Por Ricardo Cappelli *
Geraldo Alckmin foi eleito pelo voto popular governador de São Paulo quatro vezes. Reúne todas as condições para ser candidato a presidente da República por seu partido. Alguns ministros do Superior Tribunal de Justiça, onde corre processo que pode tirá-lo do pleito, têm o direito de impedir a população de votar no governador paulista?
Renan, Jucá, Aécio e outros acumulam processos. Todos políticos de longa história e trajetória. As denúncias contra eles apesentadas pelo Ministério Público são fartamente conhecidas. Cabe à Justiça impedir o povo de proclamar seu veredicto sobre eles nas urnas?
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Circula a informação de que Michel Temer, presidente da República denunciado pelo MP, pode ter o interesse de ser candidato à reeleição, acreditando numa retomada da economia em 2018. A Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal podem se sobrepor ao direito democrático de julgamento do povo, impedindo Temer de concorrer?
Lula, ex-presidente da República, conhecido pela maioria esmagadora da população brasileira, foi denunciado pelo MP e condenado por Moro. A população está ciente dos processos e das causas alegadas? Podem três pessoas, três desembargadores impedirem a população de decidir a sentença de Lula?
Como bem escreveu Demétrio Magnoli na Folha, “na república dos juízes, o voto torna-se menos livre e a Justiça, menos isenta”.
O Brasil vive uma crise profunda. Econômica, política e social. As causas e saídas para a atual situação dependem do interlocutor.
Foi o populismo fiscal e a corrupção que fez do Estado um puxadinho do projeto de perpetuação da esquerda no poder que nos afundou? A histórica natureza antidemocrática da direita brasileira que não aceitou o resultado das urnas e jogou o país na aventura golpista?
Quais as saídas? Aprovar reformas que reestruturem o Estado, acabando com o inchaço da máquina pública e com os privilégios de corporações, abrindo espaço para aumento da competitividade e retomada do investimento? Retomar o papel indutor do Estado com novos investimentos públicos que dinamizem a economia, ampliando a receita fiscal com o crescimento e o reequilíbrio da arrecadação, cobrando mais de quem pode pagar mais? Menos gasto ou mais investimento?
Qualquer que seja a saída, seja qual for o caminho escolhido, ela deve ser imaculada, expressão incontestável da vontade soberana do povo nas urnas. O Brasil só retomará seu caminho de desenvolvimento e paz com um novo pacto social que tenha como pilar o respeito à soberania popular.
Milhões de brasileiros e brasileiras não podem ser substituídos por alguns servidores do Judiciário na determinação de nossos destinos.
POR ELEIÇÕES AMPLAS, LIVRES E DEMOCRÁTICAS. QUE O POVO DECIDA!
* Ricardo Cappelli é jornalista e secretário de estado do Maranhão, cujo governo representa em Brasília.
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