O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou no início da noite desta quinta-feira (29) que Michel Temer é vítima de um “complô”. Para Marun, um dos mais fiéis aliados do governo, a operação Skala, deflagrada hoje, mostra que os “canhões da conspiração” trabalham para impedir que Temer tente a reeleição em outubro.
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Marun dia que a situação é “absurda” e afirmou estar preocupado com o que classifica de “escalada de um autoritarismo inconsequente”. “Eu estou muito preocupado, independentemente de quem seja o presidente da República, de quem esteja no exercício de funções A ou B, com essa escalada de um autoritarismo inconsequente”.
Ao ser questionado sobre os articuladores do “complô”, Marun se esquivou. Sem citar nomes, disse que “ódio” faz com que “operadores do direito e da Justiça se sintam à vontade para atuar como se neste país Constituição Federal não existisse”.
Ele, entretanto, evitou fazer críticas à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, ao afirmar que não vê nela o mesmo “viés acusatório” de seu antecessor, Rodrigo Janot.
As prisões de hoje foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, a pedido da PGR. Nas últimas semanas, após Barroso pedir a quebra do sigilo fiscal de Temer e modificar o indulto natalino decretado pelo emedebista no fim do ano passado, Marun afirmou que se licenciará do cargo de ministro para voltar à Câmara dos Deputados e pedir o impeachment do ministro.
Mais cedo, Marun havia dito que as prisões de pessoas próximas a Temer não enfraquecem o governo e que tem certeza que ele não tem relação nenhuma com suposto favorecimento à empresa Rodrimar. A operação é ligada à investigação sobre o inquérito do Decreto de Portos, assinado por Temer, que teria beneficiado a empresa e outras do setor portuário
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