As informações estão em manchete do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira (8), assinada pelos repórteres Andréia Sadi, Rubens Valente e Raquel Landim. A reportagem diz que a posição de Graça Foster contrariou a presidenta Dilma Rousseff e lembra que, pouco tempo depois da reunião do conselho de administração em que houve a divergência com Mantega, a executiva foi substituída por Aldemir Bendine no comando da Petrobras.
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A Folha diz ter conseguido acesso ao áudio em que Mantega e Foster discutem sobre o cálculo sobre as perdas patrimoniais. “Acho uma temeridade divulgar esse número. Vai afetar o nosso rating [classificação de risco], custo financeiro, a solidez da empresa por algo de que não temos certeza. Cria a possibilidade de que a Petrobras tenha um endividamento muito maior em relação a seu patrimônio”, diz Mantega, nos registros de áudio.
A reunião durou cerca de oito horas, diz o jornal. Graça Foster fez questão de divulgar a informação ao mercado e contou com a adesão de representantes dos acionistas minoritários. Segundo a reportagem, a então presidente da Petrobras temia vir a ser responsabilizada por omitir informações financeiras referentes à empresa.
“E se a CVM [Comissão de Valores Mobiliários] me pergunta sobre esses números? Se existe, por que não divulgaram? Quem está escondendo esse número? De quem é a responsabilidade? Da diretoria ou do conselho [de administração]?”, questiona Graça, preocupada com a possibilidade de vazamento de informações, uma vez que “mais de cem pessoas tiveram acesso” ao cálculo. Mantega respondeu que a Petrobras fazia diversos relatórios, nem todos revelados.
“A proposta da diretoria da Petrobras na época não era reconhecer os R$ 88,6 bilhões em perdas no balanço da empresa, mas explicar o cálculo em uma nota explicativa. Quando finalmente divulgou seu balanço três semanas atrás, a estatal desprezou esse valor e admitiu ter perdido R$ 44,6 bilhões em patrimônio, principalmente pela má gestão e pela corrupção na construção de refinarias”, diz trecho da reportagem.