Leia também
Na avaliação de Marta, tão grave quanto os problemas econômicos é a crise política vivida pelo país, com o aprofundamento da falta de confiança e credibilidade. “O que mais me preocupa, neste momento, é que, a cada ação de seu governo, assistimos ao aumento do grau de seu isolamento e a ampliação de seu distanciamento da sociedade”, acrescentou.
Marta foi ministra de Dilma entre setembro de 2012 e dezembro de 2014. Ao entregar o cargo no Ministério da Cultura, divulgou uma carta com críticas à presidenta. A intensidade dos ataques cresceu este ano. Lideranças do PSB já dão como praticamente certa a filiação da senadora, que tende a ser a candidata do partido à prefeitura de São Paulo em 2016 contra o prefeito petista Fernando Haddad.
No início de fevereiro, a ex-prefeita da capital paulista atribuiu a derrota de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na disputa à presidência da Câmara ao “intervencionismo do governo, indevido e atrapalhado”.
Em janeiro, Marta criticou a volta de Juca Ferreira ao Ministério da Cultura. Ela encaminhou à Controladoria-Geral da União (CGU) documentos que sugerem irregularidades em contratos de R$ 105 milhões firmados por ele em sua primeira passagem pela pasta. Antes disso, na segunda semana do ano, Marta disparou contra Dilma e o Partido dos Trabalhadores. “Ou o PT muda ou acaba”, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
PublicidadeVeja a íntegra da nota de Marta publicada no Facebook:
“Em meio a gritos de protestos, buzinas e panelaço, São Paulo assistiu, atônita e perplexa, o pronunciamento da Presidenta Dilma nesta noite de 8 de março.
Tentando se apoiar na ultrapassada justificativa da crise internacional, Dilma negou, mais uma vez, a gravidade e dimensão da atual crise econômica, as responsabilidades de seu governo e as consequências de seus desdobramentos para o povo brasileiro.
O que mais me preocupa, neste momento, é que, a cada ação de seu governo, assistimos ao aumento do grau de seu isolamento e a ampliação de seu distanciamento da sociedade.
Tão séria e grave quanto os problemas econômicos é a crise política e o consequente aprofundamento da falta de confiança e credibilidade.”