O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou ontem a decisão do Congresso de conceder um aumento de 91% aos salários dos deputados e senadores. O ministro disse que se surpreendeu com o índice adotado pelos congressistas, pois acreditava que os parlamentares fossem apenas repor a inflação, algo em torno de 25%.
"Reajuste tem que ser regrado, senão vamos gastar todos os recursos públicos com folha de pagamento. Acho que temos que ter cuidado com aumentos de folha de pessoal, especialmente os maiores salários", disse.
Mantega afirmou ainda não saber o tamanho do efeito-cascata do reajuste salarial aprovado no Congresso Nacional e cobrou dos parlamentares que informem de onde virão os recursos para o aumento dos salários dos deputados estaduais e vereadores, que costumam crescer na mesma proporção que os dos congressistas.
“Eu não defenderia [equiparação de ministros com o Congresso], porque me parece que, para nós ministros, seria excessivo ter um salário dessa magnitude. Se bem que gostaria muito de receber esse salário. O nosso é de R$ 8.580 e continua congelado. Qualquer dia eu faço uma greve para aumentar o meu salário. Já imaginou eu fazendo greve com o [Luiz Fernando] Furlan?", brincou o ministro.
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Já o presidente Lula reagiu com irritação quando perguntado por repórteres sobre a decisão do Congresso. "Minha filha, não sei. Você me faz pergunta de coisa que eu não sei o que aconteceu", respondeu o presidente numa rápida entrevista após a cerimônia de sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, ontem, no Palácio do Planalto.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, recusou-se a comentar o assunto. "Não entro nessa discussão. Nós temos que ver como é que vai ser o orçamento do Congresso como um todo. Não discuto assunto interno do Congresso", disse o ministro.
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