O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou à força-tarefa da Lava Jato a versão do ex-executivo da empresa Cláudio Melo Filho de que o PMDB recebeu um pagamento de R$ 10 milhões feito a pedido do presidente Michel Temer, como mostra reportagem da Folha de S. Paulo nesta quarta (14).
De acordo com o jornal, Marcelo começou a depor nesta semana em Curitiba. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Justiça. Segundo o empresário, o jantar no Palácio do Jaburu, realizado em maio de 2014, com a presença de Temer, então vice-presidente, e do hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, realmente aconteceu e nele foi fechado o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha do partido naquele ano. Temer e Padilha negam qualquer ter cometido irregularidades e a Odebrecht não se manifesta sobre este assunto.
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Ainda segundo a reportagem, o patriarca da família, Emílio Odebrecht, também iniciou seu depoimento no acordo de colaboração. Ele foi à sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília nesta terça-feira (13). Ele deve tratar da relação da empreiteira com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. De acordo com a Folha, ele deve falar também sobre a construção da Arena Corinthians, na época da Copa do Mundo. Segundo ele, foi uma espécie de presente a Lula, torcedor do time paulista.
De acordo com a reportagem, pessoas com acesso às investigações contaram que o depoimento de Marcelo focará principalmente nos ex-presidentes petistas e funcionará como uma confirmação das versões de outros executivos da empresa que também fecharam acordo de delação. Ele corroborou ainda a versão do pagamento de sete mesadas no valor de R$ 50 mil a Anderson Dornelles, um dos principais assessores de Dilma, também relatada por Melo Filho. O ex-auxiliar nega.
Após a conclusão dos depoimentos, as delações deverão ser homologadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.
Leia a íntegra da reportagem.