A Mesa Diretora da Câmara cancelou hoje de manhã parte da reunião do Conselho de Ética em que foi lido o relatório do pedido de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), na terça-feira, dando chances de sobrevida ao ex-ministro da Casa Civil. O encontro que pediu a perda de mandato de Dirceu avançou, em 21 minutos, o início do período de votações em plenário, prática comum na Câmara, mas proibida pelo regimento da Casa.
Por isso, o relator do parecer sobre Dirceu, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), terá de reler a parte final do texto amanhã de manhã, dia previsto para votar a cassação do ex-ministro no conselho. Como a tendência do colegiado é aprovar o relatório de Delgado, o ex-ministro pode ganhar duas semanas de fôlego antes do julgamento final, em plenário.
Na terça-feira, a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) pediu vistas do relatório de Delgado por duas sessões. Amanhã, ela ou qualquer outro deputado do conselho tem direito a refazer o pedido. Além do prazo de vistas no conselho, o processo de cassação também tem duas sessões para entrar na pauta de votações do Plenário.
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O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), fez um apelo hoje para que não fossem feitos mais pedidos de vista ao relatório de Dirceu.
Recurso da CCJ
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), havia convocado reunião ontem à noite para discutir os recursos apresentados por Dirceu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, depois que o Supremo negou a liminar impetrada pela defesa de Dirceu no Supremo, o mais importante dos dois, a encontro foi cancelado.
Ontem, o relator do recurso de Dirceu à CCJ, deputado Darci Coelho (PP-TO), deu parecer favorável a Dirceu. Segundo ele, o Conselho de Ética deveria ter extinguido o processo do ex-ministro depois que o PTB tentou, há cerca de um mês, retirar o pedido de cassação dele. A oposição pediu vistas do parecer de Coelho e o recurso só será votado na próxima terça-feira. Com a decisão de hoje, é possível que Dirceu tenha o recurso da CCJ apreciado antes da votação de sua cassação em plenário.
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