Ainda não há confirmação do anúncio da equipe econômica do próximo governo, mas a expectativa é de que não passe desta quarta-feira. O que parece ser o imbróglio do momento é a decisão sobre a presidência do Banco Central.
Neste início de semana, Henrique Meirelles, que está na presidência da instituição desde o primeiro ano da era Lula, não é considerado o nome mais forte para continuar, segundo alguns petistas.
A vontade inicial de Dilma era manter Meirelles à frente do BC no primeiro ano de governo. Mas, depois do mal estar da semana passada, a presidente eleita já trabalha com o nome de Nelson Barbosa, atual secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda.
Coincidência ou não, a presidente eleita se reuniu nesta segunda, durante cerca de duas horas, com Barbosa. Ele participou da reunião junto com a coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mirian Belchior.
Depois do encontro, o secretário disse que só tratou de PAC e do programa Minha Casa Minha Vida. Então, tá!
Nos bastidores, o nome de Nelson Barbosa, porém, é dado como certo para a equipe econômica dilmista. Ele tanto é cotado para assumir o Banco Central como para ocupar um cargo de assessor direto de Dilma Rousseff.
O clima, no momento, aponta para uma clara pressão petista contra a permanência de Meirelles. O que se confirma com movimentos, embora ainda sutis, para enfraquecer as funções do BC. Uma das ideias seria tirar o status de ministro do presidente da instituição. Outra, rediscutir a autonomia do banco para gerar uma ação mais coordenada com o Ministério da Fazenda.
Convenhamos, não existe autonomia pela metade. Então, são sugestões que vão na contramão da permanência de Meirelles na presidência do BC. Não haveria justificativa para ele ficar no comando sem essa autonomia que vem dando certo na última década.
A presidência do Banco Central precisa da garantia de que poderá tomar decisões baseada em seus indicadores e não por pressão política. Henrique Meirelles não teria por que se submeter a isso.
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