O novo ministro da Previdência, Luiz Marinho, disse há pouco que a reformulação do sistema previdenciário não atingirá os atuais contribuintes, mas apenas as próximas gerações. “O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] deixou claro. Vamos discutir a Previdência olhando para o futuro, não para o momento. É para a próxima geração que nós vamos fazer a reforma”, disse o ministro, logo após ser empossado pelo presidente Lula.
Segundo Marinho, a reforma não será enviada pelo governo, mas discutida, inicialmente, pelo Fórum de Negociação da Previdência, antes de seguir para o Congresso. "Não queremos que seja uma proposta do governo, mas da sociedade. Vamos permitir que as novas gerações tenham um sistema mais condizente com necessidade dos trabalhadores."
"As contas estão razoavelmente equilibradas com este conceito de separar efetivamente Previdência e o que é política social. Separando isso, o déficit é pequeno e nós temos condições de, através de gestão, conduzir esse processo e preparar a reforma para a próxima geração", disse.
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Durante a posse dos cinco novos ministros esta manhã, o presidente Lula disse que resolveu não entregar a Previdência ao pedetista Carlos Lupi, que assumiu hoje o Trabalho, porque sabia que o PDT criaria resistências às mudanças necessárias para o setor. “Eu quero avisar a todos aqueles que acham que a previdência é insolúvel de que ela vai ser consertada sem que a gente jogue no colo dos pobres a responsabilidade pelo déficit da previdência”, ressaltou o presidente.
"Há um déficit que não reconheço como déficit. O que chamamos de déficit na Previdência é muito menor que os números que aparecem, de R$ 47 bilhões", disse o presidente. "Parte dos R$ 47 bilhões significa política social que nós, a partir da Constituição de 1988, introduzimos. Há aposentadoria rural, políticas sociais para idosos e portadores de deficiência."
O ministro disse que, a pedido do presidente, irá manter a atual estrutura da pasta para preservar os técnicos que "entendem do assunto”. (Edson Sardinha)