A torcedora Kelly Cristina dos Santos, conhecida nas redes sociais como Kelly Bolsonaro, invadiu o campo do estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante o jogo entre Flamengo e Fluminense, para protestar contra o governo federal. A manifestante segurava um cartaz com os dizeres “Fora Dilma” e também estava enrolada em uma bandeira do Brasil. No momento da invasão, aos 33 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada e parte da arquibancada aplaudiu a iniciativa de Kelly.
No cartaz que a torcedora ergueu enquanto esteve no gramado do Mané Garrincha, além dos dizeres “Fora Dilma”, havia também uma convocação para a manifestação no próximo dia 13 contra o governo.
Nas redes sociais, a ativista se vangloriou do ato. “Todos podem fazer o mesmo, basta querer e tomar uma atitude, chega de pagarmos uma conta que não é nossa!”, escreveu Kelly, que não possui nenhum parentesco com o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
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A página de Kelly no Facebook possui mais de oito mil seguidores e dissemina os ideais de Bolsonaro. Ataques ao PT e pedido de impeachment estão entre as postagens preferidas de Kelly, que ainda critica o feminismo e condena as cotas raciais nas universidades.
Crescimento
O ato de Kelly comprova, mais uma vez, o crescimento do antipetismo no Brasil, apontado também por pesquisa de cientistas políticos divulgada neste domingo (21). Os antipetistas subiram de 7,49% do eleitorado em 1997 para 11,44% em 2014. O número já é proporcionalmente maior do que o das pessoas que declaram preferência por PSDB e PMDB.
A pesquisa foi elaborada pelo cientista político David Samuels, professor da Universidade de Minnesota (EUA), em parceria com o também cientista político Cesar Zucco Jr., da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. A maioria dos antipetistas defende a volta dos militares ao poder e se dizem contra políticas como o Bolsa Família e as cotas para negros em universidades públicas.
O pesquisador David Samuels, porém, diz não haver um único motivo para justificar o ódio pelo partido dos trabalhadores. As posturas de Lula e Dilma, porém, estão entre as principais contestações dos avessos ao PT.
Punições esportivas
O Estatuto do Torcedor prevê punições em casos de invasão ao campo. Segundo o artigo 13-A do regimento esportivo, é obrigação de quem está nas arquibancadas “não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores”. Sendo assim, o Fluminense, mandante da partida, será julgado no Tribunal de Justiça Desportiva e está sujeito a perder mando de campos e ser multado.
Depois do apito final, um torcedor vestido com a camisa do Fluminense também invadiu o campo. Ele entrou para abraçar o atacante Fred, mas rapidamente foi contido por policiais.
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