Folha de S. Paulo
Líderes discutem “cassar” poder do Conselho de Ética
Os líderes dos partidos no Senado discutem alterar as regras do Conselho de Ética de forma que o órgão não possa mais sugerir cassação de mandato de senadores. Eles defendem que essa punição seja aplicada apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O conselho poderia propor penas mais leves, como advertência ou suspensão temporária do mandato. A mudança tem o apoio de governo e oposição e ocorre no momento em que senadores de ambos os lados enfrentam denúncias que poderiam resultar em abertura de processo por perda de mandato. Há quem defenda a extinção do órgão. Para esses, que têm o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como porta-voz, o Judiciário é que tem isenção para julgar congressistas, mesmo no campo ético.
Mercadante atende a Lula e desiste de saída “irrevogável”
Um dia depois de afirmar que sua saída da liderança do PT era “irrevogável”, o senador Aloizio Mercadante (SP) anunciou da tribuna da Casa que mudara de ideia para atender a pedido irrecusável do presidente Lula. Em reunião de cinco horas no Alvorada, Mercadante combinou que Lula pediria em carta sua permanência. A ameaça de saída ocorreu após o arquivamento de todos os processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), medida da qual Mercadante afirmava discordar. Lula pressionou pelo arquivamento. A manutenção do senador no cargo dá alívio ao governo, evitando o desgaste da escolha de um sucessor. Na avaliação de integrantes da bancada, o senador petista sai do episódio desgastado e sem autoridade. Num discurso de 23 minutos lido para cinco colegas, só um petista, Mercadante reconheceu seu isolamento e disse ter “perdido as condições de interlocução política” no Senado, sobretudo com Sarney.
“Irrevogável” vira piada no Twitter
A afirmação do senador Aloizio Mercadante, em sua página no Twitter, de que renunciaria à liderança do PT em “caráter irrevogável” acabou se transformando em motivo de críticas e chacotas no microblog. Após o senador ter voltado atrás na decisão, usuários da rede, que permite envio de mensagens de até 140 caracteres, passaram a usar “irrevogável” em piadinhas. A usuária @anapaulals aproveitou o assunto para perguntar ao “Dicionário Houaiss”, que mantém um perfil no microblog (@novo houaiss), se poderia explicar a Mercadante o significado de irrevogável. O dicionário deu a resposta: “Não revogável; que não se pode anular, apagar; de que não se pode voltar atrás”. O @microcontoscos se inspirou em Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa Metamorfose Mercadante… do que ter aquela velha decisão irrevogável sobre tudo”.
Governo obriga Receita a tirar grupo de Lina da fiscalização
A pouco mais de um ano das eleições, o governo federal decidiu intervir na Receita e mudar o responsável por auditar o recolhimento de impostos das maiores empresas do país. Numa reunião tensa com a cúpula do órgão, o novo secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, avisou o subsecretário de Fiscalização “que não teria como segurá-lo” no cargo devido a pressões do ministro Guido Mantega (Fazenda).
Henrique Jorge Freitas é peça central num projeto elaborado pela ex-secretária Lina Vieira, que mudou o foco de ação da Receita: mais preocupada com grandes contribuintes, e não com pessoas físicas e pequenas empresas. Procurados pela Folha, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal informaram que não iriam se manifestar. No primeiro semestre deste ano em São Paulo, por exemplo, a Receita Federal autuou as grandes pessoas jurídicas em R$ 7,7 bilhões -mais do que o dobro no mesmo período do ano passado (R$ 3,1 bilhões). Outro exemplo foi a ofensiva lançada contra os bancos para retomar uma cobrança de tributos questionada na Justiça estimada em R$ 20 bilhões.
Essa nova postura provocou protestos na iniciativa privada e descontentamento no governo. A Folha apurou que Lina Vieira foi demitida no dia 9 de julho, entre outros motivos, por não ter atendido a uma série de pedidos políticos.
FHC diz que candidatura de Marina é um “avanço”
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que considera um “avanço” a possível candidatura da senadora Marina Silva (sem partido-AC) ao Planalto por abrir “debate sobre as questões do desenvolvimento sustentável”. Apesar de classificar a ex-petista como uma “mulher séria”, o tucano manifestou dúvidas sobre os resultados eleitorais da provável candidata do PV. Para ele, o sucesso dela não dependerá de “apoio ou dinheiro”: “[Marina] vai ser capaz de falar com o país, com vocês, com essas máquinas [filmadoras e fotográficas] que assustam a gente? Transmitir uma mensagem que o povo capte? Se for capaz, ganha voto. Se não, [mesmo] com todo apoio do mundo, não ganha voto”. Mas afirmou que a presença dela impõe a discussão de temas como aquecimento global.
Planalto afirma não ter como checar suposta visita de Lina
O governo informou ontem que não há imagens, registros de placas de carros nem de autoridades que estiveram no Palácio do Planalto no final do ano passado. Com isso, segundo nota do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), será impossível provar as afirmações da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira de que participou de encontrou reservado com Dilma Rousseff no final de 2008. Na ocasião, segundo Lina, a ministra da Casa Civil lhe pediu que concluísse rapidamente investigação do fisco nas empresas da família de José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega. O GSI diz que o período médio de armazenamento das imagens do circuito interno é de 30 dias. Depois, novas imagens são gravadas por cima, como prevê o contrato de 2004 com a empresa de segurança.
Ao PSOL Heloísa diz não saber se concorrerá ao Planalto em 2010
Ainda indecisa sobre seu destino político e tecendo elogios à senadora Marina Silva, a quem chama de “militante de esquerda exemplar”, a vereadora Heloísa Helena (AL) apresentou ontem, ao comando do PSOL, restrições à ideia de concorrer à Presidência no ano que vem. A possível candidatura de Marina, admitiu, é um fator a ser considerado. Numa reunião com a Executiva, Heloísa condicionou a candidatura à unidade do PSOL, lembrou o laço com Marina e reconheceu que ambas têm perfil tão parecido que podem confundir o eleitor. Mesmo se dizendo sensível “ao momento histórico da esquerda”, Heloísa pediu que a decisão ficasse para o fim do ano. O PSOL deverá aprovar amanhã, em congresso, sua pré-candidatura.
CGU vê erros em patrocínios da Petrobras
Nota técnica da CGU (Controladoria Geral da União) concluída nesta semana apontou uma série de irregularidades em contratos de patrocínio da Petrobras com organizações não governamentais. O relatório, encaminhado à CPI da Petrobras, listou problemas em todos os oito contratos de patrocínio analisados, firmados entre 2001 e 2008. As entidades receberam um total de R$ 5,6 milhões. A maior dificuldade dos técnicos foi encontrar notas fiscais que comprovassem os gastos.
Sem-terra morre em ação da polícia no RS
Uma operação de despejo de sem-terra executada pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul terminou com a morte de um trabalhador rural e pelo menos 13 pessoas feridas ontem no município de São Gabriel (321 km de Porto Alegre). O sem-terra Elton Brum da Silva, 44, foi morto com um tiro de escopeta quando a Brigada Militar chegou à fazenda Southall, invadida desde o dia 12, para cumprir um mandado de reintegração de posse. Cerca de 300 policiais participaram da operação de despejo de 550 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). As circunstâncias da morte ainda não estão esclarecidas. O MST afirma que os sem-terra estavam desarmados e que os policiais chegaram ao acampamento atirando e lançando bombas. Segundo o movimento, não houve resistência.
Governo aprova reformulação da Defesa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou ontem a reformulação da área de Defesa, inclusive com a criação de um Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, a ser comandado por um oficial de quatro estrelas (o mais alto da hierarquia militar), com a função de articular a doutrina, exercícios e as operações comuns a Exército, Marinha e Aeronáutica. Trata-se, de certa forma, de uma reconstituição do antigo EMFA (Estado Maior das Forças Armadas), que existiu durante os governos militares e foi extinto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foi criado o Ministério da Defesa, que coordena as três Forças, e que irá coordenar também o novo órgão. A diferença é que o EMFA era essencialmente burocrático e o seu sucessor será operativo. A tendência é que o primeiro comandante do novo órgão, responsável por sua implantação e transição, seja o almirante de esquadra João Afonso Prado Maia de Faria (quatro estrelas), que atualmente ocupa a chefia do Estado Maior da Defesa.
OMS faz alerta para risco de aumento de casos da gripe A
Organização mundial da Saúde prevê “explosão” de ocorrências no inverno no hemisfério Norte; no Brasil, 2ª onda da doença deve vir em abril.
O Globo
Mercadante não consegue dizer ‘não’ para Lula e fica
Depois de anunciar na véspera que renunciaria “em caráter irrevogável” à liderança do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP) voltou atrás ontem e ficou no cargo, mesmo depois de ter sido desautorizado na votação sobre o presidente do Senado, José Sarney. Com ar abatido e envergonhado, ele subiu à tribuna e leu a carta que convenceu o presidente Lula a lhe enviar, afirmando que o considera “imprescindível” na liderança. “Mais uma vez, na minha vida, o presidente Lula me deixa numa situação em que não tenho como dizer não”, disse Mercadante a um plenário quase vazio. Imediatamente, o senador petista virou alvo de chacota no Twitter, ferramenta da internet que tinha usado para anunciar sua “renúncia irrevogável”. Colegas do senador puseram em dúvida suas condições de continuar liderando a bancada do PT.
Imagens da segurança do Planalto já foram apagadas
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência disse que as imagens feitas pelas câmeras de segurança do Planalto – que poderiam comprovar se Lina Vieira se reuniu, em dezembro, com a ministra Dilma – só ficam armazenadas por 30 dias. Nomes de autoridades e placas de carros não são anotados.
Sarney diz não conhecer sobrinha e depois a demite
Depois de dizer que desconhecia a sobrinha Maria do Carmo Macieira, o presidente do Senado, José Sarney, determinou ao diretor-geral, Haroldo Tajra, a demissão da servidora, lotada no gabinete do senador Mauro Fecury (PMDB-MA). Maria do Carmo – que tinha sido contratada por ato secreto – é casada com Fábio Macieira, sobrinho da mulher de Sarney, dona Marly.
Marina nega críticas à política social
A ex-ministra e senadora Maria Silva, que deixou o PT na quarta-feira e deverá se filiar ao PV, negou ontem ter dito, na véspera, em Belém, que o governo Lula é insensível a causas sociais. Ela confirmou outras críticas ao governo, mas voltou a elogiar a política social da gestão petista, argumentando que reduziu o número de famílias abaixo da linha da pobreza.
O Estado de S. Paulo
O Estado de S. Paulo
Mercadante vê Lula, ignora anúncio da véspera e fica na liderança do PT
Depois de três ameaças e do anúncio oficial da “renúncia irrevogável?, o senador Aloizio Mercadante (SP) informou ontem da tribuna do Senado que vai continuar na liderança da bancada do PT. “Esta Casa errou, o meu governo errou, o meu partido errou, nós erramos, eu errei”, disse Mercadante, ao socializar os problemas . “Eu não posso dizer não ao presidente da República e ao meu velho companheiro Luiz Inácio Lula da Silva.” Mercadante subiu à tribuna e fez da sexta-feira de plenário vazio o “dia do fico”. Apesar de ter prometido um discurso para as 9 horas, só chegou ao plenário às 11 horas, depois de receber do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a carta de apoio prometida na noite anterior, em reunião de cinco horas no Palácio da Alvorada. “Tivemos uma conversa franca, dura, sincera e profunda”, disse o líder em um discurso que havia sido preparado de véspera para a renúncia, mas que foi atualizado e adaptado para o novo cenário.
A carta foi a saída honrosa para o recuo da “renúncia irrevogável”, mas Mercadante teve de concordar, de público, com a principal tese do comando do PT para salvar José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética – que a crise era comandada pela oposição para tirar proveito eleitoral contra Lula e o PT. O senador defendeu o combate ao “patrimonialismo e ao nepotismo”, práticas políticas atribuídas à família Sarney, mas com a condição de “preservar a aliança” que apoia o governo e tem o PMDB entre os aliados. Na carta, com quatro parágrafos, Lula citou a “indignação” de Mercadante com a “situação do Senado” e disse que ele é “imprescindível para a liderança”. Lembrou os “30 anos” de lutas conjuntas “que interessam ao povo brasileiro e (estão) mudando a história do País”. Um dos motivos que levaram Lula a superar as divergências com Mercadante e a aceitar a revogação da “renúncia irrevogável” foi o pragmatismo político. Era preciso reequilibrar a força do PT frente a um PMDB agigantado pela vitória contra a oposição no Conselho de Ética, com três votos envergonhados de petistas em favor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Carta de presidente foi acertada na madrugada
Em longa e dura conversa com o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), na noite de quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do petista apoio às decisões do partido e do governo, disse que não admitia ser pressionado e distribuiu broncas. Irritado com a atitude de Mercadante de anunciar pelo Twitter – site de microblogs – que apresentaria ontem sua renúncia à liderança do PT, em caráter irrevogável, Lula afirmou que, além de fazer jogo individual, o senador estava cometendo grave erro político.
“Não pense que a militância do PT vai entender isso”, esbravejou ele, no Palácio da Alvorada. O presidente não escondeu de Mercadante que ficou furioso com o fato de o petista ter anunciado que conversaria com ele, jogando a solução do imbróglio em seu colo. Foi por isso que deixou “vazar” a informação de que não ligava para a renúncia e aprovava a escolha do senador João Pedro (PT-AM) para a vaga. Suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, João Pedro é amigo de Lula e preside a CPI da Petrobrás.
Simon vê “sexta-feira melancólica” no dia do fico
Em uma sessão vazia, com a presença de apenas cinco senadores, e melancólica, conforme definição do senador Pedro Simon (PMDB-RS), o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), sacramentou ontem seu recuo e anunciou a permanência na liderança do partido. Apesar do ar histórico que Mercadante tentou imprimir ao momento, nos 24 minutos em que discursou, nenhum dos senadores presentes – entre eles, um petista – pareceu sensibilizado por suas palavras ou se deu ao trabalho de interrompê-lo para fazer qualquer comentário.
Ao final, com Mercadante já fora do plenário, o senador gaúcho sentenciou: “Por que chegamos à situação em que estamos neste momento? Uma sexta-feira melancólica, parece até uma Sexta-Feira Santa ou um Dia dos Mortos”, disse Simon. O momento mais emocionante do “dia do fico” de Mercadante acabou sendo protagonizado pela senadora Marina Silva (AC), que deixou o PT esta semana, e irrompeu plenário adentro para abraçar seu antigo companheiro de partido. “A governabilidade não se estabelece a qualquer custo, a qualquer preço”, observou Marina, ao deixar o plenário.
Congresso se rende ao Twitter
Cento e quarenta toques num teclado de computador têm excitado a política brasiliense. Agora, políticos, quando podem, deixam os repórteres de lado e se manifestam no famoso microblog Twitter, febre na internet que chegou de vez ao Congresso nesta semana. Dão, inclusive, notícias em primeira mão. Foi o que fez na quinta-feira o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao anunciar, em seu Twitter, que renunciaria à liderança do partido. “Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável.” O “irrevogável” perdeu a validade logo na manhã de ontem. A tarefa de divulgar o recuo do senador paulista coube a João Pedro (PT-AM). “O senador Mercadante entrou em contato comigo hoje de manhã e disse que permanecerá no cargo”, avisou.
Ontem, aliás, o nome do senador estava entre os cinco mais comentados do dia no Twitter brasileiro. “Estou decepcionado com sua atitude, eu via em você um grande político, mas agora deixou se envenenar pelo próprio partido”, disse o internauta de codinome “tiagojacot”. Mercadante então reagiu na internet, se ancorando no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente disse que sou imprescindível, apesar das divergências diante da postura do PT e do governo frente à crise do Senado”, disse.
Desafeto de Mercadante, o petista Delcidio Amaral (MS) procurava – pelo Twitter – alguém em seu Estado ontem cedo, enquanto o colega discursava no Senado. “Bom dia. Mato Grosso do Sul, onde está Wally?” Delcídio votou a favor de Sarney na quarta-feira na sessão do Conselho de Ética. Naquele dia, atacou Mercadante na internet. “Coisa feia Mercadante. Pela manhã assumiu, junto aos senadores João Pedro e Ideli que iria ler carta do presidente Berzoini. Na coletiva, negou”, disse. Na referida carta, Berzoini defendia o apoio a Sarney. O presidente petista também manifestou-se ontem no microblog. “Mercadante anunciou que fica na liderança do PT no Senado. Correto”, disse.
Berzoini nega crise e diz que oposição criou “cilada”
Em meio a críticas de que o PT teria sacrificado princípios em nome da aliança com o PMDB, o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), não se constrange em dizer que a sigla optou por recomendar o arquivamento das representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele admite um esforço para assegurar a governabilidade e fortalecer a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que disputará a o Palácio do Planalto no ano que vem. Mas nega que o PT esteja vivendo uma crise de identidade ou sacrificando a bandeira da ética por 2010.
“Em momento algum eu penso que o PT tem de sacrificar bandeiras. Ele não deve, simplesmente, cair em ciladas”, diz ele, sob o argumento de que a oposição lidera uma operação para desestabilizar o governo. “O que está em jogo é a luta política, não é uma discussão de Conselho de Ética, da avaliação de qual é a mudança de que o Senado precisa. O que está em jogo no Conselho de Ética é a luta política de 2010.” Confrontado com a avaliação de que o PT firmou como prioridade manter a governabilidade e o fortalecer Dilma, custe o que custar, ele rebateu: “Que a prioridade é esta não resta dúvida. Mas não é custe o que custar”.
Sarney alega “zelo” e demite sobrinha
Sob pressão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu demitir a sobrinha Maria do Carmo de Castro Macieira. Ela foi nomeada por ato secreto em junho de 2005, para trabalhar no gabinete da então senadora e hoje governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), filha do presidente do Senado. Maria do Carmo estava com emprego garantido depois que a diretoria-geral da Casa validou na quarta-feira a medida administrativa editada sob sigilo. .
Segundo nota da assessoria de Sarney, ele pediu, por “zelo”, para que o senador Mauro Fecury (PMDB-MA) – suplente de Roseana – demitisse Maria do Carmo. A nota diz ainda que somente ontem o senador descobriu o parentesco com a servidora. Maria do Carmo é casada com um sobrinho de Marly, mulher do senador. “O presidente José Sarney procurou informar-se no Maranhão de quem se trata e soube que ela é casada com um primo da governadora Roseana Sarney”, diz a assessoria. “Apesar dessa relação não configurar parentesco de acordo com o Código Civil (artigo 1595, parágrafo 1º), há dúvidas em relação à súmula sobre nepotismo baixada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008.”
O nome de Maria do Carmo faz parte da relação de 45 atos secretos validados na quarta-feira. Além dela, aliados de Sarney também foram beneficiados pela medida, entre eles Nathalie Rondeau, filha do ex-ministro Silas Rondeau, afilhado político de Sarney. Ela foi nomeada, por boletim sigiloso, em agosto de 2005, para trabalhar no Conselho Editorial, presidido pelo senador. Por enquanto, está com emprego garantido.
Gabinete sustenta não ter vídeo de Lina
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou que não tem imagem e registros da garagem do Palácio do Planalto da entrada da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Em nota, o GSI argumenta que o setor de armazenamento de imagens do sistema de segurança só guarda informações por até 30 dias. “Quando o setor de armazenamento no HD está cheio, novas imagens substituem as antigas”, afirma. Segundo o GSI, as placas dos veículos não são anotadas.
Lina confirmou nesta semana, em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que teve um encontro, no fim do ano passado, com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na ocasião, segundo Lina, a ministra teria pedido para que acelerasse as investigações envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ontem o ministro-chefe da Secretaria da Comunicação de Governo, Franklin Martins, afirmou a ex-secretária mente. “Ela está mentindo. Não sei a serviço de quem”, disse Franklin, em Rio Branco.
“Estado” entra com novo recurso
O Estado ingressou com nova exceção de suspeição do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que impôs censura ao jornal. A base do recurso foi extraída da própria decisão de Vieira, quando ele ignorou um primeiro pedido para que se declarasse suspeito. Ao não reconhecer parcialidade na demanda de interesse de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o desembargador revelou “radical inimizade” e “abissal animosidade” ao Estado, na avaliação do advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira.
Ex-chefe da Abin pode ficar livre de devassa
O Ministério Público Federal requereu a exclusão do delegado Paulo Lacerda do inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar envolvimento do ex-diretor-geral da PF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em supostas irregularidades na Operação Satiagraha. Em petição de 27 páginas, protocolada na 7ª Vara Criminal Federal em São Paulo, a Procuradoria da República avalia como “indevidas, por ora, a investigação e a quebra de sigilo telefônico” de Lacerda.
O inquérito contra Lacerda foi determinado em maio pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara, que suspeita de uma aliança entre o ex-chefe da Abin e o delegado Protógenes Queiroz – mentor da Satiagraha -, no cerco ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Mazloum é o juiz que mandou abrir os arquivos secretos da Abin depois que a PF descobriu que 84 arapongas da agência foram recrutados por Protógenes, supostamente mediante aval de Lacerda. Desde que tomou tal medida, o juiz alega sofrer “forte pressão”.
Cresce apoio no STF à união entre homossexuais
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal sinaliza apoio ao reconhecimento da união estável entre homossexuais, com direitos como concessão de pensão e permissão para adotar crianças. Há ministros que defenderam até que a união seja considerada família.
Jornal do Brasil
Desmatamento usa o trabalho escravo
Estudo da Organização Mundial do Trabalho (OIT) mostra que, apesar dos avanços feitos pelo governo brasileiro nos últimos anos, a mão de obra escrava continua sendo usada no Brasil para desmatar a Amazônia, preparar a terra para criação de gado e em atividades ligadas à agricultura. O trabalho escravo se encontra, principalmente, em zonas de desmatamento da Amazônia e áreas rurais com índices altos de violência e conflitos lidados à terra. A análise da OIT faz parte de um livro que apresenta uma série de estudos de caso sobre formas de escravidão modernas na América Latina, Ásia, África e Europa. O caso mais grave apontado pela organização está no Pará, onde se registrou metade das operações do governo. Mas os problemas se estendem na faixa que vai de Rondônia ao Maranhão. O estudo confirma alerta de organizações não governamentais.
Um partido corroído espera Marina
Recém-saída do PT, a senadora Marina Silva vai encontrar um partido corroído: alianças consideradas duvidosas, fisiologismos e problemas de moralidade envolvendo deputados federais fazem parte da rotina do PV.
Correio Braziliense
Cerco ao valioso mercado de joias
O governo está de olho no reluzente mercado de joias, pedras e metais preciosos. Só no Distrito Federal, essa atividade econômica movimenta R$ 100 milhões, dos quais 80% na informalidade. Para evitar a lavagem de dinheiro nesse comércio, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda, divulga até outubro uma nova regulamentação sobre a compra e venda desses artigos. O primeiro passo é o cadastro de todas as pessoas e empresas que atuam no segmento. Os lojistas do varejo também deverão comunicar ao Coaf as operações acima de R$ 5 mil, e os atacadistas a partir de R$ 50 mil. A fiscalização vai além: revendedores terão de informar se o comprador possui vínculo político e se o cliente tem algum comportamento suspeito ou em desacordo com seu histórico de consumidor. “Sabemos que esta é uma avaliação subjetiva”, afirma Antonio Carlos Ferreira de Souza, diretor de Análises e Fiscalizações do Coaf. O monitoramento também ocorrerá nos leilões de penhor realizados pela Caixa.
Mercadante não consegue nem mesmo renunciar
A ameaça de deixar a liderança do PT no Senado durou menos de um dia. A indignação pelo comportamento do partido no arquivamento das denúncias contra José Sarney (PMDB-AP), também. Para não perder espaço político, o senador fica no cargo. E diz que atendeu um pedido de Lula.
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