Thomaz Pires
Em entrevista nesta sexta-feira (3), o ministro da Fazenda Guido Mantega alegou que o número de sigilos quebrados na Receita Federal pode ter sido ainda maior. Segundo ele, outras pessoas também podem ter tido os dados fiscais violados. O ministro reafirmou que o caso já está sendo investigado pela Polícia Federal a pedido do presidente Lula e com a devida rapidez.
Matega refutou qualquer possibilidade de demitir o atual secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, como quer a oposição. Ele afirmou que o sistema de segurança será aperfeiçoado para dar mais garantias aos contribuintes e que “não há sistema inviolável”.
Considerado um dos pivôs do escândalo, o contador Antonio Carlos Atella Ferreira presta depoimento desde as 10h15 desta sexta-feira (3) na Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo. O contador foi intimado hoje pela manhã. Atella Ferreira é apontado como o autor da procuração usada para acessar as declarações de renda de Verônica Serra, filha do candidato à Presidência José Serra (PSDB). O depoimento tem por finalidade confirmar se o contador colaborou para a quebra do sigilo de outras pessoas ligadas ao PSDB.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o contador revelou que um colega, Ademir Estevam Cabral, o procurou em setembro de 2009 e lhe encomendou um serviço junto à Receita para “pessoas de Brasília e Minas” – a apresentação de um lote de “cerca de 18” pedidos de obtenção de cópias de declarações de imposto de renda de pessoas físicas.
Ainda ontem, a PF começou a periciar o computador usado por duas servidoras do fisco em Mauá (SP) suspeitas de terem colaborado para a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra. A 12ª Vara Federal do Distrito Federal autorizou a PF a abrir o disco rígido da máquina e extrair todos os dados nele contidos de uma servidora, cedida pelo Serpro, e que estava atualmente em atividade na Receita.
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