O ex-prefeito Paulo Maluf (PP), cuja carreira política parecia encerrada após os 40 dias em que ficou preso na carceragem da Polícia Federal em São Paulo, prepara-se para uma nova campanha, desta vez, para deputado federal.
O baixo desempenho nas pesquisas eleitorais desestimulou Maluf de disputar um cargo majoritário. Segundo a última pesquisa Datafolha, Maluf obteve 60% de rejeição dos eleitores e apenas 4% das intenções de voto. Ele ficou tecnicamente empatado com Carlos Apolinário (PDT), com Plínio de Arruda Sampaio (Psol) e com Cunha Lima (PSDC) para a disputa ao governo de São Paulo.
Se for eleito, Maluf ganhará imunidade nas ações penais abertas contra ele por suposto desvio de dinheiro público e remessa ilegal de dólares para o exterior, movidas pelo Ministério Público Federal em São Paulo.
Os processos criminais que hoje tramitam em primeira instância seriam enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), como determina a Constituição, que prevê foro privilegiado para deputados.
Pesou na decisão do ex-prefeito em voltar às campanhas a fragmentação de seu partido em todo o país. O PP ganhou repercussão nacional como um dos partidos da base aliada cujos parlamentares se beneficiaram com o mensalão.
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O atual presidente nacional do PP, Pedro Corrêa, por exemplo, foi cassado por envolvimento no mensalão. O presidente regional em São Paulo, deputado Vadão Gomes, está entre os mensaleiros.
A primeira vez que Maluf disputou uma vaga na Câmara dos Deputados foi em 1982, quando foi o mais votado em números absolutos, com 672.629 votos.