Folha de S. Paulo
Metrô fechou R$ 556 mi em contratos irregulares, diz TCE
O Metrô de São Paulo tem contratos de R$ 556 milhões com a Alstom que são considerados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Em um desses negócios suspeitos, o Metrô restaurou no ano passado um contrato de 1992 para comprar 11 trens ao custo de R$ 500 milhões.
Noutro negócio, houve cinco aditivos ilegais a um contrato de 1994, que, assim, continuou em vigor por 13 anos, para equipar um centro de controle operacional. O Metrô vai abrir sindicância para apurar se houve prejuízos à companhia. No caso da compra dos trens, o TCE aponta que o Metrô teve um prejuízo, estimado em R$ 70 milhões, ao ressuscitar um contrato de 1992. A razão do prejuízo é simples. No contrato de 1992, quem se encarregava do pagamento de impostos era a fornecedora.
Metrô diz que economizou R$ 100 milhões
O Metrô afirma que economizou cerca de R$ 100 milhões ao restaurar um contrato de 1992 para comprar 16 trens em 2007. A economia foi obtida quando se compara os preços da Alstom com o de outros fornecedores, informa a empresa.
"O preço contratado no aditivo em referência está aproximadamente R$ 100 milhões mais barato do que o orçamento então elaborado", diz nota do Metrô.
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Ainda de acordo com a companhia, houve uma economia adicional de 23% por causa da queda do dólar no ano passado e neste ano.
SP e Alstom têm contratos de R$ 7,6 bi, diz PT
O governo do Estado assinou 139 contratos -num total de R$ 7,6 bilhões- com o grupo Alstom de 1989 até 2008, segundo levantamento da liderança do PT na Assembléia. Segundo a análise, seis deles foram considerados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). A soma de cinco contratos -um não teve valor declarado- chega a R$ 1,378 bilhão. Um deles, por exemplo, foi assinado em 2002 pela CPTM por R$ 154,7 milhões. O PT pesquisou, no site do TCE, os contratos entre as 39 empresas do grupo e toda a administração. O valor original foi corrigido pelo IGP-DI.
Marina rebate Lula e vê risco de retrocesso na Amazônia
Com a exoneração publicada no "Diário Oficial" da União e ainda sem ter conversado com o presidente Lula sobre a decisão de deixar o Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva (PT-AC) apontou ontem o risco de retrocesso no combate ao desmatamento na Amazônia, cujo ritmo voltou a crescer.
"É melhor ter o filho vivo em colo de outro do que vê-lo jazendo em seu próprio colo", afirmou a ex-ministra, numa referência ao título de "mãe do PAS" (Plano Amazônia Sustentável) dado a ela por Lula na semana passada. "Não podemos aceitar nenhum tipo de retrocesso", insistiu a petista na primeira entrevista desde que se demitiu, na terça-feira. Marina assumirá sua vaga no Senado.
Minc defende licenciamento mais ágil
O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou em Paris a burocracia das leis brasileiras para licenciamento ambiental e defendeu uma legislação mais ágil e rigorosa.
"As leis [de licenciamento] no Brasil têm muitos gargalos. É preciso uma nova lei que aumente o rigor dos grandes impactos e diminua a burocracia para procedimentos inócuos e inúteis", afirmou.
A nova legislação deverá aumentar, por exemplo, os patamares de emissões atmosféricas que são, segundo ele, "muito frouxos no Brasil".
As declarações foram dadas durante entrevista coletiva à imprensa, concedida um dia depois de ter sido indicado pelo presidente Lula para o Ministério do Meio Ambiente.
Expectativa não é boa, diz Maggi sobre Minc
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), afirmou ontem à Folha que não tem uma boa expectativa sobre a futura gestão de Carlos Minc à frente do Ministério do Meio Ambiente, no lugar de Marina Silva, que se demitiu.
"Ele não me conhece, não conhece o Estado, não conhece a região. A expectativa, posso dizer, é, por enquanto, não boa", afirmou o governador.
Mato Grosso é o recordista histórico no desmatamento da floresta. Um dos maiores sojicultores do mundo, Maggi se firmou, desde que foi eleito pela primeira vez, em 2002, como a principal liderança dos produtores rurais da região.
Em entrevista à TV Globo antes de aceitar o convite para o ministério, Minc declarou que, "se deixar", Maggi plantaria soja "até nos Andes".
"Achei muito preconceituoso", respondeu Maggi. "Me senti surpreendido por ter sido metralhado assim. Conheço muito o Brasil; ele, não. Mas o convido, desde já, para vir aqui e conhecer nosso trabalho."
Líder arrozeiro acusa governo e ministro de fazerem "terrorismo"
Personagem principal da polêmica envolvendo a demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, o líder arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM), 55, acusou o governo federal e o ministro Tarso Genro (Justiça) de fazerem terrorismo na terra indígena. Segundo ele, o confronto entre índios e funcionários de sua fazenda, na semana passada, foi "orquestrado". O Ministério da Justiça não quis se manifestar sobre as declarações. Ontem, um dia depois de ser solto pela Justiça,
Quartiero visitou deputados no Congresso.
General Heleno não é voz isolada, afirma almirante
O chefe do Estado Maior de Defesa, almirante-de-esquadra Marcos Martins Torres, afirmou que o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, não é o único nas Forças Armadas em suas críticas à demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol (RR).
Indagado especificamente se Heleno era uma "voz isolada", Torres respondeu "não", enfaticamente, mas evitou fazer comentários sobre as observações do general -ele causou polêmica ao classificar a demarcação contínua da reserva como ameaça à soberania nacional.
Anistia não protege torturador, diz Tarso
O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu ontem o julgamento e a punição dos responsáveis pelos crimes de tortura durante o regime militar (1964-85). Em sua opinião, a Lei da Anistia, de 1979, não protege os torturadores.
O ministro afirmou também que o "sigilo eterno" de documentos secretos oficiais "não serve ao Estado democrático de Direito". A medida restritiva ao acesso público à informação, criada no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, foi mantida pela administração petista de Luiz Inácio Lula da Silva.
Procuradoria acusa ex-chefes do DOI-Codi
O Ministério Público Federal propôs ação civil pública contra a União e os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, comandantes do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo, de 1970 a 1976.
O MPF pede que os dois ex-chefes do órgão sejam pessoalmente responsabilizados pela tortura, morte e desaparecimento de 64 pessoas, entre elas o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho.
Supremo nega habeas corpus para vazador
O ministro Carlos Ayres Britto, do STF, negou ontem habeas corpus preventivo ao ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires, responsável por ter vazado o dossiê de gastos do governo FHC. A defesa recorreu para garantir a ele o direito de permanecer em silêncio e de não ser preso no depoimento na CPI dos Cartões, marcado para a próxima terça. Hoje, Aparecido deve depor na PF.
Ontem, a PF avisou que já sabe quem passou a planilha para Aparecido, mas não revelou à imprensa.
Procuradoria denuncia tucano ligado a Yeda por seis crimes
O Ministério Público Federal apontou os empresários Lair Ferst e José Antônio Fernandes como principais operadores de uma "superestrutura criminosa" que desviou R$ 44 milhões do Detran do Rio Grande do Sul. Os dois são suspeitos dos crimes de peculato, corrupção ativa, falsidade ideológica, locupletamento em dispensa de licitação e formação de quadrilha. Ferst, que também foi denunciado por extorsão, é filiado ao PSDB e atuou na campanha da governadora Yeda Crusius.
Da denúncia apresentada ontem à Justiça Federal de Santa Maria (RS) constam ainda os nomes de diretores do Detran, servidores da Universidade Federal de Santa Maria e empresários.
O Estado de S. Paulo
Minc quer lei de licenciamento com ”mais rigor e menos burocracia”
Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o novo ministro do Meio Ambiente, em substituição a Marina Silva, Carlos Minc disse que impôs condições para aceitar o cargo e anunciou que pretende alterar a lei que rege a análise de licenciamentos ambientais para obras e empresas, de forma a tornar o processo mais ágil, mas ao mesmo tempo mais rigoroso.
Minc também deixou claro que, assim como Marina, quer que o Plano Amazônia Sustentável, anunciado recentemente, fique sob o controle do Ministério do Meio Ambiente, e não da Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos, comandada por Roberto Mangabeira Unger.
"Não adianta forçar as pessoas a licenciar rapidamente porque a lei atual tem muitos e muitos gargalos", afirmou Minc ontem, em Paris. "É necessária realmente uma nova lei em relação à questão do licenciamento, que aumente o rigor dos grandes impactos e diminua a burocracia para os procedimentos absolutamente inócuos e inúteis, permitindo que nos concentremos no que é importante."
”Não tenho planos para o Mangabeira”
Trinta e seis horas se passaram entre o contato do Estado com o então secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, e o novo ministro do Meio Ambiente, o mesmo Minc. Na primeira entrevista, na quarta-feira, ele descartava a hipótese de assumir o posto aberto pela saída de Marina Silva. Ontem, Minc voltou a falar, dessa vez na condição de ministro "em tese". Confirmou que aceitou o convite após as pressões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador do Rio, Sérgio Cabral. E justificou a mudança de idéia alegando ter "carta verde" para desenvolver seus projetos à frente do ministério.
Por MP, Lula triplica limite de gasto com reajuste salarial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva triplicou o limite para o aumento de gastos com o funcionalismo público federal neste ano. A lei orçamentária limitava o aumento das despesas do Executivo federal com reestruturação de cargos, carreiras e revisão de remunerações dos servidores a R$ 3,4 bilhões. Ontem, esse teto foi ampliado para R$ 10,96 bilhões.
Por meio de medida provisória que circulou ontem em edição extra do Diário Oficial da União, com data de 14 de maio, o presidente abriu crédito extraordinário no valor de R$ 7,56 bilhões para que o Ministério do Planejamento gaste com a reestruturação de cargos, carreiras e revisão de remunerações. Os aumentos salariais beneficiarão funcionários civis e militares. Os R$ 7,56 bilhões se somam aos R$ 3,4 bilhões originais, totalizando R$ 10,96 bilhões, que passa a ser o novo limite orçamentário para essas despesas.
Paulinho ficou ”desesperado”, revela grampo
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) ficou "desesperado" com a Operação Santa Tereza, que desmontou suposto esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Paulinho se comprometeu a providenciar advogado e até a tirar da prisão o coronel da Polícia Militar Wilson Consani, seu amigo e homem de confiança, apontado pela Procuradoria da República como um dos principais operadores da trama BNDES.
As informações constam do relatório 10 da Polícia Federal – 35 páginas que descrevem a reação de alvos da missão e alguns de seus familiares. Todos caíram no grampo da PF, autorizado judicialmente.
Adriana Consani, mulher do coronel Wilson Consani, foi interceptada dia 25 de abril, às 9h54. Ela telefonou para o marido, que estava preso na Custódia da PF desde o dia anterior, capturado pela Santa Tereza. Adriana disse ao marido que estava ligando a pedido de Miguel, que a PF acredita ser dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
O relatório resume a conversa do casal Consani, com 6 citações a Paulinho. "Adriana diz que o Paulinho está mandando um advogado para Consani e é para ele (coronel) ficar tranqüilo. Adriana diz que o Paulinho Pereira ligou para ela e disse que todo mundo que foi preso ninguém está preocupado…Consani pergunta o que o Paulinho falou. Adriana diz que o Paulinho está desesperado e falou para Consani ficar despreocupado que ele (Paulinho) irá tira-lo de lá, diz que ele (Paulinho) está muito preocupado."
PT liga caso Alstom a tucanos de SP
Os deputados da bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo afirmam ter achado o elo entre o governo do Estado e a empresa Alstom, multinacional francesa que está sendo investigada por suspeita de suborno no Brasil.
Ontem, o líder da bancada, Roberto Felício, disse que há "ligação íntima" entre o PSDB paulista e a Alstom, pois um ex-diretor da empresa, José Sidnei Colombo Martini, foi alçado em 1999 à presidência da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP, então controlada pelo governo estadual). Desde então, a CTEEP celebrou 47 contratos com a Alstom, somando pelo menos R$ 333 milhões. Em 2006, a empresa foi privatizada.
Estatal fez anúncio em revista com Alckmin na capa
Em 2006, José Sidnei Colombo Martini, presidente da CTEEP,pagou R$ 60 mil para o acupunturista do então governador Geraldo Alckmin, Jou Eel Jia, a título de patrocínio institucional para a revista da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, presidida por Jia. Alckmin foi capa e apareceu em nove páginas. Em 2003, também patrocinou doação de fornos para o Fundo Social de Solidariedade, presidido pela então primeira-dama Lu Alckmin. Os equipamentos foram doados pela ABB, empresa comprada pela Alstom.
Na CPI, assessor dirá que Erenice coordenou dossiê
O assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Eduardo Fernandes, vai sustentar em seu depoimento na terça-feira, na CPI dos Cartões, que o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires lhe disse que Erenice Guerra coordenou a coleta de informações e a montagem do dossiê com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Erenice é secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma Rousseff.
André Fernandes também vai apresentar à CPI uma cópia dos e-mails trocados com Aparecido – que deixou o cargo na quarta-feira -, além da planilha remetida pelo ex-secretário. O assessor de Dias deixará o material à disposição dos parlamentares da CPI para eventual exibição no plenário da comissão.
Conforme apuração do Estado, o arquivo remetido por Aparecido a André não traz em seus registros o nome do autor da planilha com os dados do dossiê. Tem somente a identificação "Casa Civil".
PF identifica dois novos envolvidos no caso
A Polícia Federal fechou a reconstituição do caminho do dossiê dos gastos do ex-presidente FHC, desde sua confecção na Casa Civil até o vazamento, e identificou dois novos envolvidos. O delegado Sérgio Menezes, encarregado do inquérito, disse já saber que computador alimentou com dados a planilha dos gastos, mas não revelará nomes porque o inquérito corre em segredo de justiça.
"Posso garantir que o caso está praticamente esclarecido", afirmou. Menezes contou que a PF periciou 15 computadores, 13 da Casa Civil, e ouviu dez pessoas que tiveram contato direto com a elaboração do dossiê e o vazamento. Ninguém foi indiciado até agora porque ainda não está definido se os dados do dossiê eram sigilosos e se houve crime na sua manipulação e no vazamento.
Grampo incrimina Perillo, diz ”Época”
Gravações telefônicas anexadas a um processo que corre no Supremo Tribunal Federal mostram o hoje senador Marconi Perillo (PSDB-GO) operando para influenciar decisão da Justiça de Goiás, segundo o site da revista Época. De acordo com o site, o senador tenta conduzir decisão de uma desembargadora num processo envolvendo a Prefeitura de Itumbiara. O advogado de Perillo, Antônio Castro, disse que não há indício de crime. O caso foi denunciado pelo procurador-geral Antonio Fernando de Souza na semana passada.
O Globo
A nova CPMF
Para aprovar a Emenda 29, que amplia em R$ 24 bilhões o orçamento da saúde nos próximos quatro anos, o governo vai aumentar a taxação do consumo do cigarro, das bebidas alcoólicas e recriar a contribuição sobre a movimentação financeira (CPMF). O texto final da proposta será apresentado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na terça-feira, aos líderes governistas na Câmara.
Europa pode boicotar produtos brasileiros
Ambientalistas europeus afirmaram ontem que a saída de Marina Silva do comando do Ministério do Meio Ambiente pode ter conseqüências desastrosas não só para o meio ambiente, mas também para a economia do Brasil. O ecologista Reinhard Behrend, da ONG alemã Salve a Floresta, afirmou ontem que, com o Brasil poderá perder seu "selo ecológico". Já Monica Frassoni, co-presidente dos verdes no parlamento europeu, afirmou que a renúncia da ministra pode ser vista como um "sinal de alerta" da "politica ecológica desastrosa" do governo Lula .
Escolha de Minc reforça prestígio de Cabral
A nomeação do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, explicitou a influência crescente do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), junto ao Palácio do Planalto. Independentemente de restrições ou cenas de ciúmes de petistas ou peemedebistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não esconde sua simpatia por Cabral e costuma citá-lo com freqüência em conversas reservadas como exemplo de parceria que deveria ser costurada para 2010.
No Planalto, além de Lula, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também faz questão de alardear a boa relação com o governador. Por isso, Cabral é apontado nas rodas políticas de Brasília como uma opção para o cargo de vice-presidente, numa chapa encabeçada por um petista.
PT paulista pede investigação sobre Alstom
A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo prepara uma série de ações — entre elas, um pedido de abertura de CPI — para investigar o suposto pagamento de propina, por parte da empresa Alstom, a servidores paulistas. O Ministério Público do Estado também já abriu inquérito para apurar o caso.
A suspeita é que estatais do governo de São Paulo tenham fechado contratos que somam pelo menos R$ 7,6 bilhões, nos últimos 19 anos, com o grupo Alstom — investigado na França e na Suíça por pagar propinas a servidores públicos para obter contratos no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Desse montante, R$ 1,4 bilhão teria sido pago em contratos julgados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A maior parte dos contratos foi firmada em governos tucanos.
PF já sabe quem entregou planilha
O delegado da Polícia Federal Sérgio Menezes afirmou ontem que já está praticamente identificado o servidor que entregou ao ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Fernandes a planilha com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com isso, a polícia já dispõe de indícios concretos sobre o caminho percorrido pelo dossiê desde sua extração em computadores da Casa Civil até o vazamento para a imprensa. O diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse que o inquérito deve ser encerrado bem antes do prazo de 60 dias concedido pela Justiça Federal a Menezes, semana passada.
Ação civil quer responsabilizar Ustra por tortura
O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ontem ação civil pública contra os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel por supostos crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985). Ustra e Maciel comandaram entre 1970 e 1976 o temido Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), em São Paulo. No período, cerca de 7 mil passaram pelo Doi-Codi, e 64 pessoas morreram ou desapareceram. Entre os mortos mais conhecidos estão o jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975, e o operário Manoel Fiel Filho, em 1976.
PT de Minas aprova aliança com tucanos
O diretório estadual do PT de Minas aprovou, após longa discussão, a aliança com o PSDB por 29 votos a favor, 26 contra e três abstenções. A aliança foi desenhada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), que conseguiu apoio no diretório municipal com 85% dos votos. A chapa defendida por eles é encabeçada pelo PSB, que já definiu o nome de Márcio Lacerda, secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas, tendo como vice o deputado estadual Roberto Carvalho, do PT.
Correio Braziliense
Marina ataca na despedida
O prestígio e a força do agronegócio junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a opção do Palácio do Planalto por flexibilizar a licença ambiental para implantar grandes obras de infra-estrutura na Amazônia foram as principais causas do pedido de demissão da senadora Marina Silva (PT-AC) do Ministério do Meio Ambiente. Ontem, durante entrevista que concedeu para explicar a renúncia, ela admitiu que estava ficando isolada no governo e não conseguia mais implantar inteiramente as políticas que defende para o setor. Por isso, tomou uma atitude que espera servir de alerta: “Percebi que as pedras não estavam mais se movendo e quando as pedras não se movem, é preciso fazer algo para que elas se movam”, disse em tom de parábola.
Minc compra briga com aliado
Antes mesmo de assumir o Ministério do Meio Ambiente, o petista Carlos Minc comprou briga ontem com dois aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, e o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Falando da França, onde cumpre agenda como secretário estadual do Rio, Minc desferiu o primeiro golpe contra Maggi. Em coro com Marina Silva, acusou-o de forçar a ampliação da fronteira agrícola, sobretudo da soja, sem respeitar a preservação ambiental e o combate ao desmatamento. “Você pega o governador de Mato Grosso, ele próprio é o maior produtor de soja no mundo, com a polícia na mão dele. E, se deixar, ele planta soja até nos Andes. Então, não é mole”, declarou Minc.
Da cadeia ao Congresso
Um dia depois de ter sido solto pela Polícia Federal, o prefeito de Pacaraima, Roraima, Paulo Cézar Quartiero, aproveitou a liberdade para fortalecer os laços políticos no Congresso Nacional. Escoltado pelo deputado Márcio Junqueira (DEM-RR), ele passou de gabinete em gabinete para buscar aliados na disputa em torno da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, localizada no nordeste do estado.
Tarso quer militares julgados
O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu ontem o julgamento daqueles que cometeram crimes de tortura durante o regime militar para que os envolvidos tenham direito à anistia política. “Alguns deles, de boa fé, dizem que a anistia foi feita para todos, inclusive para os torturadores. Muito bem, se ela foi feita para os torturadores, eles têm de ser julgados, têm de receber uma pena e depois receber a anistia”, explicou. Segundo informou a Agência Estado, as declarações foram feitas por Tarso durante solenidade no terreno da antiga sede da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Preso pediu ajuda a Paulinho
Escuta telefônica feita pela Polícia Federal três dias depois da Operação Santa Tereza mostrou que um dos presos, o advogado Ricardo Tosto, pediu ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que interferisse a seu favor em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O monitoramento do grupo começou em dezembro, quando a PF passou a investigar uma suposta rede de prostituição que funcionava na Boate WE, do empresário Manuel Fernandes de Bastos Filho. No decorrer da apuração, descobriu-se um esquema de desvio de dinheiro público, o que levou a PF a desencadear a Operação Santa Tereza.
Jornal do Brasil
TSE apóia divulgar condenados
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ayres Britto, apoiou, ontem, a proposta do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que determina à Justiça Eleitoral que divulgue em propaganda os nomes dos candidatos que foram condenados em primeira instância.
O projeto de Simon, em caráter terminativo, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio Netto (AM), disse que vai apresentar recurso para que o assunto seja novamente debatido e votado pelo plenário.
Sem entrar na polêmica, Ayres Britto defendeu o texto já aprovado na comissão.
– Sou muito favorável à transparência e pela visibilidade e plenitude – afirmou o ministro.
Marina afirma não ter mágoa e que fica no PT
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse, ontem, que pediu demissão porque não via mais as condições necessárias dentro do governo para continuar avançando com a agenda ambiental.
– A minha permanência não estava mais agregando. E quando as pedras não se movem, você precisa fazer algo para mover as pedras.
Marina, que pretende retomar o seu mandato no Senado, sem data prevista, concedeu entrevista durante mais de duas horas na sede da Agência Nacional de Águas (Ana), a 10 quilômetros de seu antigo gabinete na Esplanada dos Ministérios.
CPI identifica 646 possíveis pedófilos
A varredura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a rede de pedofilia no país encontrou ao todo 646 perfis do Orkut, site de relacionamento, com conteúdo de pornografia infantil. Técnicos da comissão, agentes da Polícia Federal e representantes do Ministério Público analisaram 3.241 álbuns fechados, que tiveram os sigilos quebrados pelo Google, empresa responsável pelo Orkut.
Do material entregue pelo site, 20 perfis não foram abertos pela CPI por causa de falhas eletrônicas. Ontem, os integrantes da comissão aprovaram requerimento solicitando ao Google o reenvio destas informações para saber se não foi um erro intencional. A partir de hoje, os especialistas que trabalham nas investigações começam a segunda etapa da apuração que é o cruzamento de dados para verificar se um usuário pedófilo é responsável por mais de um desses perfis. Em seguida, o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), deve colocar em votação a quebra do sigilo telefônico de todos os usuários que utilizavam o site para a prática do crime.
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