de patrimônio.
“Os questionamentos apresentados se revelam tendenciosos, com nítido objetivo de manipular não apenas o eleitor consultado, mas também aqueles que do seu conteúdo tiverem conhecimento”, afirma a representação protocolada no TSE pelos advogados do deputado.
Segundo o Datafolha, o questionamento sobre o patrimônio de Bolsonaro foi feito após as perguntas sobre intenção de voto, sendo, portanto, impossível ter exercido alguma influência no resultado obtido em relação à corrida presidencial.