Pelo segundo dia consecutivo, manifestantes pediram hoje (24) em várias cidades brasileiras a saída do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado. Em São Paulo, cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, saíram em passeata pela Avenida Paulista com cartazes em protesto contra a volta do peemedebista ao comando da Casa, de onde foi apeado em 2007 após uma série de denúncias. No Rio de Janeiro, os protestos se concentraram na orla da praia de Copacabana, onde aproximadamente 300 manifestantes entoaram o grito de “Fora, Renan”.
A exemplo de ontem, cerca de 60 manifestantes cortaram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, cobrando o afastamento do presidente do Senado. Na Avenida Beira-Mar, em Florianópolis, uma centena de jovens se reuniu também para protestar contra o peemedebista. Ao todo, mais de 30 cidades brasileiras e até do exterior, como Lisboa e Dublin, na Irlanda, programaram, por meio das redes sociais, manifestações para este domingo pedindo a saída de Renan.
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Os protestos nas ruas são desdobramento do abaixo-assinado virtual, que recebeu o apoio de 1,6 milhão de brasileiros, entregue na semana passada a um grupo de senadores. O manifesto contesta a eleição de Renan e defende que o Senado seja presidido por um senador sem problemas na Justiça. O atual presidente é alvo de três inquéritos por tráfico de influência, falsidade ideológica, desvio de verba e crime ambiental.
Uma das organizadores do evento no Rio, a assistente social Maria Abreu de Oliveira, de 40 anos, defendeu que as pessoas voltem às ruas, assim como aconteceu em 1992, no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que caiu após uma série de denúncias de corrupção.
“Não achamos justa a forma pela qual este senhor assumiu o Senado, é hora de tomar as ruas, pintar a cara e mostrar nossa indignação”, disse Maria Abreu. “O brasileiro, por causa da repressão, não tem o costume de ir às ruas, mas é preciso resgatar o velho jeito de protestar e sair da internet”, completou em entrevista à Agência Brasil.
PublicidadeCoordenadora do Dia do Basta, que será realizado em Brasília no dia 21 de abril com novas manifestações, a estudante de Direito Amanda de Oliveira cobrou maior engajamento por parte dos brasileiros. “A nossa expectativa é que as pessoas vejam o nosso movimento e lutem contra o que está ocorrendo. O brasileiro não tem formação política e é isso que a gente precisa criar no Brasil. As pessoas precisam saber que protestar é importante, pois assim exercemos a nossa cidadania”, disse Amanda também à Agência Brasil.
Como revelou o Congresso em Foco, Renan foi denunciado às vésperas de ser eleito presidente do Senado pelo procurador-geral da República por uso de notas frias para justificar a venda de bois em Alagoas. O senador é acusado de desvio de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Renan ainda responde a dois inquéritos no Supremo, um por crime ambiental e outro por tráfico de influência.
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