O Estado de S. Paulo
Salário de funcionário público sobe 8 vezes mais que o do setor privado
Os trabalhadores do setor privado estão perdendo a corrida para os funcionários públicos em termos de rendimentos. De dezembro de 2002 a fevereiro de 2009, o crescimento dos salários do setor privado, com e sem carteira, foi de apenas 8,7% em termos reais, isto é, descontada a inflação de 43,3% no período. O aumento real da remuneração média dos servidores na ativa do Executivo Federal, no mesmo período, foi 8,5 vezes maior do que a do setor privado, atingindo 74,2%. O aumento real da remuneração na ativa do Legislativo chegou a 28,5%, e o do Judiciário foi de 79,3%. Com isso, a diferença entre o rendimento médio do setor privado e do público, que já era grande, cresceu ainda mais. Em dezembro de 2002, a remuneração média do servidor federal na ativa do Executivo, de R$ 2.680 (valor da época), era 3,6 vezes maior do que o rendimento médio de R$ 740,90 do setor privado. Em fevereiro de 2009, a ganho mensal médio no Executivo federal pulou para R$ 6.691, ou 5,8 vezes maior do que o rendimento médio do setor privado, de R$ 1.154.
Cercado de expectativas, fórum de conflitos fundiários é instalado hoje
O Conselho Nacional de Justiça realiza hoje, em Brasília, o seminário de instalação do Fórum Nacional para Monitoramento e Resolução dos Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos. Sugerida por Gilmar Mendes, presidente do conselho e do Supremo Tribunal Federal, a iniciativa tem o objetivo de estudar e propor medidas destinadas a aperfeiçoar e dar agilidade às ações da Justiça numa área em que a insegurança e os conflitos parecem não ter fim, especialmente na zona rural. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em dez anos, entre 1999 e 2008, foram registrados na zona rural 5.335 conflitos envolvendo a posse da terra – o número engloba assassinatos, despejos, expulsões, tentativas de homicídio e agressões.
”Ausência de ministros no STF é alarmante”
Dalmo Dallari, 77 anos, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, critica o baixo quórum na mais alta instância do Judiciário. “Acho muito negativo, do ponto de vista de afirmação do Estado Democrático de Direito, que o Supremo Tribunal Federal perca a sua aura de autoridade, de poder indiscutível que a corte sempre manteve, especialmente na comunidade jurídica”, afirma. O Estado revelou ontem que, de 2 de fevereiro até quinta-feira, o STF se reuniu 24 vezes em sessão plenária. Em apenas seis reuniões estavam todos os 11 ministros do STF.
Defesa de Dantas vai usar denúncia contra Protógenes
A denúncia contra o delegado Protógenes Queiroz, por quebra de sigilo e fraude processual, será usada pelo banqueiro Daniel Dantas para tentar esvaziar a Operação Satiagraha. Advogados do fundador do Opportunity vão juntar cópia da acusação a Protógenes, feita pela Procuradoria da República, ao recurso que interpuseram contra a sentença judicial que aplicou 10 anos de prisão a Dantas, por corrupção ativa. Estudam incluir o documento no inquérito principal contra o banqueiro, no qual é investigado por evasão, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e empréstimos vedados. Protógenes teria divulgado dados secretos da missão, antes da sua execução, e ordenado o corte de trechos de fita com imagens de reuniões em um restaurante entre supostos emissários de Dantas e o delegado Victor Hugo Alves, a quem teria sido oferecido US$ 1 milhão pelo arquivamento do caso.
Conselho busca novo relator para caso do castelo
O Conselho de Ética da Câmara está em busca de novo relator para o processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG). A destituição do atual relator, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que disse se lixar para a opinião pública ao defender Moreira, será formalizada numa reunião do conselho, marcada para amanhã. Os outros dois conselheiros que integram a subcomissão formada para investigar Moreira – Hugo Leal (PSC-RJ) e Ruy Pauletti (PSDB-RS) – avisaram que não aceitam a relatoria.
Ponto coibirá servidores fantasmas, diz deputado
O vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), integrante da comissão responsável por propor a reforma administrativa da Casa, disse ontem que o ponto eletrônico ajudará a coibir funcionários fantasmas que trabalham em Brasília. Atualmente, servidores assinam ponto nos gabinetes, mas não precisam comprovar presença diariamente. Podem assinar uma vez por semana ou até por mês. Ontem, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o piloto do avião particular do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, é funcionário da Câmara, lotado no gabinete do deputado Mão Branca (PV-BA). “Se o piloto trabalha só para o ministro e está lotado no gabinete do deputado, há um problema, sim. O deputado Mão Branca é responsável pelo controle do trabalho e da frequência dos funcionários”, disse Marco Maia.
Jackson Lago será alvo de três inquéritos
Aviões fretados pelo dobro do preço de mercado, uma viagem de São Luís para Brasília e São Paulo que custou R$ 114 mil e um contrato pelos serviços aéreos do passado feito somente em março são alguns dos motivos que levaram a Procuradoria-Geral do Maranhão a determinar à Polícia Civil que abra três inquéritos criminais contra o ex-governador Jackson Lago (PDT), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Trata-se de um coquetel de ilegalidades num único escândalo”, disse o procurador-geral do Estado, Marcos Lobo. Lago teve o mandato cassado pelo TSE sob acusação de compra de votos. Seu lugar foi ocupado pela ex-senadora e ex-líder do governo no Congresso Roseana Sarney (PMDB), que assumiu o mandato no dia 17 de abril. As irregularidades apontadas pelo procurador-geral ocorreram principalmente entre o dia da cassação, 3 de março, e o do afastamento definitivo, 16 de abril.
Pedetista nega fraude e ataca família Sarney
O ex-governador do Maranhão Jackson Lago (PDT) respondeu às acusações de irregularidades com ataques à família Sarney e à governadora Roseana Sarney (PMDB), que o substituiu. “Os Sarney têm a técnica do ladrão que sai gritando ?pega ladrão? para disfarçar suas ações”, disse Lago. O ex-governador disse que se defenderá de todas as acusações, uma a uma. “Eles estão revoltados porque eu economizei dinheiro ao contratar uma empresa de São Luís para os voos. O governo de Roseana tinha convênio com uma empresa de jatinho do Recife. Toda vez que viajava, o avião tinha de se deslocar de Pernambuco. Imagine o preço que ficava.”
Oposição retoma coleta de assinaturas para abrir CPI sobre o governo Yeda
Os deputados estaduais opositores da governadora Yeda Crusius (PSDB) iniciaram ontem novas articulações para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O objetivo é investigar supostas práticas de caixa dois e desvio de recursos na campanha tucana ao Palácio Piratini, em 2006, que foram relatadas em reportagem publicada na revista Veja desta semana. Em plena tarde de domingo de Dia das Mães, os dez integrantes da bancada petista se reuniram numa sala reservada do Legislativo para estudar meios de coletar as 19 assinaturas necessárias. O deputado Raul Pont (PT) já fala até em processo de impeachment. “O diretor de uma das empresas fumageiras admitiu ter doado R$ 200 mil para a campanha de Yeda e apresentou até recibo. Como isso não está registrado no Tribunal Regional Eleitoral, configura crime eleitoral. O governador do Maranhão perdeu o mandato por muito menos”, disse Pont, ao comparar o caso de Yeda Crusius com o do recém-cassado Jackson Lago (PDT).
OAB propõe mudança para precatórios
A seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) reuniu-se anteontem com representantes do governo de Minas Gerais para discutir a regularização dos pagamentos de precatórios devidos pela administração estadual. Segundo a entidade, houve queda de 90% em relação aos valores previstos no orçamento. A proposta da OAB é que o corte nos pagamentos seja limitado a 22%. O governo, que tem dívida de R$ 3,5 bilhões, estuda a proposta. O valor é devido pelo Estado e suas autarquias a servidores ativos, inativos, pensionistas e fornecedores em ações perdidas na Justiça. No ano passado foram pagos R$ 330 milhões.
Folha de S. Paulo
Renovação no Senado ameaça aliança PT-PMDB em 2010
A disputa eleitoral por vagas no Senado é o mais novo entrave para a concretização da aliança PMDB-PT nas eleições do ano que vem em âmbito nacional. Nada menos que 83% das cadeiras dos peemedebistas estarão em jogo (15 de 18), o maior índice na Casa, seguido por 75% dos petistas (9 de 12). A consequência imediata desse cenário se traduz no acirramento das rivalidades regionais, em detrimento da união tão sonhada pelo Planalto em torno da candidatura da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência tendo o PMDB no posto de vice. Conforme a legislação, estarão em jogo duas cadeiras para o Senado por Estado. Em 2006, cada ente federativo elegeu um representante. Os mandatos na Casa são de oito anos.
“Os dois partidos têm muitas vagas em disputa. Alguém vai topar abrir mão delas?”, questiona o cientista político José Luciano de Mattos Dias, do Iuperj, que fez um levantamento recente sobre os cenários para o Senado em 2010.
Tucanos flertam com PMDB para impedir aliança petista
Os articuladores da candidatura de José Serra à Presidência se lançaram numa investida sobre o PMDB nos Estados. Delineada num jantar na casa do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a estratégia é explorar os tremores na base de sustentação do governo Lula para evitar que o PMDB formalize apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Escalados para negociação, o presidente do PMDB de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, e o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) se dedicam à montagem de palanques nos Estados. E o próprio Serra tem flertado com governadores, como Roberto Requião (PR), Paulo Hartung (ES) e Luiz Henrique Silveira (SC), além das conversas com os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Quércia, por sua vez, já esteve até com o presidente do Senado, José Sarney (AP).
Moraes afirma que irá ao STF para ficar na relatoria
O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) afirmou ontem que entrará com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para permanecer relator do processo de cassação de seu colega Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, caso seja afastado da relatoria. Na semana passada, Moraes fez declarações dando a entender que não pretendia levar o caso de Edmar Moreira adiante e que estava se “lixando para a opinião pública”. “Dos outros 512 deputados, quem está sendo investigado? Todos nós sabemos que ele [Edmar Moreira] foi boi de piranha. O grande pecado foi a história das passagens”, disse Moraes, referindo-se ao escândalo das passagens das cotas aéreas dos deputados cedidas a parentes que fizeram turismo no exterior. Devido às repercussões negativas da declaração, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na última sexta-feira que não havia alternativa a não ser destituir Moraes da relatoria. “Eles me substituem. Eu entro no tribunal e vou buscar meus direitos. Lá não é casa de moleque”, afirmou o deputado. Ele nega ter afirmado que absolverá Edmar Moreira.
Indústria de tabaco bancou campanha de deputado
Duas indústrias de tabaco doaram, juntas, R$ 72.500 (59%) dos R$ 122 mil que o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) diz ter gasto na campanha para se eleger em 2006. De acordo com a prestação de contas do deputado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Alliance One, com sede nos EUA, doou R$ 35 mil, e a CTA-Continental, sediada no país, destinou R$ 37,5 mil. Ambas têm unidades de produção e administrativa na região de Santa Cruz do Sul (163 km de Porto Alegre), polo produtor de tabaco e principal base eleitoral do deputado. Na última quarta-feira, Moraes declarou que “está se lixando para a opinião pública” e “para o que escrevem os jornais” depois de deixar claro que pretende inocentar o “deputado do castelo”, Edmar Moreira (sem partido-MG), no Conselho de Ética da Câmara. Formalmente, Moraes ainda é o relator do processo contra Edmar, mas deve ser destituído do cargo amanhã pelo conselho, que considera comprometida sua imparcialidade depois das declarações.
Deputado já foi afastado de prefeitura
O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS), 51, conhecido por suas declarações polêmicas e por afirmações destemperadas desde o início de sua carreira política, no Rio Grande do Sul, chegou a ter o mandato de prefeito suspenso. Na política há quase 30 anos, foi prefeito e vereador do município de Santa Cruz do Sul (RS), além de deputado estadual. Em 2002, Moraes teve o mandato de prefeito suspenso por alguns dias por causa de um processo. Foi acusado de ter instalado, em 1997, um telefone público na casa da família.
Governo Lula quer redefinir atuação do Tribunal de Contas
Insatisfeito com obstáculos criados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no andamento de obras, o Palácio do Planalto quer redefinir a forma de atuação do órgão, visto como principal agente de fiscalização de ações do Executivo.
Para atingir seu objetivo, o governo Lula acredita que o primeiro passo será a nomeação de alguém de sua total confiança para a vaga que será aberta no mês que vem, com a aposentadoria do ministro Marcos Vilaça. Será a primeira nomeação do presidente desde que ele assumiu o Planalto, em 2003. Além disso, tem incentivado empresários e congressistas a abrir um debate sobre o papel do TCU, procurando estabelecer “padrões claros” para as auditorias, segundo termos usados por um ministro. O principal alvo de crítica dos empresários são as medidas cautelares, por meio das quais o tribunal suspende licitações e bloqueia repasses para obras com irregularidades graves.
Cresce o desmatamento em assentamentos na Amazônia
Um grupo de 60 assentamentos concentrou no ano passado metade do desmatamento registrado nas 2.546 áreas de reforma agrária da Amazônia Legal, região formada pelos Estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão.
Essa densidade na derrubada da floresta aparece em relatório do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) recém-concluído com auxílio de dados do Ibama e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo o documento, 869 assentamentos (34% do total) contribuíram com o desmate no ano passado. Nessas áreas, foram derrubados 251,6 mil hectares, sendo 126,1 mil hectares (50,1%) no grupo de 60 assentamentos (2% do total). Em tese áreas federais autônomas, os projetos de reforma agrária não conseguem barrar a cultura do desmatamento de certas regiões. Do total derrubado nos 60 assentamentos, 65% ocorreram no Pará ou em Mato Grosso -dois Estados que lideram o ranking geral de desmatamento do Inpe.
Chegada do Opportunity ao PA ampliou tensão, diz CPT
A chegada do grupo Opportunity, ligado ao banqueiro Daniel Dantas, ao sudeste do Pará aumentou a tensão em uma das áreas de maior conflito fundiário do país, afirma a CPT (Comissão Pastoral da Terra). Segundo a comissão, braço agrário da Igreja Católica, a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, que tem o banco como um dos acionistas, contratou, com seu poderio econômico, quantidade de seguranças nunca vista antes na região. Anteontem, três sem-terra foram baleados, sem gravidade, pelos vigilantes da empresa na fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás -invadida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e por outras organizações desde julho de 2008. Os três devem prestar depoimento à Polícia Civil nesta semana.
OAB quer fitas sobre suposto desvio de Yeda
A seção gaúcha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai requerer hoje ao Ministério Público Federal a divulgação das gravações que ligam a governadora Yeda Crusius (PSDB-RS) e assessores importantes da campanha ao caixa dois de campanha. Segundo a revista “Veja”, gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos coordenadores de campanha do PSDB, em 2006, foram entregues à procuradoria. Os áudios mostrariam que as empresas de fumo Alliance One e CTA-Continental entregaram R$ 400 mil “por fora” no segundo turno. Yeda nega a existência do caixa dois. A Alliance afirma que fez uma doação legal de R$ 200 mil, com recibo, e a CTA declarou que não doou para a campanha da tucana.
Gravações são “requentados”, diz governadora
No sábado, a governadora Yeda Crusius chamou de “requentação” o teor dos áudios citados pela revista “Veja”. Ela disse não ter arrecadado dinheiro para a campanha diretamente, mas orientou a captação de doações e negou o caixa dois. Yeda disse a emissoras de rádios gaúchas que Lair Ferst e Mônica Koenigkan, mulher de Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, não têm credibilidade. Segundo a tucana, Koenigkan é “não é qualificada” para acusar o governo e estaria sendo alvo de investigação na morte de Cavalcante.
Correio Braziliense
Propina em conta corrente
O pagamento de propina com dinheiro vivo em mala virou coisa do passado. Uma perícia da Polícia Federal revela a ousadia do esquema da terceirização de mão de obra em Brasília. Na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o dinheiro escuso é depositado em conta corrente. Um servidor do órgão recebeu R$ 188 mil, distribuídos em 99 depósitos, da Conservo, empresa do ramo de terceirização, na própria conta numa agência do Banco do Brasil. Foram transferidos mensalmente para a conta dele valores entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil num período de dois anos. Em troca deste “salário”, o funcionário teria facilitado a vida da empresa em licitações dentro da Abin. O Ministério Público Federal acusa, desde 2006, o servidor Geraldo Luiz Ferreira dos Santos de receber vantagem indevida para fraudar concorrências a favor da Conservo. Não se sabia, no entanto, como e quanto ele teria recebido. O mistério sobre essa “vantagem” começa a ser desvendado agora em 2009.
Moraes jogado para escanteio
O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), decidiu dissolver a comissão de sindicância formada para investigar Edmar Moreira (sem partido-MG), o dono do castelo milionário no interior de Minas Gerais, e retirar da relatoria o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), aquele que se lixa para a opinião pública. Como os outros dois integrantes da comissão de sindicância, Hugo Leal (PSC-RJ) e Ruy Pauletti (PSDB-RS), recusaram ocupar a vaga de Moraes, Araújo quer um substituto com perfil “independente”. Ele adiantou o desejo de convidar o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), mas ainda não formalizou o pedido. Mendes adiantou não ver nenhum impedimento de ocupar a relatoria para investigar Edmar Moreira. “O Conselho e a Câmara estão sendo alvos de um tiroteio que não interessa a ninguém. Temos que parar com isso. Achei por bem dissolver essa comissão e deixar na mão de um relator que deve ser o Moreira Mendes”, destacou o presidente do colegiado.
Escândalo põe papel da Polícia Legislativa em xeque
Com uma estrutura de fazer inveja a várias corporações, a Polícia Legislativa ultrapassa alguns limites fora de sua área de atuação, que é o Congresso, mas nem sempre consegue resultados satisfatórios em suas investigações. Em vários casos, a apuração foi transferida para as polícias Federal ou Civil, que são as responsáveis judicialmente pelos processos nas esferas da União e dos estados, respectivamente. Além disso, suas decisões são contestadas na Justiça, já que os presidentes de inquéritos são advogados, mas sem formação policial.
Prefeitos ganham mais do que Lula
O mandato é novo. Mas os salários continuam nas alturas. Administrar algumas cidades mineiras pode ser bem lucrativo. Como não há legislação que estabeleça regras para definir o valor do subsídio, cada prefeitura paga o que quiser. Só não pode ultrapassar o teto nacional de R$ 24,5 mil dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). E nesse “cada um por si”, tem cidade pequena pagando salário grande, prefeito de média ganhando mais que o governador Aécio Neves (R$ 10,5 mil) e o presidente Lula (R$ 11.420). Em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, Carlinhos Rodrigues (PT) recebe, desde 2005, R$ 21.946,98, o que equivale a cerca de 47 salários mínimos. O salário dele é maior que o de Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, que foi reajustado em 30 de dezembro e passou de R$ 15,9 mil para R$ 19 mil. O projeto gerou polêmica e a justificativa para a aprovação era de que havia necessidade de aumentar o teto salarial no município. Ainda assim, o prefeito da capital tem um dos maiores salários entre as capitais brasileiras.
O dilema de Cristovam
O PDT quer ser a terceira via na disputa pelo Governo do Distrito Federal. Com a polarização entre o governador José Roberto Arruda (DEM) e Joaquim Roriz (PMDB), o partido espera formar uma aliança de esquerda tendo como cabeça de chapa o senador Cristovam Buarque (DF). Esse movimento visa ocupar um espaço, segundo os pedetistas, deixado pelo PT com a indefinição de candidatura própria. Presidente do PDT no DF, Cristovam disse que a definição sai em reunião da Executiva marcada para quarta-feira e colocou como condição a entrega dos cargos do partido na administração Arruda. Para ter uma chapa competitiva, ele quer trazer as outras legendas que formam o bloco de esquerda, como PSB e PCdoB. Os pedetistas vislumbram até o apoio do PPS de Augusto Carvalho, secretário de Saúde do governo Arruda.
O Globo
Petrobras será convocada a explicar manobra contábil
O Senado e o Ministério Público Federal (MPF) vão cobrar explicações à Petrobras sobre o artifício contábil usado pela estatal para deixar de recolher R$ 4,38 bilhões em tributos aos cofres públicos. A manobra afetou o caixa de União, estados e municípios desde dezembro de 2008. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) quer que o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, vá à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Já o procurador do MPF junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marciso, classificou como grave o recurso usado pela Petrobras para pagar menos impostos. Nesta quarta-feira, secretários de Fazenda estarão em Brasília para reunião do Confaz onde pretendem discutir perdas que somam R$ 227,4 milhões só de compensações da Petrobras no primeiro trimestre. O governo do Estado do Rio também briga para receber R$ 800 milhões que a companhia estaria devendo em participações especiais, informou o chefe da Casa Civil do estado, Régis Fichtner.
Gripe suína: país já tem 8 casos. No Rio, são 3
A mãe do rapaz infectado pelo amigo que esteve no México está com gripe suína. Já são três casos confirmados no Rio. O número de contaminados pelo vírus Influenza A subiu de 6 para 8 no país, segundo o Ministério da Saúde. Mas o total de pacientes com suspeita da doença caiu de 30 para 18. Os EUA confirmaram ontem a terceira morte por gripe.
Oposição a Yeda Crusius quer CPI
Governadora gaúcha é alvo de nova denúncia de corrupção: o Ministério Público tem gravações em que ex-assessor revela detalhes de suposto esquema de caixa 2 nas eleições de 2006. A bancada de oposição reagiu e começa hoje a recolher assinaturas para CPI e fala em impeachment.
Deputados se recusam a aceitar relatoria
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, está com dificuldades para substituir o deputado Sérgio Moraes, que declarou se lixar para a opinião pública, na função de relator do processo contra Edmar Moreira. Ninguém quer o cargo. Moreira Mendes, de Rondônia, deve ser o indicado.
Jornal do Brasil
Gripe suína já atinge 8 no país
O Ministério da Saúde informou ontem que o Brasil já tem oito casos de gripe suína confirmados – seis dos quais com vínculo de viagens internacionais e dois com a doença transmitida dentro do território nacional. Um dos pacientes confirmados foi a mãe do rapaz de 29 anos infectado no Rio de Janeiro por um amigo que esteve no México. O outro caso foi identificado no Rio Grande do Sul. Com dois dos três casos diagnosticados no Rio, moradores da Ilha do Governador estão apreensivos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus já infectou mais de 4.300 pessoas em 29 países.
Uma cidade debaixo d’ água
Dentre as centenas de municípios atingidos pelas chuvas no Norte e no Nordeste, a pequena Trizidela do Vale, no Maranhão, é a que mais impressiona: a cidade está praticamente inteira debaixo d’água. Os estragos causados pela chuva já afetaram mais de 912 mil pessoas no país. Ao todo, 44 pessoas morreram.
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