Indignados com os gastos bilionários para a preparação da Copa das Confederações e Copa do Mundo, cerca de 400 pessoas se reuniram em frente ao Estádio Nacional de Brasília na manhã desta sexta-feira (14) para protestar. Eles bloquearam a avenida N1, conhecida como Eixo Monumental, com a queima de pneus.
O ato foi organizado por representantes dos movimentos de Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e da e da Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos do Comitê da Copa e faz parte de diversas ações que deverão ocorrer durante a Copa das Confederações. Os organizadores informaram que mobilizações semelhantes acontecerão em 12 capitais do país na próxima semana.
Com a pergunta “Copa para quem?”, os movimentos sociais que integram os Comitês Populares da Copa querem chamar a atenção da população para os bilionários gastos realizados para financiar os eventos esportivos. Eles também questionam sobre as remoções de famílias que residiam em áreas utilizadas agora como locais dos jogos. O grupo de manifestantes afirmou que a ação de hoje também ocorreram em solidariedade aos protestos de São Paulo, contra o aumento das passagens de ônibus.
Após os protestos em frente ao Estádio Nacional, o grupo seguiu para o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. Lá, eles foram recebidos pelo secretário de governo do DF, Gustavo Ponce de Leon. “A reunião não foi conclusiva. Eles não aceitaram nenhuma das nossas pautas de reivindicação e fizeram um alerta muito claro, que entendemos até como um tom de ameaça, que não tolerarão nenhum tipo de protesto amanhã”, afirmou Edemílson Paraná, um dos integrantes da Resistência Urbana.
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No Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou que os protestos não afetarão a realização dos eventos esportivos. “A Copa das Confederações e a Copa do Mundo vão ocorrer sem relação direta com as manifestações”, disse o ministro. Ele afirmou que os protestos são democráticos desde que respeitem os princípios da sociedade democrática.
Ele afirmou ainda que as manifestações não passam uma imagem negativa do Brasil aos estrangeiros porque “o mundo o perceberá que o Brasil não dispõe apenas dos direitos, mas dos instrumentos capazes de conter qualquer tipo de abuso, seja por parte das manifestações ou da repressão”, disse.
O Estádio Nacional de Brasília é o mais caro dentre os que sediarão jogos das duas competições esportivas. Ele foi completamente reconstruído para os eventos. Ele foi inaugurado em 18 de maio, cinco meses depois da data inicialmente prevista, de 31 de dezembro de 2012.
Os custos também tiveram aumentos acima do previsto e o total gasto foi de R$ 1,5 bilhão. Diversas etapas das obras foram questionadas pelo Tribunal de Contas do DF. Levantamento Núcleo de Fiscalização de Obras realizado em abril mostrou que o valor total do estádio saltou dos R$ 696,6 milhões iniciais para R$ 1,5 bilhão.
Com informações da Agência Brasil