O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, disse hoje (27) acreditar que houve caixa dois na campanha eleitoral de 2002. Ao comentar o aumento dos gastos das campanhas deste ano, o ministro voltou a dizer que ficou perplexo.
As campanhas dos presidenciáveis somadas alcançam a cifra de R$ 210 milhões. "Realmente o descompasso causa certa perplexidade. A premissa básica é única, com a Lei 11.300, tivemos o barateamento das campanhas. Mesmo assim, tivemos valores mais elevados do que os praticados em 2002. O que podemos concluir? Que a campanha de 2002 foi menos custosa? Não podemos ser ingênuos. Em 2002, houve recursos não contabilizados", declarou o presidente do TSE.
Marco Aurélio voltou a dizer que não em acredita em uso do caixa dois nas campanhas deste ano. Na avaliação dele, quem doava "por debaixo do pano" ficou mais "esperto". "Já agora em 2006 não, tendo em conta a quadra vivida no Brasil. É uma quadra em que as mazelas não são escamoteadas e até mesmo os doadores que doavam por debaixo do pano – e aí estou a me referir especificamente ao caixa dois – estiveram mais espertos em 2006", complementou.
"O problema do caixa dois é seríssimo. Precisamos afastá-lo do cenário, talvez a partir de uma reforma política, com o financiamento público das campanhas e normas muito rígidas, levando ao indeferimento do registro se houver ingresso de dinheiro estranho aos cofres públicos", afirmou. A minirreforma eleitoral, aprovada no início deste ano, trouxe regras mais rígidas para as eleições como a prestação de contas obrigatória, a proibição de showmícios, outdoors e distribuição de brindes.
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