Lúcio Lambranho
Uma marcha em favor do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, partiu no início da tarde desta segunda-feira (6) da Universidade Pedagógica Nacional em direção a Casa Presidencial, na capital Tegucigalpa.
Segundo informações do jornal El Tiempo de Honduras, os manifestantes se deslocam em um marcha pacífica, mas querem o fim do golpe de estado. “É uma marcha 100% pacífica, de resistência popular contra os golpistas”, disse ao jornal Juan Barahona, coodenador do Bloco Popular, uma das entidades envolvidas com o protesto.
Pelos menos duas pessoas teriam sido mortas ontem em confrontos com a polícia ontem quando o governo impediu o desembarque de Zelaya no aeroporto Toncontín, na capital hondurenha (leia mais).
Logo pela manhã de hoje, o governo fechou o aeroporto da capital para operações comerciais e colocou aviões na pista para impedir novas tentativas de desembraque como a de ontem feita por Zelaya. Segundo as autoridades da Aeronáutica hondurenha, a medida só vale para Tegucigalpa, já que outros aeroportos da cidades de San Pedro Sula, La Ceiba e Roatán continuam funcionando normalmente.
Cerca de 820 pessoas foram detidas em Tegucigalpa e em duas cidades vizinhas por desrespeitarem o toque de recolher decretado na semana passada em virtude da crise política. Segundo a BBC Brasil, o porta-voz da Polícia hondurenha, Germán Rivera, disse que as detenções aconteceram nos últimos dias e que a maioria das pessoas foi solta.
Moções de repúdio
Na última quinta-feira, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado aprovou uma moção de repúdio ao golpe em Honduras. Um documento igual está na pauta da reunião desta quarta-feira (8) da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. A moção de repúdio foi sugerida pelo presidente da comissão, deputado Severiano Alves (PDT-BA). Aprovas nas comissões os dois documentos devem ser encaminhados ao Ministério da Relações Exteriores.
O chanceler, ministro Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-feira que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável”. “Será muito difícil para eles se manterem no poder, porque são muito dependentes da ajuda externa”, disse Amorim que acompanhou o presidente Lula em uma visita a Paris.
“Honduras é muito dependente da ajuda dos Estados Unidos, do Banco Mundial e de petróleo. Esse novo governo não tem possibilidade de durar dois ou três meses”, disse o chanceler durante entrevista coletiva na capital francesa.
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