O Globo
MP já tem dez investigações em curso contra o Senado
Desde a eleição de José Sarney (PMDB-AP), em fevereiro, o Senado se transformou num dos principais alvos de investigação do Ministério Público Federal. Até agora já foram abertas dez frentes de investigação sobre irregularidades cometidas por senadores ou servidores do alto escalão, parte deles ligada a Sarney. Procuradores da República investigam desde pagamento indevido de horas extras até cobrança de propina para assinatura de contrato de crédito consignado. A série de denúncias teve início durante a renhida disputa entre Sarney e Tião Viana (PT-AC) pela presidência do Senado e não para de crescer.
Primeira morte por gripe suína não faz Brasil mudar estratégia
O Ministério da Saúde anunciou ontem a primeira morte por gripe suína no Brasil, a do caminhoneiro gaúcho Vanderlei Vial, de 29 anos, que contraiu o vírus na Argentina. O ministro José Gomes Temporão, no entanto, garantiu que nada muda na estratégia brasileira de combate à doença. Já o prefeito Eduardo Paes, após reunião de emergência com a equipe da Saúde, considerou desnecessário fechar escolas e empresas no Rio. Há 627 casos de gripe no país, 66 no estado.
Adidos militares delatavam diplomatas
Adidos militares lotados em embaixadas colaboraram com a caça às bruxas no Itamaraty após a edição do Ato Institucional n 5. Documentos obtidos pelo GLOBO no Arquivo Nacional e no Itamaraty revelam que oficiais designados para representar as Forças Armadas no exterior atuaram clandestinamente como delatores infiltrados. As provas estão entre os arquivos secretos da Comissão de Investigação Sumária, responsável por 44 cassações no Ministério das Relações Exteriores em abril de 1969. É o que informa reportagem de Bernardo Mello Franco, publicada na edição desta segunda-feira. Em telegramas enviados a Brasília, adidos acusavam diplomatas de manter “hábitos viciosos” nas representações do país no exterior. Os órgãos secretos das Forças Armadas organizavam as informações e montavam dossiês sobre os funcionários do Itamaraty.
Kirchner tem o pior resultado desde 2003
Apesar da boca de urna na Argentina indicar sua eleição para deputado, Néstor Kirchner teve o pior resultado em seis anos, levando o governo de sua mulher a perder maioria no Congresso.
Família de Jackson acusa médico
Os parentes de Michael Jackson acusam o médico Conrad Murray de ter errado, ao tentar fazer a ressuscitação do cantor na cama, e não sobre uma superfície dura.
Presidente de Honduras é deposto de pijama
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi retirado por militares ontem à força, ainda de pijama, de sua residência oficial, e enviado à Costa Rica, num golpe de Estado condenado em peso pela comunidade internacional. Oito ministros foram presos. A ordem de destituição partiu da Suprema Corte, que já havia declarado inconstitucional uma consulta sobre a reforma que permitiria reeleição presidencial. O presidente do Congresso, Roberto Micheletti, assumiu o cargo.
Folha de S. Paulo
Empréstimos de Agaciel a senadores ampliam crise
Ameaças do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia de revelar empréstimos concedidos a senadores e definições de aliados sobre o apoio ao presidente José Sarney (PMDB-AP) vão contaminar ainda mais a crise na Casa numa semana que será decisiva para os dois. Principal crítico de ambos desde o início da crise, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), terá de explicar um empréstimo que recebeu de Agaciel. As bancadas tucana e do DEM vão decidir amanhã se pedem o afastamento de Sarney do cargo. Subchefe do gabinete de Virgílio, Carlos Homero Vieira Nina confirmou ontem que pediu dinheiro a Agaciel para ajudar o líder tucano a pagar uma conta de hotel em Paris, em 2003, conforme revelou a revista “IstoÉ” deste final de semana. “O Arthur estava com um problema no cartão de crédito. Era fim de semana, então eu procurei o Agaciel, que é, ou era, um grande amigo meu”, disse Nina à Folha. “Podem ter sido uns R$ 10 mil, mas não eram US$ 10 mil [como informou a revista]”, completou. De acordo com a revista, o dinheiro não foi pago. O assessor do líder tucano nega. “Eu fiz uma vaquinha e paguei na mesma semana”, disse. Vieira Nina não soube precisar se avisou o senador que o dinheiro depositado na conta dele era de Agaciel. “Não lembro, mas imagino que eu tenha dito sim.” Vieira Nina também admitiu que três filhos seus foram funcionários do gabinete do tucano. Virgílio afirmou que irá representar contra si próprio no Conselho de Ética.
“Sarney é aliado de primeira hora de Lula”, afirma Argello
Na sexta-feira passada, no auge da crise no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), visitou um de seus principais aliados: Gim Argello (PTB-DF). Neófito no Senado -completa dois anos no próximo mês -, Argello se transformou em um dos principais articuladores do governo na Casa e comanda os trabalhos para a permanência de Sarney na presidência. Em entrevista, o vice-líder do governo afirma que “todos os Poderes” enfrentam crises.
Senador do PTB é conselheiro de Dilma Rousseff
Em um time composto principalmente por amigos antigos e técnicos de confiança, o senador Gim Argello (PTB-DF) se aproximou de Dilma Rousseff (Casa Civil) quase por acaso, e ganhou espaço entre aqueles que ela consulta quando precisa se inteirar sobre o que acontece no Congresso.
Foi graças a essa nova amizade que Dilma esteve em março no Santuário do Terço Bizantino para um encontro com o padre Marcelo Rossi. Também é por ser próximo à ministra da Casa Civil que o líder do PTB costuma dizer que garantiu R$ 600 milhões para Brasília no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Ex-assessor de Sarney Filho foi da Sarcris
A Sarcris Consultoria, que opera crédito consignado no Senado, tem um braço em São Luís, no Maranhão, berço político da família Sarney, que retomou em abril o governo do Estado. Na capital maranhense, a empresa chegou a ter como gerente um ex-funcionário do gabinete do deputado Sarney Filho (PV-MA). Sócio da Sarcris, José Adriano Sarney é filho do deputado e neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Com matriz em Brasília, a empresa atua no Senado desde 2007, quando foi criada, na intermediação de empréstimos com desconto em folha para servidores, um negócio milionário que está sob investigação da Polícia Federal e é um dos pivôs da crise na Casa. A atuação da Sarcris no Senado foi revelada na semana passada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Brecha em lei pode beneficiar superposseiro
Convencido de que a floresta existe para “servir ao homem”, o paulista Eucleber Vessoni ocupa 190 quilômetros quadrados de terras da União na Amazônia -7,6 vezes o limite máximo de venda de terras públicas permitido pela Constituição. Eucleber cria gado, como a maioria dos candidatos ao programa de regularização fundiária do governo na região de Marabá, com altos índices de desmatamento e recordista em conflitos fundiários no país. O programa Terra Legal pretende dar ou vender -grande parte a preço simbólico e sem licitação- 674 mil quilômetros quadrados de terras da União nos próximos três anos e não exclui as chances de Eucleber se tornar proprietário das terras. É o tipo de situação temida por alguns ambientalistas.
Tamanho do Pará no cartório é 4 vezes maior
Nos cartórios do Pará, o Estado tem quase quatro vezes o tamanho oficial registrado nos mapas. As “terras de papel”, como são chamados os títulos supostamente irregulares, fazem do Pará o recordista em grilagem de terra no país. O mineiro Elias Ralim Mifarreg é um desses grileiros, alvos de críticas de ambientalistas ao projeto de regularização fundiária do governo federal. A situação de grileiro é atestada por um laudo do Iterpa, o instituto de terras do Estado. O documento conclui que o título de terra apresentado pelo fazendeiro refere-se, na verdade, a outro imóvel, localizado a 20 quilômetros de distância da região ocupada por ele, parte da gleba Mãe Maria, da União.
Morre aos 94 o advogado Goffredo da Silva Telles
Foi enterrado ontem, em São Paulo, o corpo do advogado Goffredo da Silva Telles Júnior. Autor da “Carta aos Brasileiros” -marco da luta pela redemocratização do país-, professor Goffredo morreu na noite de sábado, aos 94 anos, de causas naturais. Seu corpo foi velado no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, palco da resistência contra a ditadura. Foi sob as arcadas da Academia de Direito que Goffredo leu, em agosto de 1977, a carta em defesa do Estado de Direito no Brasil.
Além da viúva, Maria Eugênia, e da filha, Olívia, amigos e ex-alunos homenagearam Goffredo, professor da faculdade de 1941 a 1985.
Procurador-geral deixa cargo sem a indicação de sucessor
Em uma situação inédita há pelo menos 20 anos, o chefe do Ministério Público da União, Antonio Fernando Souza, terminou seu mandato sem ter o sucessor indicado pelo presidente da República, como determina a Constituição. Na vacância, o cargo será assumido hoje pela subprocuradora-geral da República Deborah Duprat. Ela é vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal e comanda a câmara da Procuradoria Geral da República responsável por questões indígenas e relacionadas à defesa dos interesses de minorias étnicas. Seu mandato, porém, pode durar pouco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja hoje à noite para Trípoli (Líbia) e quer deixar o assunto resolvido. Pela manhã está prevista reunião na qual Lula deve dar seu veredicto entre os dois mais cotados para o cargo: Roberto Gurgel e Wagner Gonçalves, desde maio conhecidos como os preferidos da categoria, segundo votação da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).
Serra ataca PT e “loteamento” no governo
Disposto a garantir alianças com vistas às eleições, o governador de São Paulo e potencial candidato à Presidência, José Serra, disse anteontem, em discurso no 16º Congresso Estadual do PPS, em Jaguariúna (134 km de São Paulo), que fará “o possível para atender aos pedidos dos prefeitos do PPS”. Serra e o presidente nacional do PPS, o ex-deputado federal Roberto Freire, aproveitaram o encontro para criticar o governo federal e o PT. “O PT usa o governo como se fosse propriedade privada. Quando o PT foi para o governo, incorporou esse patrimonialismo do partido. Em São Paulo, não existe esse loteamento governamental, ao contrário do governo federal”, atacou o governador.
O Estado de S. Paulo
Ex-militantes do MST coordenam núcleos do Incra
Os três coordenadores dos núcleos de apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Pontal do Paranapanema, região que concentra o maior número de assentamentos rurais no Estado de São Paulo, são ex-militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e já exerceram funções na Cocamp – cooperativa do MST cujo nome é citado em inquéritos policiais e processos sobre mau uso de dinheiro público. Os salários dos três não são pagos diretamente pelo Incra, mas pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), instituição sem fins lucrativos situada no centro de uma pesada polêmica que vem sendo travada entre a direção do Incra em São Paulo e entidades de representação dos funcionários da casa.
Entrevista de Gabrielli irrita até base aliada
A entrevista do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, publicada ontem pelo Estado, deixou a bancada do governo em situação embaraçosa e prejudicou o esforço do Palácio do Planalto em evitar – ou adiar – a instalação da CPI, criada pelo Senado, para investigar irregularidades na estatal. Senadores do governo e da oposição ouvidos ontem concordaram que Gabrielli foi inábil e mostrou uma arrogância que prejudica a estratégia de negociação dos governistas na hora mais crucial. No trecho mais forte da entrevista, o presidente da Petrobrás disse que, na falta de fatos determinados para investigar, senadores estariam apelando para “fatos artificiais” armados em combinação com a imprensa, ou a “coscuvilhices” (mexericos). A seguir fez uma ameaça velada: “Estamos preparados para um vale-tudo”. E acrescentou: “O ataque também faz parte da defesa”. A reação veio rápida. “Essa arrogância do Gabrielli esconde medo”, disse o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Líder do PTB e vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (DF), um dos articuladores do movimento para barrar a CPI, ficou desconsolado com a entrevista. “Não vejo necessidade em bater no Congresso. Não vejo parlamentares com intenção de detonar a Petrobrás”, observou. Para o senador, está provado que bater no Congresso “não é o melhor caminho para evitar uma CPI”.
DNIT pode ter CPI antes da Petrobrás
Quarenta e cinco dias depois de ter sido protocolada na Mesa Diretora do Senado, a CPI para investigar supostas irregularidades na Petrobrás e na Agência Nacional de Petróleo (ANP) não saiu do papel e dificilmente será instalada esta semana. A pouco mais de um ano para as eleições gerais, a ordem do Planalto é impedir o funcionamento da comissão. No lugar da CPI da Petrobrás, o PMDB do Senado articula a instalação esta semana da CPI do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Com esta estratégia, a expectativa dos governistas é conseguir desviar as atenções da crise do Senado e da pressão para que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), se afaste do cargo. “Não tenho nada a ver com a CPI do DNIT. Nossa preocupação é instalar com rapidez a CPI da Petrobrás”, afirmou ontem o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN). Ele anunciou que os democratas vão entrar em obstrução, impedindo votações no plenário do Senado, caso o governo impeça a instalação do inquérito da Petrobrás esta semana.
Sarney será alvo esta semana de 2 representações
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), será alvo de duas representações por quebra de decoro parlamentar nesta semana. As duas pedirão ao Conselho de Ética que investigue as responsabilidades de Sarney na edição de atos secretos e de participação do neto José Adriano Cordeiro Sarney na intermediação de empréstimos com desconto na folha de pagamento dos servidores do Senado. A primeira será apresentada hoje pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM); a segunda, do PSOL, será formalizada na quarta ou quinta-feira. Arthur Virgílio anunciou também para hoje “um duro discurso”, no qual pedirá a moralização da Casa e atacará novamente o ex-diretor-geral Agaciel Maia, acusado de ser o mentor dos atos secretos e que se afastou por 90 dias, mas com direito a receber os salários. Embora Arthur Virgílio seja o líder tucano, ele explicou que sua iniciativa é particular e não envolve o partido.
Protesto virtual contra senador no Twitter
Depois de um perfil falso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ganhou outra página no Twitter (rede social de microblogging na internet que permite aos usuários enviar textos de até 140 caracteres, conhecidos como tweets). Desta vez, a página traz o nome do movimento “Fora, Sarney”, que já conta com mais de 1.000 seguidores. A assessoria de Sarney disse que não vai tomar nenhuma medida contra a página e que o presidente da Casa “lamenta, mas respeita” a manifestação. “Não tem crime nenhum nisso”, disse a assessoria. Além da página, há também um site na internet (www.forasarney.com.br) que recolhe assinaturas pelo movimento desde o dia 21, e já soma quase quatro mil nomes.
Serra critica política econômica de Lula
Reunidos no XVI Congresso Estadual do Partido Popular Socialista (PPS-SP), partidários da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticaram, na cidade de Jaguariúna, no interior paulista, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No painel de abertura, o ex-governador de São Paulo e atual secretário estadual do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, fez uma apresentação com base no tema do congresso, Brasil: sem mudança, não há esperança. Os tucanos Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal também se inspiraram na proposta do evento para conduzir suas falas em tom de crítica ao governo petista. As críticas ao presidente Lula tiveram discurso exaltado do presidente do PPS, Roberto Freire, ao afirmar que a campanha eleitoral começou mais cedo. “O grande responsável é o presidente Lula, que desrespeitou a legislação iniciando campanha já há algum tempo”. Na opinião dele, “há dois grandes nomes no PSDB neste momento para disputar a presidência nas eleições de 2010: José Serra e Aécio Neves”.
Lula faz festa no ”Arraiá do Torto”
De chapéu de palha, camisa xadrez e gravata borboleta vermelha, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu convidados na fria noite de sábado para o Arraiá do Torto, festa junina na residência oficial da Presidência. Organizada pela primeira-dama Marisa Letícia, a festa começou por volta das 20h30 e ministros compareceram em peso. Apareceu até a chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à sucessão presidencial em 2010, Dilma Rousseff, que não era esperada, pois encerrou a primeira etapa do tratamento contra o câncer na quinta-feira, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Correio Braziliense
Sem efeito sobre a pobreza
Faz três anos que Wilma Silva Moreira e o marido, Walmi, recebem um auxílio de cerca de R$ 100 do governo federal. Com o dinheiro, garantem uniformes escolares e tênis em bom estado para os dois filhos, compram frutas e verduras e ainda pagam as passagens da mais velha, Kelry Cristina, de 10 anos, que vai de ônibus às aulas de ginástica rítmica três vezes por semana. “Se não fosse esse recurso, não teria como fazer isso por eles”, conta a dona de casa, que sabe da obrigatoriedade de manter os pequenos na escola para não perder o benefício. Na casa simples em um bairro humilde do Distrito Federal, é impossível não perceber o quanto o auxílio do Bolsa Família(1) melhora a vida dos Moreira. Dificilmente, entretanto, o programa social será capaz de cumprir um dos principais objetivos a que se destina: retirá-los da pobreza a longo prazo. É o que aponta um estudo inédito — intitulado Mobilidade Social no Brasil: o papel da educação e das transferências de renda — elaborado por Rafael Osório, pesquisador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e por Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dois especialistas fizeram, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma simulação(2) sobre o que aconteceria com a pobreza no país caso o Bolsa Família tivesse sido implantado de forma universal em 1976, garantindo que todas as pessoas em idade escolar na época concluíssem ao menos o ensino fundamental — principal etapa do ensino coberta pelo programa do governo federal. O resultado mostrou que 30 anos depois, em 2006, a parcela da população pobre cairia de 25% (índice real) para 22,3% (índice simulado). A linha de pobreza considerada no levantamento foi de R$ 140,83 per capita familiar.
Em defesa dos jovens estudantes
O certificado de ensino fundamental perde, cada vez mais, o poder de garantir uma condição de vida razoável ao brasileiro. Tal percepção quase geral na sociedade, só que feita de forma intuitiva, ganhou comprovação estatística no ainda inédito estudo Mobilidade Social no Brasil: o papel da educação e das transferências de renda. A pesquisa mostra, utilizando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, enquanto apenas 6% da população de 25 anos ou mais com oito anos de estudo viviam na pobreza em 1976, esse índice subiu para 14% em 2006. “E a tendência é que aumente, na medida em que o mercado de trabalho se torna exigente”, afirma Marcelo Medeiros, um dos autores do levantamento e integrante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nessa perspectiva, o especialista ressalta a necessidade de estender ao ensino médio o Bolsa Família, principal programa do governo federal de redução de pobreza(1) e uma das apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente da República em 2010.
Sem dinheiro para recuperar casas
A renda mensal de Manoel Pereira Oliveira, 55 anos, não chega a R$ 100. Está faltando dinheiro para melhorar a casa de taipa (feita de varas de madeira cobertas com barro). Essas moradias são um atrativo para o barbeiro (triatomíneo), inseto transmissor da doença de Chagas. O nordeste goiano já foi a região de maior incidência da doença no estado. O combate intenso na última década controlou o processo endêmico, mas as casas de barro ainda existem, e continuam aparecendo barbeiros. Os municípios reivindicam recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para melhorias habitacionais, mas o dinheiro previsto está muito aquém do necessário.
Desfecho na articulação política
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não indicou o titular de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a ser aberta, amanhã, com a aposentadoria compulsória de Marcos Vilaça. Mas, como a escolha de Múcio é considerada barbada, ganhou fôlego a corrida para sucedê-lo no posto de articulador político do governo. Na última semana, consolidaram-se dois grupos de concorrentes no páreo. Num deles, figuram líderes de partido, atraídos pela possibilidade de ter acesso privilegiado ao gabinete presidencial. Noutro, estão os principais auxiliares do próprio Múcio, que apostam na promessa de Lula de privilegiar técnicos ao realizar as derradeiras mudanças ministeriais de seu mandato. Hoje, o favorito para assumir a Secretaria de Relações Institucionais é o deputado petista Cândido Vaccarezza (SP). Líder do partido na Câmara, Vaccarezza avançou na disputa à medida que outros líderes recusaram a missão.
Jornal do Brasil
Brasil tem primeira morte por gripe suína
Um gaúcho de Passo Fundo é o primeiro brasileiro a morrer em decorrência da gripe suína. O caminhoneiro Vanderlei Vidal, de 29 anos, esteve na Argentina a trabalho, por sete dias, e lá começou a apresentar os sintomas: febre, tosse e dor muscular. Ao voltar ao Brasil, foi internado, mas o quadro piorou para insuficiência respiratória. Vanderlei morreu na manhã de ontem. Apesar do óbito, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a transmissão do vírus no Brasil ainda é restrita. No Rio, a prefeitura recomendou que escolas e empresas não fechem. A Secretaria de Saúde vai se concentrar, a partir de agora, na notificação de casos.
Força Sindical e CUT enfrentam a concorrência
O sindicalismo passa por um processo de transformação em todo o país. Longe dos corredores do Congresso e dos gabinetes ministeriais é travada uma disputa política tão feroz quanto a que costuma se desenrolar nas arenas da grande política nacional. Os duelos são movidos a suor, panfletos baratos e carros de som distorcido.
Acordo monetário com a China
Os governos de Brasil e China estudam como colocar em prática um sistema monetário que permita exportadores e importadores fecharem negócios em suas moedas locais. O objetivo é deixar o dólar de lado nas transações comerciais entre os dois países.