A reportagem do Congresso em Foco esteve no local e testemunhou a mobilização do aparato de segurança pública durante o protesto. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, houve princípio de incêndio em um contêiner de detritos, em uma via de acesso ao prédio. Ao final do ato, lixo e pichações em um dos muros do prédio da emissora.
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Segundo informações da Polícia Militar do DF, durante a dispersão do ato, uma manifestante xingou a equipe de uma das viaturas e recebeu voz de prisão, por desacato à autoridade. Alguns militantes reagiram à detenção, e a polícia precisou usar gás de pimenta, em ação sem muitas consequências. A militante detida foi encaminhada à 5ª DP, que fica na região central da cidade.
O número de manifestantes no local foi subestimado pela polícia, de acordo com profissionais da Globo impedidos de deixar o prédio da empresa. Alguns se disseram amedrontados em razão de a militância ter ameaçado, aos gritos, invadir as dependências da emissora.
Coerção e reação
O protesto foi um entre vários orquestrados durante o dia como reação à condução coercitiva imposta ao ex-presidente Lula para depoimento à Polícia Federal, em São Paulo. Trata-se do inquérito sobre a relação entre Lula e sua mulher, Marisa, com uma cobertura no Guarujá e um sítio em Atibaia – segundo a Operação Lava Jato, ambos custeados por empreiteiras envolvidas com o esquema de fraude em contratos na Petrobras. Lula nega qualquer irregularidade e diz que não é dono de quaisquer dos imóveis, e que apenas usufrui do que amigos lhe oferecem.
PublicidadeDurante o dia, em decorrência dos desdobramentos da condução coercitiva de Lula, diversos jornalistas da TV Globo foram hostilizados Brasil afora. Em São Paulo, onde Lula prestou depoimento, militantes do PT se revezaram em atos de apoio ao ex-presidente na sede do partido, na residência dele em São Bernardo do Campo e no Aeroporto de Congonhas, onde Lula prestou esclarecimentos à Polícia Federal. Em nota oficial, a emissora condenou a onda de agressões.
“A TV Globo repudia esses atos e se solidariza com seus profissionais, que não fazem mais do que relatar, com isenção e profissionalismo, fatos relevantes para os brasileiros”, diz a nota, lida pelo âncora do Jornal Nacional William Bonner.