O Estado de S. Paulo
Candidatos a prefeito dominam programa de vereadores em SP
O programa era reservado aos candidatos a vereador, mas os nomes mais ouvidos foram os dos prefeituráveis de São Paulo. Na estréia do horário eleitoral gratuito, ontem, Gilberto Kassab (DEM) foi citado 56 vezes no programa da tarde e 37 vezes à noite. O segundo colocado no quesito repetição foi Geraldo Alckmin (PSDB), cujo nome foi pronunciado 25 e 22 vezes, respectivamente. Além da estratégia da insistência, os marqueteiros da coligação de Kassab apelaram para a campanha negativa. Um jingle atacou diretamente o partido de Marta Suplicy, a líder na última pesquisa Ibope, com 41%: "O PT teve uma chance/e São Paulo não gostou/o PT mandando aqui/eu não quero, não senhor." Outro jingle fez o elogio indireto da reeleição do prefeito: "Quem anda pra trás é caranguejo/tá tudo tão bom/pra que vou mudar?/um futuro melhor é o que desejo/deixa quem sabe trabalhar." O último trecho, que tenta associar as palavras "quem sabe" a "Kassab", lembra o bordão "deixa o homem trabalhar", da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
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Presidente dá cartilha a aliados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ignorou chiadeira do PT e autorizou candidatos da base a usar sua imagem em outdoors. Mais: pediu a líderes na Câmara que divulguem ações do governo na eleição. Em encontro do Conselho Político, Lula convidou ontem os deputados para reunião no dia 28, quando exporá a empresários e políticos investimentos até 2012. Para municiar aliados, o presidente distribuiu nova versão da cartilha mensal Destaques – Ações e Programas do Governo Federal. São 79 páginas com números e assuntos que vão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ao Fundo Soberano.
Candidato à reeleição tem mais doações
Onze candidatos à reeleição na prefeitura de capitais arrecadaram mais do que todos os seus 47 adversários juntos. A constatação está na prestação de contas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dos 20 prefeitos que tentam se reeleger, Gilberto Kassab (DEM) é o campeão em arrecadação com R$ 2,6 milhões em doações. Em seguida vem o tucano Beto Richa, de Curitiba, que recebeu R$ 1.227.202,70 para sua campanha. "Isso acontece porque o sistema eleitoral vigente quebra a fronteira entre o público e o privado. É quase uma retribuição às boas relações de vivência com o Executivo. É também como se fosse um adiantamento por um possível bom relacionamento no futuro", diz o deputado Chico Alencar (PSOL), candidato à Prefeitura do Rio. Juntos os 11 candidatos campeões de arrecadação conseguiram R$ 5,9 milhões em doações contra R$ 3,4 milhões obtidos por 47 candidatos a prefeitura das 11 capitais. A petista Gleisi Hoffmann, mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), foi a candidata que não disputa a reeleição que declarou o maior volume de doações para sua campanha – mais de R$ 1 milhão, segundo o TSE.
NR: A notícia não é novidade para o leitor do Congresso em Foco, que publicou na edição de ontem a seguinte reportagem: Candidatos à reeleição nas capitais arrecadaram quatro vezes mais. Leia aqui
Presidente do Supremo cobra PF no caso do uso de algemas
"Importante é que cumpram as decisões do STF, se ele cumpre de bom humor, se ele cumpre de mau humor, se cumpre rindo, se cumpre chorando, essa é uma outra questão", reagiu ontem em São Paulo o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, sobre críticas do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Correa, à súmula que disciplina o uso das algemas. Correa censurou a regra que, na visão da PF, praticamente tira de cena utensílio elementar dos policiais. Ele anunciou na segunda-feira alteração do manual de procedimentos da corporação para adequar as operações de seus subordinados à súmula. Descontente, registrou que em nenhum país do mundo a polícia deixa as algemas de lado. Lideranças de entidades de classe da PF têm reiterado manifestações de indignação com a medida do STF.
TRE de Rondônia cassa senador Expedito Júnior
O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia cassou novamente ontem o diploma do senador Expedito Júnior (PR) e de seus suplentes. Segundo o TRE, funcionários da Rocha Segurança e Vigilância, cujo sócio é um irmão do senador, teriam oferecido R$ 100 para que vigilantes votassem nos candidatos da coligação de Expedito, em 2006.
Tribunal de Contas vai investigar casa de Yeda
Os conselheiros do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul resolveram ontem receber como denúncia representação do Ministério Público Especial que recomenda averiguar a compra de uma casa pela governadora Yeda Crusius (PSDB) em dezembro de 2006. PSOL, PV e PT apontam irregularidades. Yeda diz que o negócio foi lícito.
Lins se entrega e vai para prisão de segurança máxima
O ex-deputado estadual e ex- chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins se entregou ontem por volta das 21h30 na Polinter (Divisão de Capturas), zona norte do Rio. O delegado era considerado foragido desde a semana passada, quando teve prisão decretada pela juíza convocada Márcia Helena Nunes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES), a pedido da Procuradoria da República. Lins perdeu a imunidade parlamentar no último dia 12, quando foi cassado pela Assembléia Legislativa do Rio. Ele foi levado, sem algemas, para o presídio Bangu 8, como é mais conhecida a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, de segurança máxima, em Bangu, zona oeste. Na unidade estão presos o deputado estadual Natalino Guimarães – acusado de chefiar a mais poderosa milícia da zona oeste – e o ex-banqueiro Salvatore Cacciola.
Relator da ONU visita lideranças da área indígena
O relator especial das Nações Unidas para a defesa dos direitos dos povos indígenas, James Anaya, deve visitar hoje a terra indígena Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima. Sua chegada ocorre a uma semana da reunião em que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) irão julgar se a demarcação da reserva deve ser feita de forma contínua ou não. A proximidade das datas, segundo o relator, é mera coincidência. O agendamento da visita teria sido feito em maio – quando ainda não se sabia da reunião do STF – e deve-se a pedidos de organizações indígenas de todo o Brasil. &quo