O GLOBO
Bailão da paz abre 2008
Um grande baile funk reuniu, em paz, cerca de 2 milhões de pessoas na festa de réveillon na Praia de Copacabana. O ritmo do batidão marcou os festejos da chegada de 2008, justamente no ano dedicado à comemoração dos 50 anos da Bossa Nova. A queima de fogos começou um minuto antes da meia-noite, surpreendendo o público, que, assim, não acompanhou a contagem regressiva, anunciada como a grande novidade. Em compensação, os fogos duraram mais tempo do que nos anos anteriores – 23 minutos. Os novos efeitos, homenageando o Cristo Redentor, eleito uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, e os Jogos Panamericanos, foram vistos com nitidez em toda a Avenida Atlântica. Em Ipanema, foi maior o número de jovens, atraídos pelo som eletrônico de 20 DJs. No Flamengo, o público assistiu a dois espetáculos: a queima de fogos na praia carioca e na de Icaraí, em Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara. O novo ano começa sem a CPMF e vai marcar o fim da era César Maia, após 11 anos na Prefeitura do Rio.
Lula passou mais de um terço do ano viajando
Em 2007, o presidente Lula passou 132 dias viajando. Fez mais de 500 horas de vôo e visitou 29 países e 21 estados, além do Distrito Federal. Amanhã, ele já viaja para sete dias de folga. Em seu programa de rádio, Lula disse que o governo tem a obrigação de evitar o desmatamento, e previu crescimento maior da economia em 2008. (págs. 1, 3 a 5)
Farc recuam e Chávez cogita ação clandestina
As Farc suspenderam a entrega de três reféns alegando que operações militares colombianas ameaçavam o resgate. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reagiu dizendo já cogitar uma ação "clandestina". O colombiano Alvaro Uribe afirmou que a verdadeira razão seria que as Farc não estariam mais com o refém Emmanuel, de 3 anos
O ESTADO DE S.PAULO
Investimento estrangeiro vai seguir em alta
Risco menor, crescimento e mercado local são atrativos. Nesses quesitos, o País está em posição equivalente à da China, Índia e Rússia. Outro impulso, conforme o estudo, é o grau de investimento que as agências de risco devem conceder ao Brasil este ano – status que anima investidores globais.
DEM afirma que vai avaliar instrumento de fiscalização
O DEM, partido de oposição que primeiro levantou a bandeira contra a CPMF no Congresso, afastou inicialmente a idéia de tomar a iniciativa de entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a norma do governo que obriga os bancos a enviarem à Receita dados sobre a movimentação financeira de seus correntistas. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o partido fará uma análise detalhada e profunda da medida antes de tomar uma decisão. Mas lembrou que, ao defender o fim da CPMF, a legenda já defendia a regulamentação da lei de 2001 que trata do acesso a informações bancárias para permitir a fiscalização – a mesma lei usada agora pela Receita. “Vamos analisar se o governo excedeu a lei ou não. A nossa análise era de que a lei do sigilo bancário seria o único instrumento para a Receita fazer o cruzamento da movimentação financeira”, afirmou Maia.
OAB diz que Exército pode ser acusado por Operação Condor
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, afirmou ontem que militares brasileiros envolvidos na Operação Condor podem ser acusados pelo desaparecimento e pelo possível assassinato de militantes sul-americanos, caso se comprove que o Exército brasileiro sabia o que seria feito com aqueles que eram aprisionados e extraditados nas ações da operação. No domingo, o general da reserva Agnaldo Del Nero Augusto afirmou ao Estado que o Exército brasileiro prendeu militantes latino-americanos e os entregou a militares argentinos na Operação Condor, nome dado às ações conjuntas das ditaduras na América do Sul nas décadas de 70 e 80. Ele, que integrou a Seção de Informação do Estado-Maior do 2º Exército, nos anos 70, nega, porém, que isso fosse um crime: “A gente não matava. Prendia e entregava. Não há crime nisso.”
Lula prorroga até junho validade de restos a pagar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou sexta-feira decreto que prorroga até 30 de junho de 2008 a validade dos restos a pagar relativos aos Orçamentos de 2005 e 2006. Os restos a pagar são compromissos de pagamento contraídos pelo governo para obras em fase final de execução que estão concluindo o processo orçamentário – que se divide em empenho, liquidação e pagamento. Nesse caso específico, segundo uma fonte, os restos a pagar se referem a obras que nem passaram pela fase de liquidação: as empresas não conseguiram concluir suas obrigações em tempo hábil e, por isso, não podem receber. Assim, os ministérios responsáveis pedem a prorrogação.
FOLHA DE S.PAULO
Cresce nos EUA temor de crise econômica em 2008
Levantamentos recentes e depoimentos de analistas mostram que boa parte dos norte-americanos tem medo de que os EUA entrem em uma recessão neste ano. Economistas divergem sobre a extensão da crise, mas cresce o grupo dos preocupados, como Martin Feldstein, de Harvard, que calcula 50% de risco de recessão em 2008. "A probabilidade de haver uma recessão em 2008 atingiu agora 50%", disse Martin Feldstein, de Harvard. "Se acontecer, vai ser mais profunda e duradoura que as do passado recente", assusta. "Relativamente mais otimista", como diz, seu colega John Taylor, de Stanford, coloca as chances "abaixo dos 50%".
Em palestra recente na Brookings Institution, em Washington, Lawrence Summers foi mais alarmista. "Acredito que o desaquecimento é quase certo, que a probabilidade de recessão é maior do que 50% e que há uma possibilidade específica de uma recessão que nos levará à pior performance econômica desde o final dos anos 70 e começo dos 80", disse o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton entre 1999 e 2001 e ex-reitor de Harvard. Até o oráculo de recessões passadas se manifestou. "A probabilidade de uma recessão moveu-se em direção aos 50%", disse Alan Greenspan, o ex-presidente do Fed (o BC dos EUA), numa entrevista à ABC News, e completou: "Se está acima ou abaixo dos 50%, é extremamente difícil de dizer".
Governo privilegia emendas de ex-deputados em 2007
Em 2007, o governo Luiz Inácio Lula da Silva privilegiou cinco ex-parlamentares -dois deles que não se reelegeram após o escândalo dos sanguessugas, que ocorreu no ano passado- e um deputado suplente ao destinar verbas federais por meio de emendas ao Orçamento da União. O campeão entre os dez parlamentares que mais conseguiram "empenhar" (jargão orçamentário para o compromisso de gastos) suas emendas neste ano foi o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do ex-presidente do Senado Renan Calheiros. Ele conseguiu empenhar R$ 5,6 milhões de R$ 6 milhões possíveis.
Olavo enfrentou processo de cassação na Câmara, que acabou arquivado no Conselho de Ética. Ele foi absolvido de acusação de tráfico de influência para beneficiar a cervejaria Schincariol e fraudes em licitação com a construtora Gautama, pivô da Operação Navalha da Polícia Federal.
Segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos da União) recolhidos pela assessoria de Orçamento do DEM, o ranking dos principais beneficiados traz na seqüência o ex-deputado Benjamim Maranhão (PMDB-PB), sobrinho do presidente da Comissão de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB). "Foi uma surpresa para mim, não sabia", declarou o senador. Benjamim foi acusado de integrar a máfia das ambulâncias, do escândalo dos sanguessugas. Optou por não concorrer à reeleição. No entanto, sem mandato, conseguiu R$ 5,5 milhões em emendas que havia feito no ano anterior.
Ele é seguido pelo suplente Airton Roveda (PR-PR), que herdou o mandato de deputado e já conseguiu R$ 5,3 milhões. "O prefeito tem que ser competente e estar com as contas em dia. Comigo não tem picaretagem", afirma Roveda.
CORREIO BRAZILIENSE
Deputados da Frente da Saúde não destinam dinheiro ao setor
Os 254 deputados que compõem a Frente Parlamentar da Saúde tiveram muito trabalho na Câmara em 2007. Grande parte deles brigou primeiro para conseguir a aprovação da prorrogação da CPMF, que se tivesse sido aprovada no Senado garantiria mais recursos para a saúde. Muitos também se esforçaram para aperfeiçoar a regulamentação da Emenda 29, que define limites mínimos para gastos com a saúde nas três esferas de governo. Na hora de preparar as emendas ao Orçamento da União de 2008, no entanto, uma parcela dos integrantes da Frente da Saúde não usou o dispositivo que tinha em mãos para tentar assegurar mais dinheiro para o setor. Levantamento feito pelo Correio, por meio do portal do orçamento do Senado, mostra que 14 deputados que integram a Frente da Saúde não destinaram um único centavo, em emendas, para a área que defendem. Na elaboração do orçamento do próximo ano, cada deputado pôde apresentar, nas últimas semanas, até 25 emendas cujo valor total poderia chegar a R$ 8 milhões.
Luxo na virada do ano
Enquanto parlamentares passaram os últimos dias do ano circulando pelo Palácio do Planalto em busca de liberação de emendas, a equipe técnica do governo trabalhava para empenhar cerca de R$ 912 mil para a aquisição de nova mobília para a Presidência da República. Na lista dos móveis adquiridos na última semana estão cadeiras que custam mais de R$ 4 mil a unidade, notebooks avaliados em mais de R$ 3 mil e um gasto superior a R$ 700 mil para aquisição de estantes, divisórias e gaveteiros. O levantamento é do site Contas Abertas, que analisa semanalmente os gastos dos órgãos públicos. Em relação ao volume de gastos de final de ano, o líder de compras é o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o levantamento, o tribunal empenhou, na semana passada, mais de R$ 600 mil para aquisição de 10 veículos e cerca de R$ 820 mil para a compra de 434 computadores. Dentre os carros adquiridos, dois chamam atenção pela falta de descrição detalhada e do preço médio de cada um — R$ 150 mil. Segundo a nota de empenho, a compra dos dois carros custou R$ 290 mil e se refere a “veículos de representação” da marca Chevrolet. Além dos dois automóveis, o órgão gastou com aquisição de seis Corsas, pelos quais foram pagos R$ 218,8 mil, e de duas vans tipo furgão, que custaram, juntas, R$ 144,7 mil.
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