O ESTADO DE S. PAULO
Senadores usam servidores públicos em suas campanhas
Assessores que deveriam estar em Brasília são enviados a Estados para trabalhar na reeleição de parlamentares.
Uma tropa de cabos eleitorais pagos pelo Senado está trabalhando na campanha dos senadores candidatos nos Estados. São assessores que, oficialmente, deveriam apenas cumprir expediente nos gabinetes, mas estão nas ruas pedindo voto, coordenando e ajudando na corrida eleitoral dos parlamentares.
Levantamento feito pelo Estado identificou uma intensa transferência de servidores registrados em Brasília para os redutos eleitorais dos senadores e a reportagem flagrou assessores que recebem salário do Senado atuando na campanha.
A reportagem constatou que, dos 53 senadores que disputam as eleições, 33 aumentaram o quadro de servidores de confiança entre julho de 2009 e julho de 2010 e transferiram a maioria para os Estados. Quem não aumentou adotou a segunda manobra e tirou seus funcionários de Brasília. Só nos últimos 23 dias, desde o início oficial da campanha, 53 assessores foram realocados, segundo dados do sistema interno de Recursos Humanos, para os “escritórios de apoio” dos senadores, entre eles os dos candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Heráclito Fortes (DEM-PI), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS). Desde início de fevereiro, foram cerca de 175, uma média de uma transferência por dia.
Os senadores aproveitaram a calmaria no Congresso – serão realizadas apenas duas semanas de votações até as eleições de outubro – para esvaziar seus gabinetes em Brasília. Hoje, há cerca de 1,1 mil assessores espalhados pelo País recebendo salários do Senado sem nenhum tipo de fiscalização por perto que os impeça de atuar como cabos eleitorais.
Tuma e Mercadante têm funcionários em SP
Os dois senadores por São Paulo que disputam a eleição deste ano mantêm assessores pagos pelo Senado em escritórios políticos na capital paulista. Romeu Tuma (PTB-SP), candidato à reeleição, tem 15 assessores em uma casa na Vila Mariana. Aloizio Mercadante, que disputa o governo do Estado pelo PT, mantém 16 em um escritório na Vila Madalena.
Assessor contradiz Crivella sobre papel na campanha
O senador e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus Marcelo Crivella (PRB-RJ) utiliza estrutura de seu gabinete na campanha à reeleição. Seu assessor de imprensa, o jornalista Ruy Sampaio Lima, é um dos 20 funcionários do Senado lotados no escritório de apoio no Rio. Ontem, Lima participou de eventos em Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Indagado sobre a participação de um assessor que é pago pelo Senado em sua campanha, Crivella afirmou: “Ele só faz expediente na parte da manhã. Mas está aqui fazendo hora extra como freelancer para outras organizações.”
Regra permite multiplicação de cargos
Uma regra do Senado, espécie de “milagre da multiplicação”, permite aos senadores aumentar o quadro de assessores a qualquer momento, inclusive em ano de campanha eleitoral. Uma vaga de R$ 9,9 mil, por exemplo, pode ser dividida em até cinco pessoas com salários menores.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO), candidato à reeleição, aproveitou a brecha para aumentar o número de funcionários no gabinete em 50%. De 36 servidores em julho de 2009, passou para 53 em 2010, 32 deles estão apenas em Rondônia.
‘Está cheio de estradas da morte’, diz Serra
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou ontem a situação da malha rodoviária federal do País e apontou loteamento político no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O tucano se disse favorável à estadualização de BRs – com repasse integral para os Estados dos recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada sobre o consumo dos combustíveis.
Mercadante reforça crítica a gestões tucanas
Candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT) subiu o tom das críticas contra a gestão tucana, ontem. Prometeu acabar com a progressão continuada na educação e comparou o sistema de promoção de professores por mérito, criado na gestão tucana, a um “pau de sebo”. “Só 20% se beneficia e quando isso ocorre só pode receber novo bônus quatro anos depois. É como um pau de sebo. Ele nunca chega ao topo”, disse.
O candidato acusou, ainda, a gestão tucana de barrar projetos federais por questões políticas. “São Paulo não participa do Saúde da Família, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ou das Unidades Básicas, cujo orçamento da União é complementado pela administração municipal. O governo paulista, aliás, é o único entre os Estados que não tem parceria com o governo federal nesses programas”, disse.
Equipe de Dilma quer desconstruir imagem de Serra como gestor
O comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência prepara estratégia para desconstruir o discurso de bom gestor do adversário do PSDB, José Serra. A ideia é explorar a velha tática do medo de mudança e apontar “pontos fracos” do tucano como ministro da Saúde e do Planejamento, governador e prefeito de São Paulo.
Os programas sociais desenvolvidos pelo tucano estão na mira do PT, que pretende enlamear sua fama de administrador eficiente. Em reuniões realizadas ao longo da semana, a equipe de Dilma chegou à conclusão de que o melhor momento para pôr em prática a estratégia será no debate da TV Bandeirantes, em 5 de agosto.
Ex-ministra da Casa Civil, Dilma vai jogar os holofotes sobre o Bolsa-Família e a segurança pública. Na avaliação do comitê petista, os programas sociais representam para Serra, na atual disputa, o mesmo problema que as privatizações representaram para o então candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB)- hoje postulante ao governo paulista – na eleição de 2006.
Marina: ‘Não sou de direita nem de esquerda’
Em entrevista à Rádio ABC, na manhã de ontem, a candidata à Presidência Marina Silva defendeu a candidatura de “terceira via” do PV por não ser nem de oposição, nem de situação. “Não sou de direita, nem de esquerda, estou à frente.”
Ao condenar a “política comandada pelos velhos caciques”, Marina propôs o que chamou de nova política. “Não quero ganhar de qualquer jeito, a qualquer custo”, disse, negando que esteja atacando ou desqualificando seus adversários. “Não me coloco nesse lugar ridículo.”
A candidata reafirmou o objetivo de criar as bases para a implementação de reformas (tributária, política, trabalhista) e acrescentou a reforma da segurança pública. Segundo ela, é preciso investir em inteligência para combater o crime organizado, melhorar o salário dos policiais e garantir a aplicação dos direitos humanos aos presos que estão “amontoados nas cadeias”.
Lula demite presidente e diretor dos Correios
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou o comando dos Correios, mas manteve a estatal como feudo do PMDB. Após demitir Carlos Henrique Custódio, ligado ao ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB), o Planalto indicou para presidente da empresa David José de Matos, que integrou o governo de José Roberto Arruda, que deixou o cargo acusado de capitanear o mensalão do DEM no Distrito Federal.
“Havia uma necessidade de dar uma oxigenação nos Correios”, disse o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, ao justificar a troca de comando.
No xadrez das relações de PT e PMDB, a nomeação de David de Matos fortalece aliança em Brasília, já que peemedebistas formam chapa com o candidato petista ao governo do DF, Agnelo Queiroz.
Maior sócio da ‘supertele nacional’ agora é português
A Portugal Telecom anunciou dois grandes negócios no Brasil. A empresa está vendendo sua participação na Vivo para a Telefónica, por € 7,5 bilhões, e comprando 22,4% da Oi, por até R$ 8,44 bilhões. A entrada da PT na Oi faz com que o maior acionista da “supertele nacional” passe a ser uma empresa estrangeira. O negócio saiu depois que o presidente Lula deu garantias ao governo português.
FOLHA DE S. PAULO
Acordo da Oi pode exigir aporte de dinheiro público
Governo não confirma nem nega uso de recursos, mas impõe que tele continue sob controle nacional.
A participação do governo federal foi fundamental na conclusão dos dois negócios que mudam o rumo das telecomunicações no país, segundo apurou a Folha.
Por R$ 8,4 bilhões, a Portugal Telecom ficará com 22,4% da Oi, que terá 100/0 da tele europeia. Por R$ 17,2 bilhões, a PT vendeu sua parte na Vivo à Telefónica.
La Fonte e Andrade Gutierrez não podem vender ações até 2015. BNDES e fundos devem injetar no futuro R$ 1,1 bilhão para manter suas participações na Oi.
O governo não confirmou nem negou o aporte. Para que a operação fosse fechada, o presidente Lula impôs que a tele continuasse “brasileira da Silva”.
Mercadante cola em presidente e ataca tucanos
O candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, concentrou-se em duas estratégias, ontem, ao participar de sabatina promovida pela Folha e pelo UOL.
Primeiro, vinculou seu nome aos projetos do governo federal e ao presidente Lula, de quem disse ter uma trajetória indissociável. Em outra frente, atacou as gestões do PSDB, e acusou o partido de tirar vantagem da máquina pública. “Essa estrutura é muito forte. É muito difícil se contrapor a isso.”
Lula demite chefia dos Correios para evitar politização de crise na estatal
Na tentativa de evitar a politização da crise dos Correios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o presidente da empresa, Carlos Henrique Custódio, e o diretor de Gestão de Pessoas, Pedro Magalhães Bifano.
O engenheiro David José de Matos, que trabalhou nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, no Distrito Federal, vai assumir a vaga de Custódio.
As demissões devem ser publicadas no “Diário Oficial da União” de hoje. Os dois foram indicados pelo ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais.
Site divulga nomes de políticos que atendem Lei da Ficha Limpa
Está no ar a partir de hoje um site com o cadastro de candidatos que atendem à Lei da Ficha Limpa.
A página na internet (www.fichalimpa.org.br) foi idealizada pelas ONGs Abracci (Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade) e MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral). A adesão dos candidatos é voluntária.
Todos os partidos foram informados da criação e iniciativa do site. As ONGs enviaram carta às legendas convidando-os a participar de sua divulgação. Na carta, disseram que a sociedade quer “fazer a lei pegar”.
Marina abandona ideias de campanhas anteriores do PV
Descriminalização da maconha e do aborto, fim do serviço militar obrigatório, criação de “ecotaxas” para coibir o consumo de gasolina e a produção de automóveis.
Estas são algumas bandeiras que marcaram as duas primeiras candidaturas do PV à Presidência, mas foram descartadas pela campanha de Marina Silva em 2010.
À exceção das causas ecológicas, as diretrizes do programa de governo da senadora pouco lembram as plataformas de Fernando Gabeira, em 1989, e Alfredo Sirkis, em 1998. Os dois receberam menos de 1% dos votos.
Apresentado por Marina anteontem, o documento “Juntos pelo Brasil que queremos” evita polêmicas que possam contrariar o eleitor conservador, os militares ou as convicções religiosas da candidata, que é evangélica.
Na área econômica, promete manter a política vigente e condena a criação de novos impostos, num aceno a empresários e doadores.
Dos “sonhos delirantes” ao crivo de Marina, partido pode perder essência
A guinada “careta” do PV, dos ideais libertários da geração de Gabeira e Sirkis à influência das crenças religiosas de Marina Silva sobre o programa partidário, mostra um pragmatismo que destoa um pouco da utopia que a campanha presidencial da senadora tenta difundir.
Já haviam sumido do estatuto do partido temas polêmicos como a defesa do aborto e da discriminalização das drogas. Agora, até uma “boutade”, como a bandeira do fim do serviço militar obrigatório, está sujeita ao revisionismo da era pós-Marina.
Tanto Sirkis quanto outros dirigentes do partido -como o candidato ao governo de São Paulo, Fábio Feldmann- já admitiram que, na fase pré-Marina, o PV era um partido sem cara, aliado a governos de vários matizes ideológicos e sem critérios claros para aceitar filiados.
Dilma diz que será “mãe dos brasileiros”
Chamada pelo presidente Lula de a “mãe” do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do programa Luz para Todos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem em Natal (RN) que, se eleita, será a mãe de todos os brasileiros.
“O presidente Lula me deu um legado, uma missão, que é cuidar do povo brasileiro”, afirmou a ex-ministra da Casa Civil, em discurso após caminhada pelo centro da cidade. “Eu vou honrar esse legado, vou cuidar como uma mãe do povo brasileiro.”
Dilma pediu ainda aos eleitores que não a deixem só, sem o apoio da maioria no Senado, o que ocorre hoje no governo Lula. “Não me deixem sozinha lá em Brasília”, pediu, ao microfone. “Elejam senadores comprometidos com o Brasil”, completou.
“Dilmaboy” diz que está “aberto a negociações” com PT
O estudante de publicidade Paulo Reis, 25, autor do hit do YouTube “Dilmaboy”, já tem empresário para “gerenciar sua agenda” e disse que está “aberto a negociações” com o PT sobre uma possível participação na campanha da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
No vídeo, que já teve mais de 184 mil visualizações, ele faz uma paródia musical de “Telephone”, de Lady Gaga, em homenagem a Dilma.
“Ela é a nova Evita Perón / Olha pra ela / Ela agora é sucesso / Amiga do homem / Vai vencer”, diz um trecho.
Comitê de Serra cria esquadrão antiboato
O comitê de campanha do presidenciável José Serra (PSDB) montou um “esquadrão antiboato”. É composto por 15 equipes de repórteres e cinegrafistas. Percorrem o país à procura de “boatos”.
Produzem relatórios para o núcleo de marketing da campanha, comandado pelo jornalista Luiz Gonzalez.
Em privado, Serra se diz convencido de que o PT, partido de Dilma Rousseff, espalha rumores com o intuito de prejudicar sua campanha.
Tucano usará temas polêmicos para confrontar Dilma
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, definiu, em conversa com aliados, como estratégia de campanha a abordagem de temas desconfortáveis ao PT. A ideia é tocar em pontos polêmicos para chamar a adversária petista, Dilma Rousseff, para o confronto. O tucano elegerá quatro temas. Entre os cotados estão a relação do PT com o MST e movimentos sindicais, a necessidade de combate às drogas, e o que Serra chama de loteamento da máquina.
Além deles, a política externa -em aliança com líderes controversos- também deve ser explorada. Em conversa com Aécio Neves, candidato tucano ao Senado, Serra minimizou o impacto de recentes declarações em que disse que, com Dilma, haverá mais invasão no campo. Segundo Serra, essa seria uma maneira de desafiar Dilma para o debate.
Após a conversa, Aécio também endossou a estratégia tucana. Disse que há divergências profundas entre PSDB e governo, que, segundo ele, “estatiza movimentos” sociais e sindicais.
Lula deve voltar ao Planalto em 12 de agosto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá voltar a despachar do Palácio do Planalto no dia 12 de agosto. A data está reservada na agenda presidencial para a mudança.
O prédio está em reforma desde maio do ano passado e deveria ter sido entregue à Presidência em fevereiro. Mas uma série de problemas atrasou o cronograma original.
Juntos, 14 candidatos têm R$ 21,7 mi no exterior
Ao menos 14 candidatos pelo país declararam, somados, possuir R$ 21,7 milhões guardados em bancos no exterior, incluindo paraísos fiscais, como a Suíça.
Outros dois disseram à Justiça Eleitoral ter investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas (Caribe), conhecidas pelos baixíssimos impostos e a flexibilidade na legislação. Em todos esses 16 casos, a prática não é ilegal.
Um deles é Blairo Maggi (PR), ex-governador de Mato Grosso, que concorre ao Senado e é um dos maiores plantadores de soja do mundo.
TSE permite que PRTB acesse base de dados de institutos
O Tribunal Superior Eleitoral concedeu ao PRTB acesso à base de dados das mais recentes pesquisas do Datafolha e do Vox Populi para presidente.
O partido, que lançou Levy Fidélix à Presidência, havia, em nota, lançado suspeita de “manipulações” de dados, já que os resultados das pesquisas apresentam diferenças.
O levantamento do Datafolha foi publicado sábado, e o do Vox Populi, na sexta. As pesquisas foram feitas em períodos diferentes.
O GLOBO
Petrobras pega na CEF triplo de toda verba do saneamento
A Caixa Econômica Federal (CEF) já emprestou para a Petrobras R$ 5,6 bilhões em menos de dois anos: R$ 2 bilhões no mês passado e R$ 3,6 bilhões no auge da crise financeira global, em 2008. O crédito dado à Petrobras representa praticamente três vezes todo o dinheiro da Caixa para saneamento, que não passa de R$ 1,982 bilhão. Os R$ 5,6 bi emprestados quase se igualam aos valores desembolsados no programa Minha Casa, Minha Vida, a vitrine do governo Lula para habitação popular. Como a Petrobras tornou-se o principal devedor da Caixa, envolvendo valores elevados, o banco público criou uma Superintendência Regional, no Rio, “destinada ao relacionamento institucional com a Petrobras”. Para o advogado e especialista em petróleo Cláudio Araújo Pinho, falta mais transparência sobre a situação de caixa da Petrobras. No mercado financeiro, o entendimento é que o dinheiro da CEF só foi liberado porque a capitalização da Petrobras está demorando e só deve sair em setembro.
Eleições 2010: Mil ONGs fiscalizarão fichas de candidatos
Entidades de combate à corrupção lançaram ontem o Portal da Ficha Limpa, um site que vai cadastrar os candidatos que passarem pela peneira das novas regras eleitorais e se comprometerem a prestar contas da arrecadação e das despesas da campanha em tempo real, pela internet. O site (www.fichalimpajá.org.br) entra hoje em funcionamento.
O cadastramento, segundo o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, deve ser uma iniciativa do próprio candidato, que deverá apresentar documentos comprovando suas “credenciais éticas”. Ele não precisará apresentar certidões judiciais de idoneidade, obrigatórias no ato de inscrição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas terá de assinar cartas de compromisso e documentos em que afirma não ter condenações no estado em que concorre, assim como nos demais. Também terá de declarar que nunca renunciou a mandato para evitar cassação.
A criação e a manutenção do site durante a campanha deverão custar R$35 mil. A iniciativa é do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da Associação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) e do Instituto Ethos, que vai gerenciar o portal, em São Paulo. A Abracci e o MCCE reúnem redes de ONGs no país. A estimativa é que os candidatos sejam fiscalizados por cerca de mil entidades que compõem essas redes, além de internautas e dos próprios adversários políticos. Nestas eleições, o site será voltado para candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal.
Dilma já ganhou, diz Marco Aurélio
Na estratégia de carimbar no candidato tucano o rótulo de “direita”, o coordenador do programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT), Marco Aurélio Garcia, engrossou ontem uma dura reação ao tucano José Serra, deixando escapar um até então escamoteado otimismo de vitória do PT no primeiro turno das eleições. Em entrevista à TV/PT, para contra-atacar críticas dos adversários à política externa brasileira, o também assessor especial do presidente Lula disse que Serra corre em direção à “direita mais raivosa” e que sua carreira terá um “final melancólico” já no primeiro turno.
– Em realidade eu fico constrangido de ver uma pessoa que teve um passado de esquerda como o José Serra ter corrido tanto na direção da direita, daquela direita mais raivosa e atrasada – disse Marco Aurélio Garcia, concluindo que ele será derrotado em outubro: – Me parece um final melancólico da sua carreira política, porque eu acho que a sua carreira política terminará no dia 3 de outubro.
Serra ataca politização no Dnit
O presidenciável tucano, José Serra, fez ontem duras críticas ao que chamou de aparelhamento político do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo ele, o governo investiu apenas um terço do dinheiro arrecadado com a Cide (contribuição cobrada do setor de combustíveis) na área de transporte, o que levou a números trágicos no trânsito. A crítica foi feita em visita a Minas, estado com a maior malha viária do país.
– Nos últimos oito anos foram arrecadados R$65 bilhões por meio da Cide. Sabe quanto o governo gastou disso? Apenas um terço. De cada dez estradas federais, oito não têm condição de operar. Está cheio de estrada da morte por todo lugar – afirmou Serra, que concluiu o raciocínio criticando o aparelhamento do Dnit:
E nos Correios, cai presidente. O único técnico
Depois de quatro anos à frente dos Correios, onde estava desde julho de 2006, o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, foi demitido da presidência da estatal. Nos bastidores, a justificativa do governo foi que sua exoneração teve como causa a crise operacional pela qual passava a companhia. No entanto, segundo fontes ligadas à estatal, a exoneração abriu caminho para um rearranjo no comando da empresa, facilitando o uso político dos Correios na campanha eleitoral, a dois meses do pleito.
Custódio, funcionário de carreira da Caixa sem ligação partidária, foi substituído por um nome apadrinhado pelo PMDB do Distrito Federal: David José Matos, funcionário de carreira da Eletronorte por 30 anos e também filiado ao partido, que foi secretário de Obras do ex-governador Joaquim Roriz e que atualmente ocupava a secretaria-geral da Novacap (empresa responsável por projetos de urbanização da capital). O ato de exoneração será publicado hoje no Diário Oficial.
Na contramão da Ficha Limpa
Adecisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão de conceder registro eleitoral a candidatos que tiveram seus pedidos impugnados pelo Ministério Público Eleitoral provocou indignação entre os defensores da lei. A argumentação do TRE foi que a Lei da Ficha Limpa não pode retroagir. Mas, para juristas, a interpretação do tribunal maranhense vai na contramão de entendimento recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve prevalecer. Por outro lado, há especialistas em legislação eleitoral que consideram a questão controversa e creem que ela só será decidida no Supremo Tribunal Federal (STF).
Presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe), o juiz Márlon Reis disse que a decisão do TRE maranhense difere de outros tribunais eleitorais, como os de Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará, que seguem o entendimento do TSE, de que a lei vale para julgamentos ocorridos antes da sanção da Ficha Limpa. Para Reis, o TRE do Maranhão erra ao entender a inelegibilidade como pena:
TREs começam a indeferir candidaturas
Enquanto o TRE do Maranhão vai na contramão de entendimento recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outros tribunais regionais começam a negar o registro de candidaturas que não passam pelo crivo da Lei da Ficha Limpa. No Ceará, no Espírito Santo e em Santa Catarina, cinco políticos foram barrados.
O TRE do Ceará negou anteontem o registro para dois candidatos a deputado estadual. Sineval Roque, que tentava a reeleição, e Francisco das Chagas Rodrigues Alves, o Nenem Itapipoca, são filiados ao PSB, do governador Cid Gomes. O Ministério Público Eleitoral pediu a impugnação do registro de Roque porque o Tribunal de Contas dos Municípios rejeitou sua prestação à frente da prefeitura de Antonina do Norte, a 481 quilômetros de Fortaleza. Ele contratou servidores sem concurso público. Francisco das Chagas havia sido condenado pelo TRE por compra de votos em 2008, quando concorreu a vereador em Itapipoca.
Apoio tucano a Eduardo Campos provoca crise
A coordenação de campanha do tucano José Serra está agindo para apagar um incêndio em Pernambuco e tentar fortalecer a candidatura presidencial do PSDB no estado. Aliados do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que disputa o governo do estado, estão contrariados com a adesão de prefeitos tucanos à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB-PE) e culpam o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Em maio, Jarbas só aceitou sair candidato para dar palanque a Serra em Pernambuco, segundo maior colégio eleitoral do Nordeste, com 6,2 milhões de eleitores. Há duas semanas, Jarbas chegou a viajar para São Paulo para um encontro reservado com Serra, no qual pediu ajuda financeira para a campanha. A conversa não teria sido produtiva, mas, segundo fontes, o presidenciável tucano atendeu o pedido.
Ministro rebate críticas de Serra a trem-bala
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, rebateu as críticas feitas pelo candidato tucano à Presidência, José Serra, ao projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligará o Rio a São Paulo e Campinas, afirmando que o risco do investimento é do empreendedor e não do governo. Na terça-feira, em Tocantins, o tucano voltou a criticar o projeto, repetindo que, com os R$33 bilhões previstos para a obra, o governo deveria investir em 300 quilômetros de obras de metrô e outras ferrovias. Sem citar o nome de Serra, o ministro dos Transportes disse que esse tipo de colocação é um “falso dilema”.
– O governo não está pegando recurso fiscal para gastar na alternativa A ou na alternativa B. Trata-se de um falso dilema, uma comparação que não se sustenta de pé. O investimento do TAV não está sendo feito em detrimento de outra alternativa de investimento.
Estradas deficientes chegam a 69%
Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o índice de estradas brasileiras em condições deficientes ou péssimas é de 69%. Os números do levantamento referem-se à situação do Brasil em 2009.
De acordo com a pesquisa da CNT, 42.668 quilômetros de estradas brasileiras apresentam problemas de pavimento e de sinalização. “Existe, assim, a necessidade urgente de melhoria, para que o sistema de escoamento da produção seja eficiente e capaz de dar suporte à retomada do crescimento da atividade econômica”, recomenda o estudo.
Dilma: oposição faz ‘política de ódio’
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem, em Natal, que a oposição, em época de eleição, quer ser cordeiro em pele de lobo. Dilma também acusou a oposição de fazer uma política de ódio com os países vizinhos. Anteontem, o presidenciável tucano José Serra disse que o Brasil fazia “filantropia” com o Paraguai, numa crítica à política externa do governo Lula.
– Nós convivemos com aqueles que fazem oposição durante oito anos e depois põem uma pele de cordeiro, mas não deixam de mostrar as patinhas de lobo – afirmou a candidata do PT, durante discurso em comício no bairro do Alecrim, em Natal, no final da tarde de ontem, após participar de uma carreta organizada por PT, PSB, PMDB e PDT.
Campanha de Dilma processa revista ‘Veja’
A coligação da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, e o PT entraram ontem com um pedido de direito de resposta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a revista “Veja”. Na última edição, a revista publicou uma reportagem de quatro páginas repercutindo as declarações do deputado Indio da Costa (DEM-RJ) sobre suposta ligação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o narcotráfico. A revista diz que “o episódio foi uma afobação de iniciante, mas o vice de José Serra está correto em se espantar com a ligação de membros do PT com as Farc e seus narcoterroristas”.
Mercadante admite ‘grave erro’ com caso aloprados
Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT) admitiu ontem que cometeu um “grave erro” na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos aloprados do PT. Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem administração pública.
– Nunca fui réu em nenhum processo relacionado à administração pública. Sou bastante rigoroso e exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso e não o engavetador geral do passado. (…). Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor – disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Aécio e Anastasia negam ‘corpo mole’
O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), está jogando parte de suas fichas no apelo que o futebol tem para os eleitores para tentar ganhar espaço na disputa com o senador Hélio Costa (PMDB) pelo governo do estado. Após receber apoio de lideranças das torcidas dos três times da capital mineira – Atlético-MG, Cruzeiro e América – no início da semana, ontem Anastasia aproveitou a visita do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, a Belo Horizonte para promover mais um ato de campanha.
Acompanhados do ex-governador e candidato ao Senado Aécio Neves (PSDB), eles visitaram as obras do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, que começou a ter seu gramado retirado como parte do projeto de adequação do espaço para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Durante o evento, Anastasia e Aécio negaram que haja “corpo mole” ou falta de empenho na campanha de Serra – que dormiu em Belo Horizonte e participa de eventos com Aécio e Anastasia em Ituiutaba, no Triângulo mineiro, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
Fifa se choca com Estatuto do Torcedor
Lançado com pompa por Lula, o Estatuto do Torcedor pode não valer para a Copa no Brasil. A medida que proíbe bebida alcoólica nos estádios choca-se com os interesses da Fifa, que tem uma cervejaria como patrocinadora do Mundial.
CORREIO BRAZILIENSE
Leite sobe quatro vezes mais do que a inflação
A disparada no preço do leite está azedando o orçamento familiar. De janeiro a julho deste ano, a bebida acumulou uma impressionante alta de 15,25%, quatro vezes acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrado no período. Além de fatores climáticos prejudiciais à pecuária, o aumento do consumo de laticínios – especialmente na classe C – contribuiu para pressionar a inflação desses produtos. Apesar de um ligeiro recuo nos últimos meses, a tendência é o leite e seus derivados se tomarem mais salgados para o consumidor. “O preço está recuando, mas a expectativa é de que pare e passe a subir, porque o inverno é uma estação seca e a produção cai”, avalia André Braz, da Fundação Getulio Vargas. “O ideal seria comprar o leite no período em que ele está mais barato, para estocar. Mas, em casa, é difícil”, lamenta Mário Ribeiro, 46 anos, pai de três filhos. A família do militar consome 30 litros de leite por mês.
Telefonia: Acordo entre gigantes dá nova cara à Vivo e à Oi
Após meses de negociação, a espanhola Telefónica comprou por 7,5 bilhões de euros a participação da Portugal Telecom na maior empresa de celular brasileira, a Vivo. Para se manter no mercado, a companhia portuguesa adquiriu um percentual do Grupo Oi. O presidente Lula garantiu que a Oi continuará sendo uma empresa nacional.
Cartada: Aliado de Filippelli assume os Correios
Inconformado com uma série de problemas numa empresa que já foi símbolo de eficiência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu ontem o presidente dos Correios (ECT), Carlos Henrique Custódio. Para o seu lugar, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra(1), emplacou o braço direito do presidente do PMDB do Distrito Federal, Tadeu Filippelli. A nomeação do engenheiro David José de Mattos, atual secretário-geral da Novacap, deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU). A diretoria da empresa federal também será modificada.
“Foi uma necessidade de oxigenar os Correios. O governo entendeu que era hora de dar uma nova administração, dar possibilidade de a empresa continuar de forma mais normalizada”, justificou o ministro das Comunicações, José Artur Filardi. Segundo ele, os atrasos nas entregas de encomendas e a dificuldade na realização de concurso para a estatal contribuíram para a saída. A companhia emperrou a licitação para a renovação das franquias, o que levantou suspeitas da oposição de que o atraso teria sido proposital — a intenção seria manter as licenças de pessoas ligadas a peemedebistas.
Caça-fantasmas: Cerco aos parentes do motorista de Efraim
O escândalo da contratação de funcionários fantasmas no gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB) chegou à Advogacia-Geral da União (AGU). Para garantir que seis pessoas da família Bicalho — acusada de se beneficiar das irregularidades — não vendam ou transfiram seus bens, o órgão ajuizou ação pedindo a indisponibilidade das posses de seis parentes do motorista de Efraim, Antônio Bicalho. A União quer garantir que os investigados no esquema tenham recursos para pagar pelo menos os R$ 88 mil desviados dos cofres do Senado com a contratação irregular das estudantes Kelly Janaína Nascimento da Silva, 28 anos, e Kelriany Nascimento da Silva, 32. Elas foram recrutadas pela família Bicalho, que ficava com os cartões bancários das irmãs, para embolsar o salário pago com dinheiro público.
Antônio, Nélia, Kátia, Mônica, Ricardo e Nádia Bicalho são apontados pelo inquérito da Polícia do Senado, atualmente em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), como beneficiários do esquema no gabinete do senador democrata — devido à imunidade parlamentar, a investigação sobre a participação do parlamentar na fraude é de competência do STF. A apuração da polícia verificou transferências bancárias das contas de Kelly e de Kelriany para a de integrantes da família. As estudantes alegam que seus documentos foram utilizados sem que elas soubessem que seriam contratadas para o gabinete de Efraim.
Ensaios para o primeiro round
A uma semana do primeiro debate da campanha à Presidência da República, José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) diminuem o ritmo da agenda nos próximos dias para afiarem as armas para o embate. Os três principais concorrentes ao Planalto já iniciaram a preparação mais árdua, que inclui sessões com assessores — responsáveis por produzir conteúdos sobre possíveis perguntas e respostas em eixos temáticos. O treinamento pode exigir também preparo psicológico, para evitar os tropeços característicos do nervosismo, como lapsos de memória e modulações excessivas de voz (leia quadro). Dos três, pelo menos a petista passará por essa etapa, já que é neófita em debates.
Nas últimas semanas, Serra, Dilma e Marina têm reservado espaços consideráveis da agenda para se debruçarem sobre os principais temas em voga no país. O principal motivo do esforço concentrado é conseguir munição suficiente para a esgrima verbal. Questões ligadas à saúde, à segurança e à economia, entre outras, têm sido repassadas à exaustão pelos três. A petista recebe relatórios diários da equipe comandada pela ex-assessora especial da Presidência Clara Ant. Manteve também encontros com diversos ministros. José Gomes Temporão (Saúde), Fernando Haddad (Educação), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Paulo Barreto (Justiça) sentaram-se à mesa com Dilma para repassarem números de suas respectivas áreas.
Malabarismo e língua afiada
Dando sequência ao tour pelo Nordeste em busca de imagens de campanha e de estreitar laços na região em que o presidente Lula nada de braçadas no quesito popularidade, Dilma Rousseff cumpriu agenda política em Natal (RN) e provocou a oposição. A candidata do PT à Presidência foi recebida logo cedo, no Aeroporto Augusto Severo, por dois candidatos ao governo de partidos da base aliada: Iberê Ferreira de Souza (PSB), atual governador, e o ex-prefeito da capital potiguar Carlos Eduardo Alves (PDT). Foi a primeira visita de Dilma ao estado depois da homologação da candidatura e a primeira vez que participou de corpo a corpo. Ela não perdeu tempo em provocar Serra e o DEM
Antes do primeiro compromisso — uma palestra na 62ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Dilma concedeu entrevista na qual criticou o DEM por ter sido contra o Programa Universidade Para Todos. Segundo Dilma, o partido, que no Rio Grande do Norte tem como candidata ao governo a senadora Rosalba Ciarlini, tentou impedir na Justiça a implantação do programa. “Eles foram contra o Prouni com palavras e gestos. O governo luta pela integração da educação, favorecendo o desenvolvimento acadêmico dos brasileiros”, disse Dilma.
Minas empenhada
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem que Minas é o estado que mais se empenha na sua campanha. Ele esteve em Belo Horizonte, Patos de Minas e Ituiutaba. Em rápida passagem pela capital, concedeu entrevista à Rede Bandeirantes e acusou o governo federal de lotear cargos na área de infraestrutura de estradas. Da capital, seguiu para Patos de Minas, um dos principais polos agrícolas do estado, ao lado do governador Antonio Anastasia (PSDB), que disputa a reeleição, e do ex-governador Aécio Neves (PSDB), candidato ao Senado.
O presidenciável rebateu as críticas de que seu material de campanha está sendo excluído nos estados. “Quero dizer que nossa campanha em Minas tem tido um empenho como em nenhum outro lugar”, disse, em referência a Aécio e Anastasia. A preocupação de Serra em dissipar dúvidas sobre o envolvimento de correligionários na campanha tinha sentido em Patos. Nas paredes do auditório escolhido para os discursos, a maioria do material de campanha apresentava fotos de Anastasia, Aécio e Itamar. Em apenas um Serra estava ao lado dos três, embora houvesse muitos cartazes do presidenciável sozinho.
No ABC, Marina faz defesa do PT
A candidata Marina Silva (PV) saiu em defesa de seu ex-partido, o PT, ontem, em entrevista à rádio ABC, em São Paulo. Berço sindical do presidente Lula, o ABC fica na região metropolitana da capital paulista e foi o lugar onde o petista deu início a sua carreira política. Marina minimizou o episódio do mensalão, em que o PT teria pago espécie de mesada a parlamentares para conseguir a aprovação de matérias no Congresso. Ela lembrou que ficou 30 anos no PT e disse que acredita ter “muita gente boa” na legenda.
“É uma injustiça quando tentam julgar todo o PT. E isso não estou dizendo só aqui, tenho dito que aqueles que erraram devem ser investigados e punidos. Mas foi uma minoria nessa história de mensalão. A maioria é composta de pessoas honestas e corretas que, como eu, sofreram naquele episódio”, disse a senadora licenciada.
Duda Mendonça no comando
“Não vim aqui para perder, não.” Foi com esse espírito que o publicitário baiano José Eduardo Cavalcanti de Mendonça, mais conhecido como Duda Mendonça, assumiu oficialmente ontem o comando da campanha eleitoral do senador Hélio Costa, candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB. Réu no processo do mensalão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Duda vai tocar pessoalmente, a partir de hoje, todo o núcleo de marketing da campanha do peemedebista e de aliados. Em contrato firmado com a firma JECM Consultoria Política, com sede em Salvador (BA), o pacotão inclui palestras, análise de pesquisas, estratégias de TV e de rádio, além da produção do jingle e do material gráfico de campanha.
Além da campanha de Hélio Costa, Duda tem uma clientela espalhada pelo país. Ele também firmou contratos com Paulo Skaf (PSB) e Marta Suplicy (PT), candidatos em São Paulo ao governo do estado e ao Senado, respectivamente; Lindberg Farias (PT), que tenta uma vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro; Fernando Pimentel (PT), concorrente ao Senado por Minas; e a governadora Roseana Sarney (PMDB), postulante à reeleição no Maranhão.