O governo vai publicar no Diário Oficial da União de sexta-feira uma medida provisória que autoriza o Ministério da Defesa a contratar, por tempo determinado, "pessoal imprescindível ao controle do tráfego aéreo". Segundo nota do Ministério da Defesa, a contratação será de no máximo 60 pessoas e não poderá passar de 31 de dezembro de 2007.
Segundo a nota, a contratação será feita por meio de processo seletivo simplificado. Caso a urgência impeça a realização de processo seletivo, a contratação poderá ser feita por meio de análise de currículo, e "à vista de notória capacidade técnica profissional".
Crise acaba domingo?
Ontem, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, disse que a situação dos aeroportos brasileiros deverá estar praticamente normalizada até domingo, a partir das medidas tomadas pelo governo.
"No domingo, estaremos no limiar da regularidade, no mínimo teremos melhoras muito grandes e estaremos de volta às condições anteriores", afirmou.
Pimentel nega que possa ser ministro da Fazenda
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Em entrevista concedida ontem ao site Terra Magazine, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), descartou a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda no próximo governo do presidente Lula.
"Não serei, não sou candidato a este cargo, conversei longamente com o presidente, ele sabe que eu sou prefeito de Belo Horizonte e que pretendo concluir o meu mandato em dois anos. Foi por isso, inclusive, que ele lançou aquela nota reafirmando que o seu ministro da Fazenda é o Guido Mantega", declarou.
Sobre o surgimento do nome dele para comandar a pasta, Pimentel disse que isso era "plantação de véspera de mudança de ministério". "Para começar, o Guido é meu amigo de 30 anos. O presidente sabe que sou seu aliado, que ele pode contar comigo, que ajudarei no que for preciso, e isso tudo é uma manobra contra o Guido, mas ela não funcionará, até porque a área econômica caminha muito bem", ressaltou.
Por fim, o prefeito afirmou que se for ocorrer alguma mudança na área econômica será no Banco Central. "E vai mexer porque os juros têm que cair", declarou.
Tarso: "PT não opina por governo"
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, declarou ontem que o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, "explicitou o ponto de vista do partido", e não do governo do presidente Lula. Garcia disse ontem (31/10) que a imprensa precisava fazer uma auto-reflexão sobre a cobertura das eleições e que iria averiguar se eram verdadeiros os relatos dos jornalistas da Veja sobre as supostas agressões sofridas durante depoimento prestado na última segunda-feira à Polícia Federal.
Tarso ressaltou que foi "profundamente lamentável que alguém tenha qualquer tipo de brutalidade com relação à imprensa". Para o ministro, a atitude indica um "resíduo de autoritarismo inaceitável e não contribui com a visão do presidente que quer melhorar sua relação com a imprensa".
"Toda briga deve ser banida", diz Déda
O governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), condenou ontem as divergências públicas entre os ministros em torno da condução da política econômica. Ao chegar ao Palácio do Planalto, para um encontro com o presidente Lula, Déda disse que "toda briga deve ser banida" e que "é preciso ter claro que quem manda é o presidente".
"Os ministros têm o dever de colaborar colocando suas posições, mas quem define o rumo é o presidente da República e ele já definiu que vai preservar a estabilidade fiscal, ter todo cuidado do mundo para garantir estabilidade econômica e deixar claro que a estabilidade não é uma finalidade em si, que precisa estar vinculada a projetos de crescimento econômico e de distribuição de renda", afirmou.
O governador petista evitou comentar a polêmica frase do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que "a era Palocci acabou". "Não fui eleito para julgar ministros", declarou. O governador ressaltou que o desafio do segundo mandato do governo Lula é "rimar responsabilidade fiscal com social".
Déda não quis comentar sobre a possibilidade do Secretário Geral da Presidência, Luiz Dulci, ou do ministro Tarso Genro virem a presidir o PT. "Ainda é cedo para se discutir nomes. O que precisamos é antecipar a discussão sobre a refundação do partido, que tem novos interlocutores. Não é colocar na agenda um neo-regionalismo, mas que outros estados possam levar um novo sotaque na discussão interna do PT", disse.
"Demos moleza a vagabundos", diz deputado
Em entrevista à Rádio CBN, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) declarou ontem que a oposição não poderia ter deixado as investigações sobre o caso da compra do dossiê contra políticos tucanos para depois das eleições. "Não podíamos ter dado moleza ontem, demos moleza a vagabundos", disse.
O deputado afirmou que com o final da eleição a tendência é de "esfriamento" das investigações sobre o caso dos sanguessugas e do dossiê. O petebista também fez questão de criticar a atuação do vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE).
Heloísa Helena critica discurso de Lula
A senadora Heloísa Helena (Psol-AL) classificou o discurso do presidente Lula, referente à coalizão dos partidos do governo e da oposição durante o segundo mandato petista, de "ridículo e medíocre". A candidata derrota à Presidência da República pelo Psol fez ontem um discurso na tribuna do Senado.
Heloísa Helena declarou que o Psol não "entrará em nenhum canto do Palácio do Planalto". "O Psol não será seduzido nem entrará em nenhum canto do Palácio do Planalto porque os fundadores do Psol fundaram o partido nos meses de glória do governo por coerência ideológica, porque não aceitaram encobrir a podridão", disparou a senadora alagoana.
A parlamentar, que conclui o seu mandato de senadora no final do ano, afirmou que voltará a dar aulas na Universidade Federal de Alagoas. A senadora do Psol disse que respeitava a decisão de 58 milhões de eleitores que reelegeram o presidente Lula, mas declarou que muitas vezes os brasileiros não sabem escolher bons políticos. "Não sou demagoga a ponto de dizer que qualquer decisão do povo é sábia e soberana. Conversa! Se eu tivesse passado oito anos roubando aqui no Congresso Nacional, sendo cúmplice da roubalheira do presidente Lula, teria tido mais chance de ser eleita", afirmou.
CUT e Força Sindical devem apoiar governo Lula
A CUT e a Força Sindical afirmaram ontem que darão sustentação política ao segundo mandato do presidente Lula se o governo se comprometer a assumir uma "agenda dos trabalhadores". Isso se daria por meio da aprovação das reformas sindical, política e tributária, além da promoção de mudanças na política econômica.
"A CUT aprovou no último encontro nacional uma plataforma dos trabalhadores, que envolvem propostas para o crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda. Todas as medidas governamentais nesse sentido merecerão nosso apoio", disse o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.
Quanto ao vice-presidente da Força Sindical e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Eleno José Bezerra, ressaltou que os sindicatos ligados à Força apoiarão as reformas política, tributária e sindical, mas que não aceitarão tratar de temas como previdência e legislação trabalhista "se resultarem em perda de direitos dos trabalhadores".
"Nosso apoio também dependerá da forma com que o presidente Lula vai propor as reformas. Se ele descer do pedestal, falar com as entidades representativas dos movimentos sociais e montar um entendimento, apoiaremos. Se for como neste primeiro mandato, de se discutir tudo no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, um ambiente criado apenas para o presidente receber aplausos, pode esquecer a nossa participação", declarou Bezerra.
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