Na coletiva, Marina disse que os partidos políticos estão sendo “muito respeitosos” com o atual momento. Segundo a ex-senadora, a escolha do que fazer levará em conta a opinião dos integrantes da Rede. Os apoiadores também não chegaram a um consenso. Uma parte quer que ela entre em um novo partido e dispute a Presidência da República em 2014. Outra acredita ser mais viável se concentrar na criação da legenda e concorrer apenas em 2018.
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Por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido de criação da Rede Sustentabilidade. A maior parte dos ministros entendeu que o caráter nacional da nova legenda não foi comprovado. Durante a sessão, eles ressaltaram a forma que o partido foi criado e a ideologia escolhida. Também reforçaram que uma agremiação partidária não deve ser pensada apenas como um projeto de poder, mas com vista à participação política.
Pela legislação eleitoral, é possível se filiar a um partido político até as 23h59 de amanhã para quem quiser disputar um cargo em 2014. Após o registro em uma agremiação, as legendas têm até 15 de outubro para entregar as fichas de filiação aos cartórios eleitorais, que terão a missão de validar ou não os registros. Quem entrar em uma sigla a partir de domingo (6) só poderá participar dos pleitos de 2016 em diante.
Ela entende que precisa tomar a melhor decisão que “seja para a renovação da política”. Partidos como PTB e PPS formalizaram convites. O PEN disse até aceitar fusão futura para receber Marina. “Vai pesar na minha decisão a posição dos que estão preocupados a ideia que a gente tem que quebrar essa polarização. Eu não acho que eu seja a única pessoa que pode acabar com essa lógica da oposição pela oposição e da situação pela situação”, afirmou.
“Demos mole”
O partido entregou ao TSE 660 mil assinaturas. No entanto, apenas 442 mil foram validadas pelos cartórios eleitorais e pelos tribunais regionais eleitorais (TREs). O Ministério Público Eleitoral, em parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, disse ser com “certo pesar” recomendar a rejeição do pedido. Os ministros entenderam que, sem as quase 50 mil assinaturas restantes – eram necessárias 491,9 mil -, não havia possibilidade de o registro ser concedido.
Mais cedo, em texto publicado em seu blog, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), principal responsável por levar a ex-senadora ao Partido Verde e um dos parlamentares cotados para entrar na Rede, criticou a postura de Marina. Para ele, houve equívocos de “avaliação estratégica e tática”. O partido não conseguiu atingir o número mínimo de assinaturas necessárias para ter a criação autorizada pelo TSE. “Demos mole”, concluiu.
Ao ser questionada sobre o texto de Sirkis, a ex-senadora disse não saber exatamente o que ele escreveu. Mas não procurou criar polêmica. Ao contrário, colocou panos quentes na questão. “O que aconteceu naquela reunião tinha a ver com um momento de tensão. Recebo a informação com muito respeito e com muita atenção. Não sei exatamente a natureza, cada um que saiu daquela reunião foi escrever algo para acalmar seus corações”, contemporizou.