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A citação ao repasse consta de uma troca de mensagens entre Cunha e Leo Pinheiro, em que o deputado se queixa de que o empreiteiro fez a transferência a Temer e manteve “inadvertidamente adiado” o pagamento a outras lideranças do PMDB. Temer é presidente nacional do partido.
Na sequência das mensagens, trocadas por meio do aplicativo WhatsApp, o empreiteiro pede a Cunha “cuidado com a análise para não mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos”. Essa conversa está armazenada no telefone celular de Leo Pinheiro, que foi apreendido pela PF em 2014.
Os registros, enviados por Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF), serviram de base para que o ministro-relator da operação, Teori Zavascki, acatasse o pedido de diligências da Catilinárias, na última terça-feira (15). “Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a ‘turma’”, diz o apontamento de Janot reproduzido por Teori em seu despacho.
Em resposta encaminhada ao jornal paulista, Temer apresentou extratos de cinco doações da OAS ao PMDB, devidamente declaradas à Justiça Eleitoral, feitas entre maio e setembro de 2014. O montante é quase igual ao que foi mencionado pelo empreiteiro na troca de mensagens com Cunha – R$ 5,2 milhões. Na conversa por celular, no entanto, demonstra-se que os R$ 5 milhões foram pagos em um único repasse.
“No documento que está nos autos da Catilinárias, que corre em segredo de Justiça, Cunha é descrito como uma espécie de despachante dos interesses da OAS junto ao governo federal, a bancos estatais e a fundos de pensão, mantendo uma relação estreita com Pinheiro, à época o principal executivo da empreiteira. O documento não diz expressamente que o suposto pagamento de R$ 5 milhões a Temer era propina, mas a menção ao vice-presidente aparece em um contexto geral de pagamento de suborno a peemedebistas”, diz trecho da reportagem.
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