Veja
O caixa 2 da turma de Ideli
“Entidade fundada por petistas e ligada à líder do PT no Senado é suspeita de desviar dinheiro público. O Senado vai instalar nesta semana uma CPI para investigar entidades e organizações não-governamentais suspeitas de desviar recursos públicos. Somente nos últimos oito anos, o governo destinou 33 bilhões de reais às chamadas ONGs por meio de convênios e emendas parlamentares. Seria uma forma ágil e eficiente de fazer chegar às comunidades mais carentes os programas sociais. Sem fiscalização adequada, muitas dessas organizações se transformaram em máquinas de fraudes que enriquecem seus dirigentes e financiam campanhas políticas regionais. Em Santa Catarina, a Polícia Federal está investigando um caso exemplar. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) recebeu 5 milhões de reais para promover cursos de treinamento profissional. Parte do dinheiro, já se sabe, foi parar na campanha política de um deputado do PT. Para justificarem os gastos, os dirigentes da federação falsificaram planilhas e criaram alunos-fantasma. O que mais chama atenção no caso, porém, é o eixo entre os principais envolvidos na fraude. Todos são correligionários, amigos ou assessores da senadora catarinense Ideli Salvatti, líder do PT no Senado.
A investigação da polícia se concentra em dezoito convênios firmados entre a Fetraf e os ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho, da Agricultura e da Pesca – que lhe destinaram 5,2 milhões de reais entre maio de 2003 e março de 2007. O inquérito, que já tem mais de 300 páginas, recolheu provas que permitem concluir que a federação usou uma tecnologia de fraude muito conhecida desde os tempos em que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares era um simplório conselheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Usando a influência política, os dirigentes conseguem prioridade em assinatura de convênios com órgãos públicos. Há no esquema sempre um parlamentar amigo que, por meio de emendas, assegura recursos no Orçamento para os tais programas sociais. Nos ministérios, correligionários em postos-chave são os responsáveis pela seleção das parcerias. Depois, cabe às entidades escolhidas superfaturar contratos, inventar serviços e embolsar o dinheiro, às vezes tudo, às vezes apenas uma parte para simular que alguma coisa foi feita. A Fetraf, segundo a polícia, seguiu à risca essa cartilha. “
Istoé
Walfrido vira alvo de chantagem política
“Na manhã da terça-feira 25, uma reunião no Palácio do Planalto deu sangue novo à permanência, no governo, do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. Num encontro com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, e o secretário particular do presidente Lula, Gilberto Carvalho, Mares Guia apresentou sua defesa sobre o Mensalão Mineiro – a operação de um caixa paralelo na campanha pela reeleição do então governador Eduardo Azeredo, em 1998. Reiterou que nunca escondeu o caso do presidente e reforçou sua inocência. Ouviu deles que Lula resolvera não mais ficar “na defensiva” em relação a denúncias que envolvam ministros. O presidente se arrependeu do fato de ter demitido Silas Rondeau das Minas e Energia, acusado – num fato que depois não foi provado –, pela Polícia Federal, de receber dinheiro do empreiteiro Zuleido Veras, da Gautama. Lula ainda determinou que o PT silenciasse sobre o caso e parasse de discutir no mes para o Ministério das Relações Institucionais. Na véspera, os petistas haviam ventilado o nome do deputado Henrique Fontana (PT-RS) para o cargo. Finalmente, 24 horas depois da conversa de Mares Guia com Dilma, Franklin e Carvalho, o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, oficializou a posição de Lula: “O ministro tem a confiança do presidente da mesma forma que tinha antes do episódio. Então, no que diz respeito ao presidente, a situação do ministro não se modificou.”
Todo o esforço para segurar Mares Guia se baseia numa dura realidade política: o governo tem urgência para aprovar no Congresso a prorrogação da CPMF, uma receita de R$ 36 bilhões anuais, imprescindíveis para o sucesso do Programa de Aceleração do Crescimento. E, como responsável pelo atendimento aos parlamentares, Mares Guia tem o mapa das reivindicações dos políticos."
Todo o esforço para segurar Mares Guia se baseia numa dura realidade política: o governo tem urgência para aprovar no Congresso a prorrogação da CPMF, uma receita de R$ 36 bilhões anuais, imprescindíveis para o sucesso do Programa de Aceleração do Crescimento. E, como responsável pelo atendimento aos parlamentares, Mares Guia tem o mapa das reivindicações dos políticos."
Época
Homem de confiança de Ciro Gomes é acusado de cometer fraude no Banco do Nordeste
“Duas semanas atrás, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, telefonou ao deputado Ciro Gomes (PSB-CE) para relatar que aplicaria uma punição a um amigo de infância de Ciro. Mantega mandara abrir um processo administrativo contra Victor Samuel Cavalcante da Ponte, diretor de administração do Banco do Nordeste. O motivo de tamanha cautela com a situação de um funcionário periférico é a forte ligação entre Ciro e Ponte. Os dois são amigos desde o tempo em que moravam em Sobral, no interior do Ceará.
Seus pais eram aliados na política regional. Ponte está no Banco do Nordeste na condição de apadrinhado político de Ciro. Nas eleições do ano passado, ele era o responsável pela arrecadação de recursos para a campanha a deputado de Ciro e de seu irmão, Cid Gomes, ao governo do Ceará. Homem de confiança de Ciro, Ponte enfrenta mais que o processo administrativo do Banco do Nordeste. É investigado também pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal por suspeita de fraude no Banco do Nordeste.
Victor Ponte é acusado de assinar, de maneira irregular, um acordo que reduziu – de R$ 65 milhões para R$ 6,6 milhões – uma dívida da empresa Frutas do Nordeste do Brasil S.A. (Frutan) com o Banco do Nordeste. Ele assinou sozinho o acordo, mas, como diretor-administrativo, não tinha competência funcional para isso. A redução da dívida desobedeceu a uma proibição expressa da Advocacia-Geral da União (AGU). Em junho do ano passado, no mesmo período em que Ponte autorizou a redução da dívida da Frutan, Ciro mandou a empresários do Ceará uma carta com o seguinte conteúdo: “Apresento-lhe meu amigo Victor Samuel, que lhe falará em meu nome, de Cid Gomes e de nosso partido político, o PSB, acerca de uma contribuição para a campanha que o partido desenvolverá nas eleições próximas, de outubro do corrente ano”.”
Advogado que delatou o suposto esquema de Renan na Funasa é agredido
“O advogado Bruno Miranda, uma das principais testemunhas nas acusações de corrupção contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi agredido a socos e pontapés na semana passada, numa boate de Brasília. Bruno disse à polícia que bebia com um amigo quando foi atacado pelo empresário Robério Negreiros Filho e quatro seguranças que estavam com ele. Um dos motivos da agressão teria sido uma entrevista de Bruno a ÉPOCA, em agosto. Nela, ele afirma que Renan mantinha um esquema de arrecadação de dinheiro em ministérios e repartições chefiadas por pessoas indicadas pelo PMDB.
O nome de Robério, o agressor da boate, aparece em denúncias de fraudes cometidas na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Robério é dono da Brasfort, empresa encarregada da segurança e da contratação de mão-de-obra terceirizada para a Funasa. No ano passado, a Brasfort recebeu R$ 20 milhões da Funasa. Segundo a Controladoria-Geral da União, parte dessa quantia teria sido paga irregularmente.”
O Globo
Controle aéreo ainda é precário no país
“Um ano depois da colisão entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, que matou 154 pessoas, documentos mostram que o sistema de controle de tráfego aéreo continua precário no país. Os equipamentos do Cindacta 1ainda apresentam falhas que põem em risco a segurança dos aviões. No último dia 19, uma pane no sistema registrou mudança na posição de um cargueiro da Variglog, sem que o avião tenha alterado sua rota. A falha aconteceu no mesmo lugar em que a Aeronáutica perdeu contato com o Legacy no dia da tragédia.”
Lula: diploma não é importante para Presidência
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que deverá passar à História como o governante que mais investiu em educação e na construção de universidades públicas e escolas técnicas no país. Em discurso no canteiro de obras da Universidade Federal do ABC, em Santo André, ele declarou que a falta de um diploma universitário não o impediu de chegar à Presidência: – Vejam a ironia do destino. […]
Lula disse ter sido vítima de preconceito por não ter um diploma universitário. Ele afirmou que saber gerenciar e tomar decisões políticas independem do tempo de estudo: – Eu sei o tanto que fui vítima de preconceito neste país.”
Folha de S.Paulo
Ministério descreve falta de salário e higiene em fazenda no Pará
“O relatório de fiscalização e combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho sobre a Fazenda Pagrisa, no Pará, sustenta que funcionários não recebiam salários, em determinados meses, por terem dívidas feitas com a compra de remédios e alimentos na propriedade, conviviam com falta de segurança e higiene e a condição dos alojamentos era precária.
O documento, com 18 volumes e 5.000 páginas, descreve a situação encontrada pelos fiscais que visitaram a fazenda entre 28 de junho e 8 de julho. Nesse período, 1.064 trabalhadores foram "resgatados" de condições análogas à escravidão, segundo os fiscais.
A fiscalização na Pagrisa abriu crise entre o Senado e o ministério e levou à suspensão das ações do grupo móvel responsável por fiscalizar condições de trabalho em todo o país.
Os proprietários da fazenda reclamam de excessos por parte da fiscalização e negam maus tratos de seus funcionários. A reclamação levou cinco senadores, liderados por Flexa Ribeiro (PSDB-PA), a criar uma comissão especial para investigar o trabalho de fiscalização. O ministério decidiu suspender os trabalhos alegando interferência dos parlamentares.
A Pagrisa tem 17.000 hectares. Sua principal atividade é o cultivo de cana para produzir 300 mil litros de álcool por dia. Entre os compradores estava a Petrobrás, que, desde a fiscalização, deixou de ser cliente.”
Lula diz que seu avião só "pousa em local seguro"
“Ao inaugurar ontem novas dependências e pista do Aeroporto Internacional de Cabo Frio (cidade litorânea a 155 km do Rio), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "o pessoal que cuida do meu avião só pousa em local seguro". "Uma somatória de interesses é que permitiu que o Boeing presidencial pudesse pousar aqui hoje. A partir do Boeing presidencial ou do Airbus presidencial, qualquer outro avião pode pousar aqui. (…) Agora, o aeroporto está provado e aprovado", afirmou em discurso.”
O Estado de S.Paulo
Emenda pronta para ir a plenário iguala salário de delegado e promotor
“Há bomba fiscal em gestação no Congresso. Está pronta para ser votada no plenário da Câmara emenda à Constituição que equipara os salários dos policiais civis nos Estados aos dos promotores de Justiça.
Governadores de Estado consideram a proposta um ataque ao equilíbrio das contas estaduais. Estimativas preliminares apontam um acréscimo nas despesas de R$ 259 milhões nos primeiros 12 meses de vigência, só no Estado de São Paulo, com o pagamento dos 3.274 delegados da Polícia Civil. Em Minas, o impacto também seria enorme, alcançando a casa do R$ 1 bilhão de aumento de gastos.
A proposta de isonomia salarial beneficia também os cerca de 2 mil delegados da Polícia Federal, que hoje ganham entre R$ 11,6 mil e R$ 16,6 mil, e passariam a receber R$ 21,9 mil mensais. “O importante nessa emenda é considerar os delegados de polícia como uma carreira jurídica. Esse é o grande foco da proposta. O objetivo principal do projeto não é o salário”, afirma o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que apresentou a emenda em maio de 2006. Outras carreiras jurídicas do Estado, porém, possuem tetos mais baixos.”
Correio Braziliense
Quintanilha espera que substituto de Cafeteira assuma processos contra Renan
“O presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), traçou uma estratégia para driblar a dificuldade de indicar relatores para os dois últimos processos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quintanilha negocia com os líderes partidários unificá-los e entregar a relatoria ao substituto de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), desligado do colegiado essa semana. Nas duas representações, Renan é acusado de usar laranjas para comprar emissoras de rádio e de participar de suposto esquema de arrecadação de propina em ministérios comandados pelo PMDB.
Encontrar relatores para os dois casos se tornou um problema. Tanto que paralisou por completo as atividades do Conselho nesta semana. Os aliados do presidente da Casa evitam o posto a todo custo numa tentativa de esfriar o caso. A tática foi deflagrada tão logo Leomar Quintanilha sinalizou que não entregaria a missão do caso das rádios a integrantes do PSDB e ao DEM, por serem os dois partidos autores da representação. A acusação é considerada a mais forte até o momento.”