Muitos dos sindicalistas exibiram máscaras da presidenta Dilma Rousseff com chifres e, sem atender ao apelo da Presidência do Senado por silêncio e ordem, quase foram também obrigados a deixar as galerias superiores do palco das decisões legislativas. Apesar de o regimento interno proibir manifestações de visitantes em plenário, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se diz contrário às medidas de ajuste, contemporizou e determinou apenas a suspensão da sessão por alguns minutos, quando os discursos ficaram inaudíveis em meio ao barulho. Depois de alguma conversa com as lideranças do movimento, a sessão foi reiniciada.
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Antes da confusão na sessão deliberativa, manifestantes abriram um saco com estrume e espalharam o conteúdo na garagem de um dos acessos ao prédio do Senado. O mau cheiro foi sentido por servidores da Casa em diversos pontos, como o comitê de imprensa e as entradas subterrâneas que dão acesso ao plenário.
Dissidências
A votação transcorre no Senado mesmo sem obtenção de acordo de lideranças, como o próprio Renan anunciou mais cedo. O governo tem pressa na aprovação da matéria, apontada como essencial para promover o ajuste fiscal anunciado há alguns meses: a medida perde validade em cinco dias, a partir de 1º de junho. Mas os planos do Planalto podem ir por terra, se depender da oposição e alguns senadores da base contrário às medidas do ajuste: eles já avisaram que esgotarão todas as possibilidades regimentais para tentar derrubar a MP.
Polêmica, a matéria provoca dissidências dentro da base partidária e no próprio partido da presidenta – os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Paim (PT-RS) assinaram, na semana passada, um manifesto de entidades e personalidades contra o ajuste e a política econômica de Dilma. E, já na etapa de votação dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância, ficou demonstrado que a tarefa governista não será fácil: os preceitos constitucionais foram aprovados por apenas quatro votos de diferença (37 a 32).
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