Maior multinacional brasileira e uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, a Norberto Odebrecht virou alvo, nos últimos 15 dias, de auditoria em três países: Peru, Equador e Panamá. As autoridades peruanas apuram 15 contratos da Odebrecht em seu território que somam mais de US$ 600 milhões e trocam informações sobre o assunto com o Tribunal de Contas da União (TCU) do Brasil.
Segundo o jornal O Globo, as suspeitas apontadas pela controladoria do Peru vão desde problemas na licitação até a qualidade das obras executadas. No Equador, as apurações recaem sobre 14 contratos, entre eles, o que prevê a construção de um túnel de 22 quilômetros no Metrô de Quito. No Panamá, as auditorias se referem a uma licitação vencida pela empresa brasileira em consórcio com a espanhola FCC também para a construção de uma linha do Metrô.
A Odebrecht acaba de ganhar uma licitação para recuperar a cidade panamenha de Colón, ao vencer sete empresas de cinco países em contrato que soma US$ 573 milhões, informa O Globo.
Antes da prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, pela Operação Lava Jato, o grupo já era alvo de auditoria em outros três países europeus: Portugal, Suíça e Itália. ONGs anticorrupção também denunciam irregularidades envolvendo a empresa na República Dominicana e em Angola.
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Em nota ao jornal O Globo, a Odebrecht Infraestrutura disse que todos os contratos fechados pela empresa no exterior são resultado de concorrência pública e que a realização de auditorias é prática corriqueira em contratos de grandes obras públicas. “Em 36 anos de atuação internacional, a Odebrecht Infraestrutura nunca teve qualquer condenação judicial em nenhum dos países onde atua”, afirmou.
Marcelo Odebrecht foi preso no último dia 19, data em que também foi detido o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. No despacho para a prisão de Marcelo, o juiz Sérgio Moro citou o pagamento de suborno, no valor de US$ 300 mil, para o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, em setembro de 2013, por uma empresa do Panamá, a Constructora Internacional del Sur, que os investigadores associam à Odebrecht. A empresa brasileira sempre negou ligação com essa firma.
PublicidadeSegundo Moro, outros dois delatores (Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef) relacionaram depósitos feitos em nome dessa construtora à empreiteira baiana.