Edson Sardinha
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou há pouco que está de saída e não comandará a instituição durante o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). No cargo desde 2003, Meirelles deverá ser substituído pelo funcionário de carreira do BC Alexandre Tombini, atual diretor de Normas do banco.
“Acredito que, um profissional deve iniciar e concluir sua missão na hora certa. As regras de boa prática de governança de Banco Central aconselham que um presidente não fique mais do que dois mandatos, que, no Brasil, coincidem com o mandato do presidente da República. É o momento adequado para encerrar a missão. Estou feliz, gratificado e realizado”, disse Meirelles ao chegar ao Senado, onde participa de uma audiência pública sobre o rombo no banco Panamericano, do empresário e comunicador Silvio Santos.
O presidente do Banco Central afirmou que já conversou com Dilma sobre sua saída, mas não quis confirmar quem será seu sucessor. A expectativa é de que a presidente eleita anuncie ainda hoje três nomes de sua equipe econômica.
Antes de deixar o cargo, Meirelles comandará mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para os dias 7 e 8 de dezembro. Eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás em 2002, ele nem chegou a assumir o mandato. Desfiliou-se do partido para se tornar o homem que por mais tempo conduziu o BC. Antes de chegar ao Banco Central, Meirelles havia sido presidente mundial do BankBoston.
Durante sua gestão no Banco Central, ele sofreu críticas de oposicionistas e governistas como o próprio vice-presidente da República, José de Alencar, que cobrava a redução da taxa básica de juros. Quando assumiu o BC, a taxa de juros era de 25% ao ano. Atualmente está em 10,75%. Alencar cobrava mais celeridade na redução dos juros, considerados os mais altos do mundo.
Em 2005, por meio de medida provisória, Meirelles tornou-se o primeiro presidente do Banco Central a ter status de ministro no Brasil. A medida foi logo depois de ele se tornar alvo de um inquérito por sonegação, lavagem de dinheiro e crime eleitoral. O processo acabou arquivado.
No ano passado, Meirelles se filiou ao PMDB. Cotado para concorrer a uma vaga no Senado e ao governo de Goiás, o presidente do Banco Central desistiu de disputar as eleições, garantindo sua permanência até o final do governo Lula.
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