O ministro da Fazenda Henrique Meirelles decidiu renunciar ao cargo no início de abril para se filiar ao MDB e tentar viabilizar sua candidatura à Presidência da República. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, o ministro teria acertado os detalhes de sua saída da pasta com o presidente Michel Temer (MDB) na última sexta-feira (23), indicando para o seu lugar os nomes dos secretários de Acompanhamento Fiscal, Mansueto Almeida, e da Secretaria-Executiva, Eduardo Guardia, favorito da equipe econômica.
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Meirelles deverá se filiar ao MDB mesmo sem a garantia de que será o candidato do partido ao Palácio do Planalto. De acordo com aliados, o ministro da Fazenda teria dito, na conversa com Temer, que sabia não ser o preferido da sigla para a candidatura, mas que trabalharia para tornar-se um nome viável até junho.
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Em conversas recentes com auxiliares, Meirelles avaliou que “cumpriu uma etapa” ao assumir o Ministério da Fazenda durante a crise econômica de 2016, e acrescentou que mesmo com pequenas chances de ser eleito, já que tem apenas 2% das intenções de voto do eleitorado brasileiro, ele acredita que deve assumir o risco, já que, aos 72 anos, essa pode ser a sua última oportunidade de disputar uma eleição presidencial.
O anuncio oficial da renúncia de Meirelles deverá ser feito no dia 2 de abril. O ministro fica no cargo até o dia 6, sexta-feira. No sábado (7) termina o prazo de desincompatibilização dos candidatos de seus postos no governo.
Temer candidato
Caso isso não aconteça, Meirelles também cogita ser candidato a vice na chapa de Temer. “Não fui convidado [para ser vice]. Trabalharei com fatos. Vamos ver”, disse ele à Folha, na última quarta-feira (21). Vale destacar que, dentro do próprio MDB, há aqueles que admitem que atualmente não existe no partido outro nome disposto a se associar ao do presidente Michel Temer, que tem uma popularidade de apenas 6%.
Em entrevista à revista “IstoÉ”, publicada neste final de semana, o presidente reforçou que está disposto a concorrer ao Planalto em outubro. O emedebista afirmou que pretende defender o legado de seu governo e destacou que não disputar a reeleição seria “uma covardia”, já que ele precisa mostrar “o que tem sido feito”.
Hoje, Temer tem apenas 1% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha. Mas, ao contrário de Meirelles, que precisa deixar o cargo até 7 de abril se quiser concorrer ao pleito, o presidente aposta no aumento de sua popularidade até meados de junho, quando definirá se vai entrar ou não na disputa.
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