Surpreendido já no início de sua fala, depois de pedir um minuto de silêncio para vítimas de ataques terroristas em Paris, Temer sorriu e, ao responder aos manifestantes, comentou a possibilidade de concorrer à Presidência da República: “Ainda não. Por enquanto, não”, disse ao grupo.
Durante o evento, a maioria dos discursos feitos por lideranças partidárias de todo o país defendeu o rompimento imediato da aliança com o Partido dos Trabalhadores e o lançamento de candidatura própria para 2018. Ao lado de Temer na mesa do evento estavam os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), além de senadores como Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (TO) e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil Moreira Franco.
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Questão de tempo
Como este site revelou em 24 de junho, o partido já tinha até nomes para a sucessão de Dilma, no caminho do rompimento da aliança com o PT. O próprio líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), fez menções a nomes do partido que teriam condições de disputar o posto. Entre os nomes mais cotados pela cúpula partidária estão o próprio Temer e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Na época da publicação da reportagem, até Eduardo Cunha foi mencionado. Hoje, a possibilidade cai por terra depois da descoberta de que Cunha, denunciado ao Supremo Tribunal Federal depois de investigações da Operação Lava Jato, movimentou milhões de dólares e francos suíços no exterior sem declaração à Receita Federal e, por consequência disso, virou alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara.