O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi a Sergipe nesta segunda-feira (7) vistoriar o vazamento de óleo que há mais de um mês atinge as praias do Nordeste. Ele sobrevoou a região e informou que mais de 100 toneladas de petróleo já atingem o litoral. O material está sendo recolhido pelo governo federal.
> Bolsonaro pede urgência na investigação sobre vazamento de óleo no Nordeste
“Desde 02 /setembro as equipes do IBAMA e ICMBIO, junto aos 42 municípios, marinha e demais órgãos no recolhimento de mais de 100 toneladas de borra de petróleo”, escreveu o ministro no Twitter. Salles também postou algumas fotos em que aparece contribuindo com o trabalho de limpeza das praias. Veja:
Em Sergipe, vistoriando o local de óleo nas praias. Desde 02 /setembro as equipes do IBAMA e ICMBIO, junto aos 42 municípios, marinha e demais órgãos no recolhimento de mais de 100 toneladas de borra de petróleo. pic.twitter.com/MKpVp99NUe
PublicidadeLeia também
Publicidade— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) October 7, 2019
A dimensão do problema, contudo, pode ser até maior. É que o ministro se referiu a 42 municípios quando falou das 100 toneladas de petróleo. O último balanço do Ibama indica, contudo, que o vazamento de óleo já atinge 132 localidades de 61 municípios do Nordeste. O problema começou em 30 de agosto na Paraíba, mas já atinge os nove estados da região.
A origem e o responsável pela poluição ainda não são conhecidos. Por isso, ambientalistas e parlamentares da região têm cobrado investigações mais profundas sobre a fonte da contaminação. No sábado (5), o presidente Jair Bolsonaro atendeu esse pedido e determinou urgência nesta investigação, o que levou Salles a Sergipe.
Nesta segunda, Bolsonaro disse que as manchas de óleo estão sendo analisadas, mas ressaltou que este óleo não é produzido nem comercializado no Brasil. Segundo o presidente, o governo já tem no radar um país que pode ser o produtor deste óleo. Ele não revelou que país é este, mas disse que o vazamento pode ter sido acidental ou criminoso
> Vazamento de óleo se espalha pelo Nordeste há mais de um mês sem explicações
Pressão política
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) aproveitou a idade de Salles a Sergipe para cobrar celeridade nas investigações sobre este crime ambiental. Ele também pediu a liberação emergencial do seguro-defeso para os pescadores que não estão podendo trabalhar por conta do óleo.
Segundo Vieira, o ministro prometeu que todas as medidas possíveis serão implementadas para garantir a limpeza da região. Mesmo assim, o senador promete acionar o Ministério Público Federal para cobrar medidas judiciais sobre a questão. Afinal, as causas desse crime ambiental ainda não foram identificadas. Consequentemente, o responsável não foi punido.
Os deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Túlio Gadêlha (PDT-PE) e Célio Studart (PV-CE) também apresentaram requerimentos pedindo informações aos ministérios do Meio Ambiente e da Defesa a respeito das manchas de petróleo.
>Lançamos nosso primeiro crowdfunding. Contribua para o jornalismo independente!