O senador Aloizio Mercadante (PT), candidato derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, admitiu na sexta-feira (13) ter se encontrado com Osvaldo Bargas, um dos coordenadores da campanha de Lula, e com o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Antonio Veloso dez dias antes da prisão de pessoas ligadas ao PT que tentavam comprar um dossiê contra o governador paulista eleito, José Serra (PSDB). Os dois são suspeitos de envolvimento na operação para aquisição do material.
Mercadante afirmou que foi procurado pelos dois no seu gabinete, em Brasília, no dia 4 de setembro (véspera do depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, cabeça da máfia das ambulâncias, ao Conselho de Ética do Senado). Ambos aconselharam o senador a tentar vincular a imagem de Serra ao esquema dos sanguessugas. No entanto, o parlamentar negou que, em qualquer momento da conversa, tivesse sido citado o dossiê.
"O senador não aceitou e pediu aos senadores do PT que não utilizassem o conselho para uso eleitoral, o que foi plenamente atendido. E comunicou aos dois que não utilizaria esse tipo de procedimento na disputa eleitoral", diz nota encaminhada pela assessoria do petista.
O petista também ressaltou que não comunicou o fato ao presidente Lula nem ao presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini. "Até aquele momento não havia nenhuma declaração dos Vedoin contra José Serra", afirma o texto.
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Abel participou de reunião no Ministério da Saúde
A revista IstoÉ desta semana revela que o empresário paulista Abel Pereira participou de pelo menos uma reunião para liberação de recursos no Ministério da Saúde. A reportagem apresenta uma fotografia que foi tirada em 2002 no gabinete do ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB). Com ele, estão Abel e o ex-prefeito de Jaciara (MT), Valdizete Martins Nogueira (PPS).
Na ocasião, segundo a revista, eles tratavam da liberação de cerca de R$ 500 mil para a ampliação do hospital municipal de Jaciara. Entretanto, o motivo da presença de Abel, que está sendo acusado de ser operador da máfia das ambulâncias nesse período, é uma incógnita, já que o ex-ministro afirmou várias vezes que o empresário nunca interferiu na liberação de recursos do ministério.
No entanto, a Polícia Federal (PF) encontrou indícios da interferência de Abel na negociação de recursos, exatamente, para o município mato-grossense. Além disso, os R$ 495 mil solicitados para a ampliação do hospital foram liberados em 12 dias, período muito pequeno para a aprovação de convênios dessa natureza.
Por fim, a obra foi realizada pela empresa Cicat, que foi a única a participar da licitação. O proprietário da Cicat é o próprio Abel.
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