FOLHA DE S.PAULO
43% não concluem curso supletivo
Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que, dos 8 milhões de brasileiros que já frequentaram cursos de educação de jovens e adultos _os antigos supletivos_, 43% não os concluíram. Os motivos mais citados para o abandono foram a falta de horários compatíveis com o trabalho (28%) ou com as tarefas domésticas (14%). Foi a primeira vez que o IBGE investigou especificamente esse segmento.
Dilma defende Petrobras e descarta cargo para PMDB
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) incluiu um novo ingrediente à estratégia do governo de tachar o PSDB de inimigo da Petrobras ao sugerir, ontem, que a estatal “pode ter sido uma caixa-preta” entre 1997 e 2000 -durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, portanto-, ao contrário do que ocorre hoje.
Ao retomar os trabalhos na Casa Civil após quase dois dias internada em São Paulo, Dilma classificou de “espantoso” o comportamento dos que levantam suspeição em torno da estatal, numa referência à oposição, que insistiu na criação de CPI para investigar a empresa. “Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta… pode ter sido uma caixa-preta em 97, 98, 99, 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta”, afirmou ela. Para levantar a tese de que, na gestão Lula, a Petrobras seria mais transparente, a ministra citou o fato de a estatal estar submetida à lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 para garantir mecanismos de auditoria confiáveis nas empresas, sobretudo as grandes, que tem operações financeiras no exterior.
“É uma lei que é das mais rígidas no que se refere a demonstrações contábeis, a explicitação para controle do acionista e do investidor das contas estratégicas da empresa.”
Dilma voltou a dizer que a estatal “tem de ser preservada” por ser a maior empregadora e contratadora de bens e serviços, e pelo papel ainda maior que terá em virtude do pré-sal. E afirmou que as investigações a serem feitas pela CPI poderiam ser resolvidas no TCU (Tribunal de Contas da União) ou no Ministério Público.
“Só Deus sabe”, diz Lula sobre volta em 2014
Depois de passar os últimos dias negando a possibilidade de um terceiro mandato consecutivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi evasivo ontem, ao ser questionado sobre a hipótese de tentar uma nova candidatura em 2014.
No último dia de sua visita à Turquia, Lula lembrou que a Constituição não lhe impede de disputar uma nova eleição presidencial, mas considerou prematuro pensar no que vai fazer após deixar o Planalto, no último dia de 2010.
“Isso não seria o terceiro mandato. Isso é da Constituição”, disse o presidente, quando questionado sobre uma possível volta à disputa presidencial em 20014. “Eu não sei o que vai acontecer em 2010, como é que eu vou pensar em 2014? A única coisa que eu quero para 2014 é a Copa do Mundo no Brasil. Isso já está garantido. Eu agora estou trabalhando para que a gente tenha a Olimpíada no Brasil em 2016. Eu acho que nós temos chances de ganhar. O que vai acontecer na política só Deus sabe.”
Minc critica “afã produtivista” do governo
Com a legislação ambiental sob pressão do agronegócio e de empreendedores de grandes obras, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) critica o “afã produtivista” que, segundo ele, repercute no governo e põe em risco metas assumidas para frear o aquecimento global.
Cobrado por ambientalistas a reagir às pressões, Minc acusa ruralistas (liderados pela Confederação Nacional da Agricultura) de terrorismo e busca aliança com pequenos agricultores para barrar mudanças nos limites de desmatamento.
Minc reconhece que perdeu na definição do novo cálculo da compensação ambiental para empreendimentos em razão de compromissos assumidos por Lula. Mas adianta que não assinará o zoneamento da cana caso o presidente autorize o plantio no entorno do Pantanal.
O GLOBO
Bônus em 2010 para o PAC é ‘propina oficial’, diz oposição
O bônus de até R$ 48,9 mil a ser pago a servidores do Dnit para que acelerem as obras do PAC até 2010, ano eleitoral, foi chamado pela oposição de “propina oficial”. As reações foram fortes no Congresso, para onde o governo mandou o projeto com pedido de urgência. “O governo está premiando a má gestão, e isso é inacreditável”, disse o tucano José Aníbal. “É premiar a máquina que vai garantir a permanência do PT no poder”, protestou o presidente do DEM, Rodrigo Maia. A ministra Dilma Rousseff, chamada pelo presidente Lula de mãe do PAC e sua candidata à Presidência, defendeu o bônus: “Você não pode achar que vai fiscalizar uma obra de envergadura sem engenheiro. Agora também não pode supor que um engenheiro. Agora também não pode supor que um engenheiro vai trabalhar por valores muito baixos”.
A culpa é de FH
O governo Fernando Henrique Cardoso acabou há mais de seis anos, mas até hoje o presidente Lula e seus ministros vivem culpando o antecessor por qualquer problema que enfrentam. Ontem, foi a vez da ministra Dilma Rousseff. Ela disse que a Petrobras só era uma caixa-preta no governo FH.
Rede privada é maioria no ensino técnico
Estudo do IBGE mostra que só 22,4% dos alunos do ensino profissionalizante são da rede pública. E que 5 milhões de desempregados, a maioria jovens, jamais fizeram curso de qualificação, relata Flávia Oliveira.
O ESTADO DE S.PAULO
Dilma rejeita pressão por cargos na Petrobras
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou ao trabalho, após três dias de tratamento de saúde, com a missão de tentar barrar a pressão do PMDB por cargos na Petrobras, revelada pelo Estado. O partido quer diretorias em troca de apoio ao governo na CPI sobre a estatal. Dilma negou mudanças. “Isso não está em cogitação. Não há isso, até agora, por parte do governo. Nem sinal de alguém pedir isso a nós”, disse a ministra. Dilma ainda manifestou apoio “irrestrito” a Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, cargo que é alvo dos peemedebistas.
Peemedebistas tentam tirar PT do comando da comissão
Diante da resistência do Palácio do Planalto em abrir mais uma vaga para o PMDB na diretoria da Petrobrás, o partido arma uma retaliação: o PT deverá ficar fora do comando da CPI criada pelos senadores para investigar supostas irregularidades na estatal e na Agência Nacional de Petróleo (ANP). A cúpula do PMDB montava ontem uma estratégia para ter o controle da comissão e, dessa forma, se cacifar para fazer indicações para a Petrobrás.
Na terça-feira, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), deverá encontrar-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e propor que a relatoria da comissão fique nas mãos de um peemedebista. A ideia é fazer um acordo com a oposição e deixar a presidência da CPI para o DEM. Seria uma forma de tirar a pecha de “CPI chapa branca”.
“O ideal é que a CPI não perca a isenção e mantenha a credibilidade como instrumento de investigação”, disse Calheiros.
Lula cobra razões para investigação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou ontem as motivações da CPI da Petrobrás. Ele tem aproveitado sua viagem pela Turquia para sair em defesa da empresa e pedir que ela se transforme na maior companhia de petróleo do mundo. “No fundo, ainda não está bem explicado qual é o motivo dessa CPI”, disse Lula. “Eu queria saber o fato determinado de uma CPI”, disse o presidente durante uma conferência de imprensa em Ancara, em seu último dia de viagem, para anunciar um novo acordo de exploração da Petrobrás no exterior. “Deixa eu voltar ao Brasil para ouvir das pessoas de lá o que têm a me dizer”, completou.
Ontem, Lula reuniu-se com deputados e senadores turcos. Ao explicar como funcionava o sistema político brasileiro, ele garantiu que mantém “excelentes relações com o Congresso”.
Em relação à Petrobrás, Lula defendeu que a empresa busque ser “a maior empresa de petróleo do mundo”. “Não precisamos nos contentar em ser a segunda, terceira, quarta ou quinta maior empresa de petróleo do mundo. Queremos ser a primeira”, disse. Segundo o site da estatal, a empresa é a quarta mais respeitada do mundo.
Lula fala em disputar em 2014
O presidente Lula deixou a porta aberta para uma candidatura sua à Presidência em 2014. “Isso não seria um terceiro mandato. Isso está na Constituição.” Para Lula, “só Deus sabe” o futuro político. “Eu não sei o que vai acontecer em 2010. Como é que vocês querem que eu saiba o que vai ocorrer em 2014?”
Mantega diz que real valorizado preocupa
A alta no fluxo de dólares no Brasil, e a conseqüente valorização do real, preocupa o governo, disse Guido Mantega (Fazenda). O dólar fechou ontem em R$ 2,027 e já se desvalorizou 13,2% no ano. Segundo o ministro, isso prejudica o setor produtivo, a agricultura e a exportação. Para analistas, Mantega tenta pressionar o Banco Central a manter o ritmo de queda do juro básico.
CORREIO BRAZILIENSE
Brasília armada
Segurança privada no DF emprega mais homens do que a Polícia Militar. Cerca de um terço desse exército de vigilantes pode utilizar arma de fogo
Preocupado com a violência, o brasiliense recorre cada vez mais à segurança privada. As empresas que oferecem esse tipo de serviço mantêm nas ruas um exército de 18 mil homens — mais do que o efetivo da Polícia Militar, que conta com 14,7 mil fardados. Além de numerosos, os vigilantes da cidade dispõem de munição para intimidar bandidos: um terço deles têm porte de arma concedido pela Polícia Federal. É o caso dos profissionais que trabalham na entrada do condomínio Jardins do Lago (foto). Sindicato da categoria alerta para o risco de se contratarem seguranças clandestinos por um preço mais baixo.
Revolta com o “cotão”
Causou revolta entre deputados a decisão da Mesa Diretora da Câmara de concentrar em apenas uma cota as verbas utilizadas pelos deputados. O único elogio é o recuo para liberar as viagens internacionais com dinheiro público. A criação da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar é consenso entre os integrantes da cúpula da Casa, mas no restante é vista com ceticismo.
Os argumentos vão desde aumento no gasto público até reclamação com a obrigatoriedade de divulgar tudo na internet. O “cotão” reúne 12 rubricas, entre elas passagens aéreas, telefone, serviços postais, manutenção de escritório, alimentação, hospedagem e aluguel de jatinho. Os valores variam de estado para estado. O menor, de R$ 23,03 mil mensais, é destinado aos deputados do Distrito Federal. O maior (R$ 34,25 mil) é para os representantes de Roraima. “Separada era melhor. Nós poderíamos especificar como cada um gasta e com o quê. Pela regra anterior, você conseguia direcionar e identificar”, afirmou o ex-líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR).
Cunha pede urgência à Mesa
A Câmara dos Deputados deve votar o encurtamento do prazo de filiação partidária para seis meses antes da eleição, reduzindo pela metade o prazo atual, antes de qualquer outra proposta da reforma partidária, prevê o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor projeto. “Protocolei o pedido de urgência na quarta-feira desta semana e espero que ele seja votado na próxima semana, pois é anterior a qualquer outro pedido de urgência”, explica o peemedebista, hoje um dos parlamentares mais influentes na Casa.
Na quinta-feira, em almoço com o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), Cunha traçou a estratégia para a aprovação da chamada “janela da infidelidade”, como vem sendo chamada a alteração pelos adversários da proposta. A coincidência do prazo de filiação com o prazo de desincompatibilização dos cargos públicos facilitará a vida de todos os políticos com mandato que desejam trocar de partido e também de prefeitos, secretários de estado, governadores e ministros que pretendem concorrer às próximas eleições.
Após ter habeas corpus negado, Constantino ganha prisão domiciliar
Desembargadora Sandra Desantis concede benefício ao fundador da GOL. Segundo advogados, ele se apresentará quando concluir tratamento de saúde.
Entrevista – Roberto Gurgel
Primeiro colocado na lista tríplice de candidatos à vaga de procurador-geral diz que Ministério Público deve estar mais aberto à sociedade e assume discurso de mudança
Se seguir a tradição instituída por ele mesmo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai indicar como próximo chefe do Ministério Público Federal o atual vice-procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel. Primeiro colocado na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o cearense de 54 anos pretende assumir o cargo, caso seja escolhido, com o discurso de mudança. Ainda que para os adversários ele represente o candidato do continuísmo da gestão Antonio Fernando de Souza, que deixa o cargo em junho.
Nesse discurso de mudança, Gurgel afirma que o MPF precisa de transparência. “Nós hoje sabemos que devemos transparência. Somos transparentes até certo ponto, mas precisamos ser mais”, disse Gurgel, em entrevista ao Correio. Passados 20 anos da Constituição de 1998, quando o Ministério Público Federal, ganhou autonomia funcional e poderes, não há qualquer sistema interno de acompanhamento de processos nas diversas instâncias judiciais. “Temos uma ideia dos nossos resultados que deixa a deseja em termos de suporte. Ela é mais uma intuição do que algo que possa ser inequivocamente demonstrado”, admite.
JORNAL DO BRASIL
Dívidas no cartão começam a cair
Brasileiro está 13,5% menos endividado com cartões e financeiras que em 2008
Pesquisa feita pelo Serasa aponta queda no endividamento do brasileiro com o cartão de crédito. Nos quatro primeiros meses deste ano, a dívida média com cartões e financeiras ficou em R$ 370, ou seja, 13,5% menor que em 2008. A oferta de dinheiro teve leve recuperação, após o período de instabilidade que começou antes mesmo da crise financeira mundial. A qualidade do crédito no país melhorou no primeiro trimestre do ano e já alcançou o patamar pré-crise.
PMDB indica Jucá para relator da CPI
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), indicará o líder do governo na Casa, Romero Jucá (RR), para relator da CPI da Petrobras. Renan também quer que a presidência seja do DEM – que nomeará Antonio Carlos Magalhães Jr. Para o PMDB, um acordo com a oposição no início dos trabalhos deve evitar problemas na comissão.
Chávez retoma estatizações
Em seu projeto de socialismo do século 21 para a Venezuela, Hugo Chávez estatizou quatro empresas com capital estrangeiro e pretende comprar parte do banco espanhol Santander. Negocia, ainda, um empréstimo de Us$ 10 bilhões do brasileiro BNDES