A pesquisa Datafolha divulgada hoje (1º.out) mostra que o nome de Lula ainda é o mais forte para a corrida presidencial de 2018. A prévia da pesquisa já havia mostrado que mesmo condenado, o petista lidera em todos os cenários simulados em primeiro e em segundo turno. Nos cenários sem Lula, Marina Silva (Rede) lidera as intenções de voto do primeiro turno, seguida de Jair Bolsonaro.
O único cenário mais apertado para o petista seria contra o juiz Sérgio Moro, que afirma que não tem intenção de concorrer. Condenado em julho por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP), Lula corre o risco de não poder disputar a Presidência no ano que vem, se sua condenação for confirmada em segunda instância.
O Datafolha simulou cinco cenários sem Lula, e em todos eles o primeiro turno é liderado por Marina, que oscila entre 17% e 23% nesses casos. O segundo colocado é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que tem entre 15% e 18%.
Em uma simulação de segundo turno entre os dois candidatos, Marina levaria com vantagem de 18 pontos percentuais, com 47% das intenções contra 29.
Tucanos e Ciro
Os presidenciáveis tucanos Geraldo Alckmin e João Doria tiveram desempenho semelhante ao da pesquisa anterior, oscilando entre 8% e 10%. Prefeito da capital paulista, Doria tem mantido agenda de viagens pelo Brasil e no exterior que parecem ainda não ter surtido efeito nos números. Em vez disso, a rejeição ao prefeito subiu cinco pontos percentuais, indo de 20% em junho a 25% agora. Em um possível segundo turno contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), há empate técnico. Doria tem 34% e Ciro 32% nesse cenário.
Ciro, aliás, tem números semelhantes aos do tucanos e oscila entre 7% e 10% nos cenários sem Lula. Na hipótese de Lula e Ciro disputarem, as intenções de voto para Ciro cai para 4%.
Alckmin ganharia de Ciro no segundo turno com vantagem de 18 pontos percentuais, com 37% contra 29% do pedetista. O nome do governador de São Paulo também foi testado contra o de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, que pode ser uma alternativa do PT caso Lula não possa concorrer. Alckmin ganharia com larga vantagem de 44% contra 17%.
Alternativa
Na prévia divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo ontem, a taxa de transferência de votos de Lula é modesta, de apenas 26%. O PT tem negado ter um “plano B” caso Lula seja condenado em segunda instância e não possa se candidatar, mas um dos nomes apontados caso isso aconteça é Fernando Haddad. Entretanto, o cenário não é favorável para o ex-prefeito da capital paulista. Nos cenários em que seu nome aparece, ele oscila entre apenas 2% e 3% das intenções de voto.
Rejeição
O Datafolha entrevistou 2772 pessoas entre os dias 27 e 28 de setembro e constatou que a rejeição ao nome de Lula, mesmo após sua condenação, caiu desde a última pesquisa, realizada em junho. Ao mesmo tempo em que é o favorito na corrida presidencial, Lula é também o mais rejeitado. As pessoas que responderam que não votariam nele de jeito nenhum caiu de 46% para 42%.
O segundo mais rejeitado é Bolsonaro, com 33%. Na pesquisa anterior ele tinha 30%. Em seguida vem Geraldo Alckmin, com 31%.