O GLOBO
Governo é acusado de negligência administrativa
O governo
terá de cobrar a devolução do que pagou pelo equivalente à extinta CPMF nos
contratos com fornecedores mesmo após o fim do tributo do cheque, derrubado pelo
Congresso há um ano e meio. Gestores governamentais também poderão ser
responsabilizados pelos prejuízos aos cofres públicos. Para tributaristas, os
pagamentos, descobertos em auditorias do TCU e revelados ontem pelo GLOBO, são
um caso típico de negligência administrativa. PSDB e DEM, da oposição,
anunciaram que vão exigir a devolução do dinheiro e a revisão dos contratos.
[…]
Para o tributarista Ives Gandra Martins, trata-se de um típico caso de
inércia administrativa. Como a contribuição foi extinta em dezembro de 2007, não
há fato que justifique sua cobrança contratual. Mas, em princípio, Gandra não
acredita em má-fé dos gestores: — As empresas que receberam têm de devolver,
porque o governo repassou o valor de um imposto que já não existe. Mas os
gestores não se aperceberam disso. A burocracia brasileira é esclerosada e tem
procedimentos que se perpetuam.
A seu ver, seria responsabilidade do governo
providenciar esse ressarcimento, pois este — por meio de suas empresas e órgãos
— repassou-o indevidamente, causando prejuízos aos cofres públicos. Nos
contratos do governo, o percentual de 0,38% da CPMF era considerado como um dos
componentes do custo da obra ou do serviço e ficavam embutidos no preço.
— É
algo inacreditável. O governo tem de pedir o dinheiro de volta.
Para a PF, grupo de filho de Sarney dividia
recursos
Acusado pela Polícia Federal de chefiar uma organização que
tem “atuado como um câncer na estrutura do poder público”, Fernando Sarney,
filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), era quem determinava a
partilha dos recursos recebidos, segundo relatório da PF e do Ministério Público
que levou ao indiciamento, semana passada, do empresário, de sua mulher, Teresa
Murad Sarney, e de outros empresários e sócios. No documento, de 2008, Fernando
é acusado de usar seu motorista, Marco Bogéa, para “realizar pagamentos de
suposta propina para a ‘equipe’”. Ele nega as acusações.
De acordo com a PF,
a equipe chefiada por Fernando Sarney é formada por Silas Rondeau, exministro e
integrante do Conselho administrativo da Petrobras; Astrogildo Quental, diretor
financeiro da Eletrobrás; Ulisses Assad, diretor de engenharia da Valec; e mais
dois antigos companheiros da turma de 78 da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (USP), Gianfranco Perasso e Flávio Barbosa Lima, donos das empresas
“onde é canalizado o valor oriundo dos desvios de dinheiro obtidos pela
organização criminosa”.
Numa das escutas telefônicas registradas no relatório
do Ministério Público Federal, Fernando dá ordens a Gianfranco e Flávio Barbosa.
Ele pede que os dois dividam os recursos recebidos e repassem parte para Silas,
Astrogildo, Ulisses e familiares.
UNE tem nova direção afinada com governo
Adotando um
discurso afinado com o governo — que bancou pelo menos R$ 920 mil para a
realização do 51oCongresso — a nova diretoria da União Nacional dos Estudantes
(UNE) foi eleita ontem para o biênio 2009-2011. O novo presidente da entidade é
o paulista Augusto Chagas, de 27 anos, estudante do primeiro período do curso de
Sistemas de Informação da Universidade de São Paulo (USP), que substitui a
gaúcha Lúcia Stumpf, também de 27 anos. Como ocorreu nos últimos anos, a chapa
vencedora é ligada ao PCdoB, que tem mais da metade dos delegados, de acordo com
estudantes de outros partidos.
Oito chapas disputaram a eleição. A aliança
que elegeu Chagas, chamada de Movimento da Unidade vai Nascer a Novidade, é
ecumênica. Ele contou com o suporte da União da Juventude Socialista (UJS, braço
estudantil do PCdoB), do PSB, do PDT, PMDB e do Partido Pátria Livre (PPL,
antigo MR-8). O PT, no entanto, entrou rachado na discussão em quatro
movimentos: Mudança, Reconquistar a UNE, Quizomba e CNB. Apenas uma parcela dos
seus membros apoiou Chagas. O Congresso reuniu cerca de 10 mil universitários,
mas 3 mil delegados participaram da votação.
Hospital municipal manda para estado os pacientes com
gripe
Já aparecem sinais da falta de uma estratégia conjunta de
estado e município no combate à gripe suína no Rio. Um cartaz no Hospital Miguel
Couto, municipal, orientava pessoas com sintomas da gripe a procurarem a UPA de
Botafogo, do estado. A direção do hospital informou “que tomará as medidas
cabíveis” contra quem pôs o cartaz, que foi retirado à noite. A Secretaria de
Saúde do Rio Grande do Sul confirmou ontem – mais quatro mortes no estado pela
gripe A, elevando para 15 o número de mortos no país.
Charge: Chico
E com a palavra, o maior pizzaiolo do
Brasil!
– … abobrinha. Minha especialidade é a de abobrinha.
Fracassam negociações sobre crise em Honduras
O Prêmio
Nobel da Paz e presidente da Costa Rica, Oscar Arias, não conseguiu que os
representantes golpistas e os do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya,
chegassem a um acordo. A delegação dos golpistas considerou um risco as
propostas apresentadas inaceitáveis. Já a equipe de Zelaya disse que o diálogo
com os enviados pelo governo interino à Costa Rica estava encerrado. Arias pediu
um prazo de 72 horas para evitar o que considerou um risco de derramamento de
sangue.
FOLHA DE S. PAULO
Cesarianas já são 84,5% dos partos na rede privada
A taxa
de cesarianas no Brasil cresceu apesar de iniciativas do governo para reduzi-La,
informa Antônio Gois. No ano passado, 84,5% dos partos cobertos por planos de
saúde no país não foram normais – contra 79% em 2004. A Organização Mundial de
Saúde recomenda máximo de 15%. A cesariana é mais cara que o parto normal e
acarreta mais riscos para a mãe. O SUS registrou 31% em 2008, após pequena queda
em relação a 2007. Em 2004, no entanto, a taxa havia sido de 27,5%. No período,
a Agência Nacional de Saúde Suplementar passou a usar a taxa de cesarianas como
critérios de avaliação dos planos de saúde.
O Conselho Federal de Medicina
sugere aumento da remuneração de médicos por parto normal.
PF abre inquérito sobre obra no Amapá apoiada por
Sarney
A Polícia Federal abriu inquérito no dia 17 de junho para
investigar a ampliação do aeroporto internacional de Macapá (AP). Essa é a
principal obra pela qual o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), trabalhou
para viabilizar na capital do Estado que o elegeu.
A PF quer averiguar
irregularidades detectadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A ampliação
parou após o tribunal descobrir problemas no contrato e na execução, entre eles,
um sobrepreço de pelo menos R$ 17 milhões. Incluído no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento), o empreendimento foi inicialmente orçado em R$ 112
milhões.
A obra transformou-se em um imenso esqueleto de concreto, abandonado
há mais de um ano, tomado pelo mato e, segundo auditoria, com sinais de
deterioração. A ampliação foi um pedido pessoal do senador ao presidente
Lula.
Ex-assessora de Roseana recebeu verba da Eletrobrás
A
Abom (Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês), entidade de assistência
social controlada pela família Sarney, repassou ao menos R$ 130 mil que recebeu
da Eletrobrás a título de patrocínio cultural para a empresa de uma ex-assessora
de Roseana Sarney (PMDB-MA) e para a própria família, revela levantamento feito
pela Folha.
O dinheiro é parte dos R$ 400 mil dados à Abom em dezembro de
2008 para o auto de Natal “Canto de Luz”, encenado na sede da Fundação José
Sarney, em São Luís.
A maior fatia dos recursos (R$ 83,1 mil) foi para a
Sacada Eventos e Produções, empresa de Marizinha Raposo, produtora cultural
local. Nos últimos quatro anos, Marizinha também recebeu R$ 2.800 mensais do
Senado como assessora parlamentar do gabinete da então senadora Roseana.
Contra o PT nacional, Tarso Genro confirma candidatura ao
governo
O ministro Tarso Genro (Justiça) foi oficializado ontem, em
Porto Alegre, pré-candidato do PT à disputa do governo do Rio Grande do Sul. A
decisão cria um problema para a composição de uma aliança nacional com o PMDB em
torno de uma candidatura de Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.
O
lançamento da pré-candidatura à sucessão da governadora Yeda Crusius (PSDB), que
enfrenta uma crise política, é contrária à estratégia de setores do PT nacional
de garantir o apoio do PMDB em Estados onde o PT não governa.
O nome de Tarso
foi aprovado por consenso pelo PT gaúcho. O ministro nega que possam ocorrer
atritos no partido. “A posição da nacional é a de que, nos Estados onde
existisse consenso, não seria necessária uma composição com o PMDB”, disse.
Aliados de Lula recebem mais verbas em São Paulo
Dois
prefeitos pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio do Planalto
foram os que mais receberam verbas voluntárias da União neste ano no Estado,
conforme revela levantamento feito pela Folha, levando-se em conta a população
das cidades paulistas.
As cidades administradas por eles, Campinas e Osasco,
duas das mais populosas de São Paulo, são estrategicamente apontadas pelo PT
como potenciais palanques da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata
do partido à Presidência, dentro do território do tucano José Serra, governador
do Estado e também lembrado para a sucessão de Lula.
Campinas, de Doutor
Hélio dos Santos (PDT) com um vice do PT, e Osasco, do petista Emidio de Souza,
ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares no ranking per capita da
distribuição de verbas não obrigatórias de janeiro a 19 de junho deste ano.
Morre aos 81 ex-senador e ex-governador do AM Gilberto
Mestrinho
Morreu na manhã de ontem em Manaus, aos 81 anos, o
ex-senador e ex-governador do Amazonas Gilberto Mestrinho.
Presidente do PMDB
em seu Estado, ele morreu vítima de problemas cardiorrespiratórios após ficar
internado por mais de 15 dias no Hospital Prontocord, com quadro de
insuficiência renal.
Seu corpo começou a ser velado na tarde de ontem no
Palácio Rio Negro, antiga sede do governo do Amazonas. O enterro ocorrerá
amanhã, às 10h (horário local), no cemitério São João Batista, em Manaus.
O
governo estadual e a Prefeitura de Manaus decretaram luto oficial de três
dias.
“É dever do poder público financiar os estudantes”
O novo
presidente da UNE Augusto Chagas, 27, estudante do primeiro semestre no curso de
sistemas de informação da USP, defende os repasses do governo à entidade e a
participação dela na emissão das carteirinhas.
FOLHA – Quais serão as
prioridades de sua gestão?
AUGUSTO CHAGAS – A principal pauta será lutar por
um projeto de reforma universitária construído pelos estudantes que já está no
Congresso Nacional. Ele é importante para ampliar a assistência estudantil,
democratizar a universidade pública e privada e regulamentar o setor privado,
proibindo o capital estrangeiro. Outra pauta importante é a regulamentação da
meia entrada.
FOLHA – Você defende a volta do monopólio da UNE para a emissão
das carteirinhas?
CHAGAS – Não queremos retomar o monopólio, mas é justo que
as entidades estudantis participem da emissão das carteirinhas.
FOLHA – O
fato de receber verbas do governo federal não afeta a independência da
entidade?
CHAGAS – Não. É dever do poder público financiar as atividades dos
estudantes.
‘Bafafá político’ impede debate sério no Brasil, diz Paulo
Cunha
O Brasil não discute assuntos relevantes, como a exploração do
pré-sal, porque perde tempo com o “bafafá político”, afirma Paulo Cunha em
entrevista a Guillienne Barros. No “bafafá”, ele inclui a crise no Senado e a
CPI da Petrobras. O presidente do grupo Ultra diz ainda que o Estado recruta mal
e que estatais estão dominadas por políticos ou partidos.
Fracassa diálogo para superar a crise política em
Honduras
O governo interino de Honduras qualificou como inaceitável
a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, pondo fim à segunda rodada
de negociações para superar a crise. Oscar Arias, presidente da Costa Rica e
mediador do diálogo, alertou para risco de derramamento de sangue.
RS confirma mais quatro mortes por gripe suína
O governo
do Rio Grande do Sul confirmou mais quatro mortes por gripe suína, elevando para
11 o total no Estado e 15 no país. Duas vítimas, uma menina de cinco anos e uma
mulher de 36 no oitavo mês de gestação, viviam em Uruguaiana e não estiveram no
exterior recentemente. O bebê sobreviveu.
As demais são um caminhoneiro de
São Borja de 29 anos e um homem de Santa Catarina de 40 anos.
Atendimento ao consumidor piora após lei dos SACs
Teste
dos departamentos de atendimento ao consumidor de 69 empresas de seis setores
mostra piora no serviço após a implantação da lei do SAC, em dezembro. Empresas
de telefonia e o setor financeiro lideram o número de queixas. Representantes
dos setores questionam metodologia.
MEC pagou por cursos técnicos que não existem
Só uma de
98 entidades que receberam R$ 257 milhões do Ministério da Educação de 1998 a
2007 para construir ou expandir escolas técnicas mediante a oferta de cursos
gratuitos usou a verba para este fim. Alguns cursos não saíram do papel. O MEC
admite não ter fiscalizado o programa.
O ESTADO DE S. PAULO
Fim de contratos atrasa investimento em portos
As
indefinições sobre contratos de concessão têm paralisado os investimentos
privados nos portos brasileiros, informa a repórter Renée Pereira. Arrendamentos
de terminais e armazéns estão perdendo a validade sem que o governo tenha
preparado novas licitações e já há casos em que foi necessário firmar contratos
emergenciais.
“Ninguém vai investir em expansão ou modernização sem saber se
continuará com o arrendamento”, diz o presidente da Associação Brasileira dos
Terminais Portuários, Willen Manteli. Em apenas sete terminais cujos contratos
estão prestes a vencer, há investimentos de R$ 250 milhões à espera de uma
definição. Até 2013, cerca de 100 contratos terão expirado.
Inquérito vai apurar a criação de ”trem da alegria” secreto na
gráfica
A primeira-secretaria do Senado vai abrir inquérito
administrativo para investigar a denúncia sobre a contratação de 82 estagiários
da gráfica do Senado como servidores efetivos da Casa. Reportagem publicada
ontem pelo Estado revelou que as nomeações ocorreram em 1992, quatro anos depois
da promulgação da Constituição federal, que condicionou as contratações no
serviço público à aprovação em concursos.
Na época, o ex-diretor-geral do
Senado Agaciel Maia era o diretor executivo do chamado Centro Gráfico. Três anos
depois, ele foi alçado a diretor-geral pelo presidente José Sarney (PMDB-AP).
Maia deixou o cargo em março. O ato foi assinado pelo então presidente da Casa,
Mauro Benevides (PMDB-CE), que disse não se lembrar.
Manobra para contratação distorce parecer
A investigação
em torno do “trem da alegria” secreto na gráfica do Senado revela que a
estratégia na ousada manobra foi a de não deixar rastros até hoje. Um ato
informal – sem numeração e não publicado – aprovou a medida. Mais: um parecer da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contrário a decisão foi manipulado para
justificar o que é vetado pela Constituição.
Não há na ficha funcional desses
servidores nenhum registro da efetivação em 1992. Só aparece a entrada deles no
Senado – como estagiários – entre 1984 e 1985.
O ofício assinado por Mauro
Benevides em novembro de 1991 autoriza o “trem da alegria” em cima de uma
suposta medida aprovada pelos integrantes da Mesa Diretora da época. Esse mesmo
ofício de Benevides cita ainda um parecer da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), feito pelo então senador José Paulo Bisol (RS), que teria permitido a
efetivação desses funcionários. A conclusão passa longe do “trem da
alegria”.
Duque diz se interessar só pelo ”feijão com
arroz”
Depois de contar que aprendeu a fazer política com o
ex-governador Chagas Freitas, o senador Paulo Duque (PMDB-RJ), de 81 anos, atual
presidente do Conselho de Ética da Casa, declara: “Sou chaguista mesmo. O meu
estilo é atender ao povo. Atendo muito. Minha preocupação principal não é com
grandes cargos na Petrobrás, é o feijão com arroz: cuidar da bica d?água, de
internar quem precisa, de nomeação de gari. Dou valor a isso.”
Duque
conversou com o repórter no fim de semana, que passou com a família, “numa boa”,
como declarou. Saiu pouco do apartamento onde vive há 30 anos, na esquina da rua
Cruz Lima com a Praia do Flamengo, na zona sul do Rio. Na tarde de sábado,
desceu sozinho do sétimo andar e pegou um táxi na porta do prédio para “comprar
jornais de São Paulo” numa banca do centro. Disse estar impedido de falar sobre
o presidente do Senado e colega de partido, José Sarney (AP), mas comentou as
denúncias e o discurso em que Sarney afirmara existir uma “campanha pessoal
iniciada pelo Estado” contra ele.
Organização leva oito parlamentares a Genebra e dá US$ 1 mil para
cada um
Em plena crise no Poder Legislativo e em recesso, senadores
e deputados receberam cada um US$ 1 mil e tiveram suas passagens pagas por uma
entidade internacional para ir até Genebra nesta semana. O objetivo da viagem é
o de participar de dois dias de seminários na sede da Organização Mundial de
Propriedade Intelectual (OMPI). Mas a entidade quer usar o evento para fazer
lobby e tentar convencer os deputados e senadores brasileiros da importância de
o Brasil a ratificar um tratado de marcas.
O que está em jogo é a adesão ou
não do Brasil ao Protocolo de Madri, um acordo criado para permitir que o
registro de uma marca em um país seja válida em todos os demais. Em teoria, o
acordo facilitaria a vida das grandes empresas com marcas internacionais. O
Brasil ficou de fora do acordo e há anos a OMPI tenta convencer o País a aderir.
A OMPI é um organismo internacional, dominado em sua grande parte pelos
interesses dos países ricos em garantir total proteção de marcas e patentes. Há
poucos meses, o Brasil concorreu para liderar a OMPI. Mas o candidato brasileiro
foi derrotado por um voto.
Gilberto Mestrinho morre aos 81 anos
O ex-governador
amazonense Gilberto Mestrinho morreu ontem, aos 81 anos, no Hospital Prontocord,
em Manaus, em razão de complicações cardiorrespiratórias. Mestrinho estava
internado havia mais de duas semanas por conta de infecção nos rins. O boletim
oficial com a causa da morte ainda não foi divulgado. Ele sofreu uma parada
cardíaca na manhã de ontem. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas ele não
resistiu.
Mestrinho começou a carreira política na década de 1950 como
prefeito de Manaus, numa época em que os chefes do Executivo municipal eram
escolhidos pelos governadores. Foi três vezes governador do Amazonas e senador
por uma legislatura, que terminou em 2007. Presidiu a Comissão Mista de
Orçamento no Senado por três vezes consecutivas. Em 2006, tentou se reeleger
senador, pelo PMDB, mas acabou ficando em terceiro lugar na disputa.
Afeganistão teme onda de violência com eleições
Denúncias
de uso da máquina pelo presidente Hamid Karzai, favorito na eleição de 20 de
agosto, já causam apreensão no Afeganistão. “Não podemos nos dar ao luxo de uma
eleição como a do Irã. Se 20 mil afegãos forem às ruas protestar, isso aqui vira
guerra civil”, diz Ajmal Abidy, porta-voz do oposicionista Ashraf Ghani. A
eleição ocorre em meio à maior ação militar dos EUA, que ontem admitiram a
captura de um soldado pelo Taleban – a primeira desde 2001.
Indústria vai à Justiça contra mudança de imposto em
SP
Empresas têm entrado na Justiça contra o governo Serra por causa
da substituição tributária, que transfere a elas o recolhimento do ICMS de um
setor, com base em médias de preço. Entidades dizem que o sistema é injusto e
afugenta indústrias. O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, afirma que a
receita cresceu R$ 3 bilhões. “Quem sonega está chateado.”
CORREIO BRAZILIENSE
1 milhão de assinaturas contra os fichas-sujas
Enquanto
projetos que tentam impedir a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça
adormecem nas gavetas do Congresso sem apoio para se tornarem lei, a mobilização
da sociedade civil organizada começa a apresentar resultados. A Campanha Ficha
Limpa já bateu a marca de 1 milhão de assinaturas de apoio ao projeto de lei de
iniciativa popular que impede a candidatura de fichas-sujas. O número anima
movimentos sociais e setores da Igreja Católica envolvidos na coleta de
assinaturas e aumenta a esperança dos eleitores de que até setembro deste ano a
marca de 1,3 milhão de assinaturas seja atingida. O anúncio oficial dos números
obtidos será feito no final do mês, data em que o Movimento Nacional de Combate
à Corrupção Eleitoral (MCCE) pretende dar início a uma grande mobilização
nacional pelo apoio à proposta.
O Distrito Federal e outros cinco estados da
federação (Minas Gerais, Ceará, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo) já conseguiram
o apoio de mais de 1% do total de eleitores. No DF as assinaturas já passam de
30 mil, o que representa cerca de 1,8% dos eleitores. “Estamos fazendo uma
campanha não apenas de coleta de assinaturas, mas também de conscientização das
pessoas. Não basta votar, é preciso também fiscalizar os eleitos e trabalhar
pelo processo democrático. Essa campanha contra os fichas-sujas é uma forma de
fazer isso”, comenta o padre Antonio Abreu, um ativo coletor de assinaturas para
o projeto. “Também assinei e outros padres daqui também. Puxamos as assinaturas
para dar o exemplo e animar os eleitores”, completa.
Influência a perder de vista
Os oposicionistas acreditam
terem descoberto a razão pela qual o presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), está tão ligado ao governo Lula e porque o PT anda tão desconfortável
em apoiá-lo. Individualmente, dentro do PMDB, é atribuído a Sarney o posto de
recordista em indicações para cargos estratégicos no Poder Executivo e estatais.
Além dos já propalados Ministério de Minas e Energia, onde está o senador Edison
Lobão (PMDB-MA), amigo e fiel colaborador de Sarney; e a Eletrobrás, presidida
por José Muniz Lopes, Sarney conseguiu, sem alarde, estender seus domínios a,
pelo menos, três agências reguladoras.
A primeira incursão nas agências foi a
nomeação do engenheiro Fernando Fialho para a direção-geral da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq), em 2006. Em março de 2008, Fernando foi
reconduzido ao cargo para um mandato de quatro anos. A agência tem orçamento de
R$ 57,8 milhões para regular e supervisionar a exploração de serviços de
transportes aquaviários e a exploração da infraestrurura portuária. Fernando é
filho de Vicente Fialho, que, no governo Sarney, foi ministro da Irrigação e,
depois, foi transferido para a pasta de Minas e Energia.
Digital contra fraude
Nas eleições de 2010, eleitores de
pelo menos cem municípios brasileiros deverão usar urnas biométricas, que
permitem a identificação, por meio das impressões digitais, para escolher o
próximo presidente da República, governadores, deputados federais, estaduais e
senadores. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai dar início em setembro à
primeira fase de implantação do sistema de biometria, usado em caráter
experimental em três municípios no pleito de 2008. O principal objetivo é
diminuir a possibilidade de fraude. “Um eleitor não poderá se passar pelo
outro”, disse o secretário de tecnologia de informação do TSE, Giuseppe Janino.
O tribunal planeja implantar urnas desse tipo em todo o país em 8 anos. O Brasil
tem cerca de 130 milhões de eleitores.
Lobby que vem do primeiro escalão
Ex-ministros transitam com desenvoltura em gabinetes, na defesa de interesses
de entidades ligadas a empresas
No jogo de interesses que circula pelos
corredores da Esplanada diariamente, ganha a partida quem consegue transitar
melhor e conhece os melindres dos bastidores do poder. Nessa disputa, o capital
pessoal e a rede de relacionamentos adquiridos ao longo dos anos fazem com que
ex-ministros de diferentes governos tenham larga vantagem. Ocupantes de cargos
do primeiro escalão, eles fazem parte do seleto grupo de representantes de
setores produtivos. Conseguem ser bem recebidos em gabinetes e agendam com
facilidade reuniões e encontros para fazer lobby e defender os interesses dos
que hoje os remuneram.
O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra é um
desses casos. Ocupante do cargo ministerial durante 15 meses no governo do
ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o advogado é hoje um
assíduo frequentador de diferentes ministérios e trabalha por vantagens para os
produtores de frango do país. Com o prestígio de quem conhece o funcionamento da
máquina estatal, Turra assumiu a remunerada função de presidente da Associação
Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). É dele a
responsabilidade, por exemplo, de articular a redução de tributos cobrados do
setor e de monitorar as barreiras tarifárias impostas pelos países importadores.
Como a própria associação define em seu site, a principal função da entidade é
“trabalhar em conjunto com as empresas associadas e interligá-las aos poderes
públicos”. Uma missão fácil para quem conhece bem os corredores da
Esplanada.
O Eldorado dos estrangeiros
A crise mundial levou a uma
inversão de realidades: aumentou o número de estrangeiros contratados no Brasil
e a remessa de dinheiro aos seus países de origem, mas fez escassear os empregos
lá fora para os brasileiros e os dólares enviados às suas famílias.
Copa 2010
Falta menos de um ano para começar o mundial de
futebol na África do Sul. E apenas quatro dos 10 estádios estão prontos. O
repórter Roberto Naves, enviado especial ao país, mostra os detalhes de todas as
obras.
Boleto ilegal
Bancos e financeiras erram ao insistir para
que cliente pague até mesmo o papel usado na cobrança.
Leia também